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Os Estados Unidos na década de 60 -

Os anos 60 foram, sem dúvida, a década mais transformadora da história moderna dos Estados Unidos. A primeira geração pós-bomba e pós-Segunda Guerra Mundial estava se destacando, lutando incansavelmente pelos direitos humanos (nacionais e internacionais).

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Guerra, no país e no exterior -

Essa década de crescimento, progresso e paixão esteve longe de ser pacífica. Praticamente todas as lutas foram travadas contra uma classe dominante conservadora e um governo federal que resistia aos desejos do povo a todo momento, não apenas por meio de palavras, mas muitas vezes também por intermédio da violência.

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Direitos civis -

Muitas dessas batalhas ideológicas pela liberdade são geralmente chamadas de movimento pelos direitos civis. Inúmeras comunidades, organizações de base e grupos de ativistas lutaram nas ruas e nos palanques pelos direitos de praticamente todos os grupos demográficos oprimidos ou marginalizados do país, principalmente pessoas de cor, mulheres e membros da comunidade LGBTQIA+.

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A Guerra do Vietnã -

No entanto, as pessoas não estavam apenas defendendo os direitos humanos nos Estados Unidos. A política externa dos Estados Unidos durante a década de 1960 foi caracterizada pela longa, brutal e controversa guerra no Vietnã. Ostensivamente travada em nome da democracia entre o Vietnã do Sul, aliado dos EUA, e o Vietnã do Norte, comunista, muitas pessoas viam a guerra na época (assim como hoje) como um confronto entre as superpotências da Guerra Fria. Insistindo que o uso de americanos recrutados e de cidadãos comuns vietnamitas como seres descartáveis era indesculpável, inúmeros grupos de jovens e ativistas de todas as esferas da vida lutaram veementemente para pôr fim à guerra.

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Organização a partir do zero -

A maioria dos membros do poder nos EUA estavam preocupados em alimentar a máquina de guerra no exterior e reprimir a agitação interna. Com isso, a década de 1960 deu início a uma era notável de grupos de ativistas, revolucionários e dissidentes organizados pela comunidade. A grande maioria desses grupos nasceu em meio a circunstâncias terríveis e empobrecidas, mas se tornou poderosa o suficiente para promover mudanças que definiram gerações na forma como o país tratava seus cidadãos.

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Black Panther Party (Panteras Negras) -

De longe, o grupo revolucionário mais conhecido da década de 1960 foi o Partido dos Panteras Negras. Rotulados pelo governo como uma organização criminosa, os Panteras Negras se apresentavam como lutadores pela libertação dos negros, protetores da comunidade e inimigos do racismo e do capitalismo americanos.

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Black Panther Party (Panteras Negras) -

Fundado em 1966 pelos estudantes universitários Bobby Seale (foto à esquerda) e Huey P. Newton (foto à direita) em Oakland, na Califórnia, o partido já tinha conquistado mais de 5.000 membros em 38 seções em todo o país apenas um ano depois.

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Black Panther Party (Panteras Negras) -

Embora J. Edgar Hoover, do FBI, tenha rotulado os Panteras Negras como a maior ameaça à segurança nacional do país, eles eram amplamente apoiados em seus bairros. Além de participar e organizar comícios, chegando armados para proteger os manifestantes das forças policiais violentas, os Panteras também organizavam almoços comunitários gratuitos, ofereciam educação a crianças carentes e organizavam centros de saúde comunitários em áreas de baixa renda.

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The Young Lords (Os Jovens Senhores) -

Os Young Lords eram uma organização cujos membros eram principalmente por porto-riquenhos-americanos. Formada inicialmente como uma gangue de rua de Chicago em 1960, os Young Lords se transformaram em uma organização ativista e de apoio à comunidade em 1968.

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The Young Lords (Os Jovens Senhores) -

O movimento compartilhava muitos valores com seus companheiros Panteras Negras da costa oeste, organizando programas de educação e saúde em todo o meio-oeste americano e na costa leste.

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The Young Lords (Os Jovens Senhores) -

A "Plataforma de 13 pontos" dos Young Lords ("13 Point Platform") exigia a autodeterminação e a libertação de porto-riquenhos, latinos e todos os grupos marginalizados nos EUA e no mundo. O grupo organizava limpezas nas ruas e vigias nos bairros, lutava incansavelmente contra a supremacia branca que eles viam nos Estados Unidos e protestava contra a convocação de porto-riquenhos para o exército, com base no fato de que os porto-riquenhos não tinham direitos iguais aos dos cidadãos americanos continentais e não eram representados no Congresso.

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Organização dos Jovens Patriotas (Young Patriots) -

Embora relativamente pequeno, o grupo se destacou entre os grupos de libertação da década de 1960 devido à predominância de membros brancos. Sua agenda esquerdista e inclusiva contrasta fortemente com a maioria dos atuais grupos políticos brancos.

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Organização dos Jovens Patriotas (Young Patriots) -

Fundada em 1968 (e ativa até 1973), a organização esquerdista composta principalmente por sulistas brancos de Chicago, oferecia apoio a jovens migrantes brancos vindos da região dos Apalaches, que enfrentavam condições de extrema pobreza e discriminação. Sob a liderança de Jack "Junebug" Boykin e Doug Youngblood, os Young Patriots uniram a classe trabalhadora branca da região em uma luta contra a pobreza e a brutalidade policial.

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Organização dos Jovens Patriotas (Young Patriots) -

Durante sua existência, a organização conseguiu resistir de maneira bem-sucedida aos preconceitos raciais comuns em organizações predominantemente brancas. Eles defenderam a autodeterminação com base na classe, não na raça, e colaboraram com grupos de liberação racial, como os Panteras Negras, para promover uma classe trabalhadora mais unida. Mesmo sendo de curta duração, os Young Patriots estabeleceram uma clínica de saúde altamente eficaz em Uptown, Chicago, que ganhou reconhecimento nacional.

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A Rainbow Coalition (Coalizão Arco-Íris) -

A Rainbow Coalition foi formada em 1969 por Fred Hampton, o proeminente e influente vice-presidente do Partido dos Panteras Negras. A coalizão foi uma pequena revolução dentro de uma revolução, reunindo movimentos de libertação racialmente segregados sob uma causa e um nome comuns.

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The Rainbow Coalition (Coalizão Arco-Íris) -

Uma colaboração entre os Panteras Negras, os Young Lords e os Young Patriots, a Rainbow Coalition trabalhou em prol do objetivo comum de libertação da classe trabalhadora e promoveu a cooperação entre grupos raciais que a história tantas vezes colocou uns contra os outros.

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The Rainbow Coalition (Coalizão Arco-Íris) -

O impactante potencial transformador da Rainbow Coalition foi abruptamente interrompido com o assassinato de Fred Hampton (foto) pela polícia em 1961. Após essa tragédia, a coalizão enfrentou uma série de desafios, incluindo intervenções governamentais, escassez de recursos financeiros e conflitos internos. Essas adversidades, por fim, conduziram à dissolução do grupo no início da década de 1970.

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National Organization for Women (Organização Nacional para as Mulheres) -

A NOW, National Organization for Women, foi um amplo grupo que lutou pelos direitos das mulheres durante a segunda onda do feminismo no século XX. Elas trouxeram ideias mais progressistas e consideraram as diferentes formas de discriminação, afastando-se das sufragistas anteriores, que muitas vezes tinham opiniões racistas e segregacionistas.

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National Organization for Women (Organização Nacional para as Mulheres) -

Estabelecida em 1966, a NOW surgiu devido à percepção generalizada de que a Lei dos Direitos Civis, promulgada em 1964 para proibir a discriminação com base em raça, gênero e país de origem, não estava sendo devidamente aplicada.

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National Organization for Women (Organização Nacional para as Mulheres) -

Desde sua criação, a NOW tem lutado pela proteção legal de mulheres de todas as raças e credos, incluindo o direito ao aborto, e os direitos das mulheres homossexuais. Ao contrário de muitos grupos ativistas da era dos direitos civis, a NOW continua sendo a maior organização feminista americana até hoje, contando com mais de meio milhão de membros em 550 seções em todos os 50 estados do país.

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Poor People's Campaign (Campanha dos Pobres ou Marcha dos Pobres) -

A Poor People's Campaign, uma das maiores e mais amplamente apoiadas organizações do movimento pelos direitos civis, tinha ninguém menos que Martin Luther King Jr. em seu comando. Isto é, até seu assassinato em 4 de abril de 1968.

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Poor People's Campaign (Campanha dos Pobres) -

O Dr. King organizou a Poor People's Campaign  como forma de iniciar uma marcha maciça da classe trabalhadora pobre do país em Washington, D.C. O objetivo do protesto era mostrar o abandono do presidente Lyndon B. Johnson em relação aos americanos pobres, ao preferir canalizar dinheiro para a Guerra do Vietnã.

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Poor People's Campaign (Campanha dos Pobres) -

Após o assassinato do Martin Luther King, o líder dos direitos civis e ministro Ralph Abernathy assumiu a organização da campanha com a ajuda de Coretta Scott King, viúva de MLK. A partir de 12 de maio de 1968, mais de 3.000 manifestantes marcharam em Washington e ocuparam o Washington Mall por seis semanas, onde se estabeleceram num bairro popular conhecido como Resurrection City. Os protestos continuaram até 24 de junho, quando as autoridades dispersaram os ocupantes com gás lacrimogêneo e outros meios de força.

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Students for a Democratic Society (Estudantes por uma Sociedade Democrática) -

O SDS, foi o principal grupo ativista contra a guerra da década de 1960. Formado em 1960 por estudantes universitários em Michigan, o grupo organizou revoltas nos campi universitários de todo o país contra a Guerra do Vietnã, contra o recrutamento forçado e as estruturas hierárquicas de poder dentro e fora das universidades.

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Students for a Democratic Society (Estudantes por uma Sociedade Democrática) -

Em seu auge, havia cerca de 30.000 membros da SDS distribuídos por 300 campi. Essa força numérica permitiu que eles organizassem paralisações em massa, protestos pacíficos e outras formas de resistência que pressionaram algumas das instituições de ensino mais poderosas do país.

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Students for a Democratic Society (Estudantes por uma Sociedade Democrática) -

A tragédia atingiu o coração da SDS em 4 de maio de 1970, quando oficiais da Guarda Nacional de Ohio dispararam contra uma multidão de manifestantes estudantis pacíficos na Kent State University, um evento traumático que deixou quatro estudantes mortos e outros nove gravemente feridos. Uma greve maciça de mais de quatro milhões de estudantes em todo o país surgiu após o tiroteio na Kent State.

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Gay Liberation Front (Frente de Libertação Gay) -

Após os infames distúrbios de Stonewall em junho de 1969, a primeira Frente de Libertação Gay foi formada na cidade de Nova York para organizar e proteger os membros da comunidade LGBTQIA+ da cidade.

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Gay Liberation Front (Frente de Libertação Gay) -

O movimento de Nova York lutou pela proteção abrangente de todos na comunidade queer, independentemente das categorias tradicionais de gênero e sexualidade. Em 1969, foram realizados protestos semanais em toda a cidade, especialmente em Greenwich Village, para chamar a atenção para o preconceito e a discriminação que os indivíduos LGBTQIA+ enfrentavam nas ruas e na mídia.

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Gay Liberation Front (Frente de Libertação Gay) -

A influência da Frente de Libertação Gay se espalhou pelos Estados Unidos rapidamente, de um lado ao outro do país. O grupo se tornou popular porque, em parte, abraçou diferentes perspectivas e incluiu uma ampla variedade de pessoas. Eles lutaram pelos direitos de todos, especialmente aqueles que eram marginalizados, frequentemente unindo forças com outros grupos, como os Panteras Negras, que buscavam libertação racial e social.

Sources: (Britannica) (History) (Poor People's Campaign)

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