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Removendo o estigma -

É difícil acreditar, mas na verdade não faz muito tempo que o divórcio era ilegal. Enquanto isso, a opinião social mais ampla mudou significativamente. Mas como chegamos até aqui?

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Divórcio se torna normalizado -

Em 1969, o então governador da Califórnia, Ronald Reagan, assinou a primeira lei de divórcio sem culpa dos EUA. Essa lei tirou a exigência de comprovação de irregularidades para pedir o divórcio. Ao mesmo tempo, no Reino Unido, a Lei de Reforma do Divórcio foi aprovada, também removendo a necessidade de provar "culpa". 

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Divórcio se torna normalizado -

No Brasil, uma lei similar só foi aprovada em 1977. Mesmo assim, os brasileiros só poderiam se casar mais uma vez. Com a Constituição de 1988, passou a ser permitido divorciar e recasar quantas vezes fosse desejado.

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Religião, Estado e casamento -

Até a década de 1960, nos EUA, as pessoas eram mais propensas a olhar para o casamento como um dever e obrigação, algo que exigia sacrifício. No Brasil, onde a religião católica sempre foi muito presente, essa visão perdurou mesmo depois que o divórcio passou a ser aceito perante a lei.

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Anos 1960 e casamento -

O divórcio sem culpa removeu o poder legal do casamento de unir marido e mulher, permitindo o divórcio unilateral – em que apenas um dos cônjuges poderia solicitar a dissolução do casamento – sem motivo algum.

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Anos 1960 e divórcio -

De 1960 a 1980, a taxa de divórcios mais que dobrou nos EUA, passando de 9,2 divórcios por 1.000 mulheres casadas para 22,6 divórcios por 1.000 mulheres casadas.

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O amor livre e o movimento hippie -

Na década de 1970, os cônjuges achavam mais fácil encontrar parceiros fora do casamento, enquanto os níveis de emprego das mulheres cresciam e a consciência feminista aumentava.

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O amor livre e o movimento hippie -

As igrejas, que antes reforçavam a ideia do voto matrimonial, começaram a ter menos força como autoridades morais.

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A família suburbana -

Antes dos anos 60 e 70, um emprego decente, uma casa e vários filhos constituíam a vida ideal.

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A situação da "alma gêmea" -

A revolução psicológica dos anos 70 deu lugar a uma nova versão do casamento, baseada na felicidade subjetiva: o casamento de almas-gêmeas.

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Individualismo -

O individualismo crescente e o modelo de alma gêmea significava que dissolver um casamento era visto como uma chance de se superar, de dentro para fora.

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Taxas de divórcio -

No início da década de 1970, 70% dos homens casados e 67% das mulheres casadas relataram ser muito felizes em seus casamentos. No início dos anos 80, esses números caíram para 63% para os homens e 62% para as mulheres.

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Taxas de divórcio -

À medida que as taxas de divórcio subiram para níveis recordes, os níveis relatados de qualidade conjugal caíram. Depois de atingir seu pico nos anos 80, as taxas de divórcio têm diminuído constantemente desde então.

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Família e filhos -

No modelo mais antigo e institucional de casamento, os pais deveriam ficar juntos "pelo bem dos filhos".

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Família e filhos -

No entanto, no final da década de 1970, acreditava-se mais amplamente que as crianças seriam mais felizes se seus pais fossem capazes de deixar casamentos infelizes.

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Família e filhos -

Enquanto isso, pesquisas têm mostrado que, nos casos em que as crianças são expostas a altos níveis de conflito, elas parecem se sair melhor mais tarde na vida se seus pais se separarem.

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Efeito do divórcio em adultos -

À medida que o divórcio se tornou mais normal, estudos se tornaram disponíveis sobre seus efeitos em adultos também. Cerca de 20% dos adultos divorciados têm suas vidas melhoradas e outros 50% parecem não sofrer efeitos nocivos a longo prazo.

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Efeito do divórcio em adultos -

Os adultos que iniciaram um divórcio são especialmente propensos a relatar que estão indo muito bem depois do fim do casamento, ou pelo menos bem.

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Efeito no casamento -

Talvez uma das maiores mudanças que o divórcio teve socialmente seja no nosso conceito de casamento em si. De fato, as taxas de casamento caíram, enquanto a coabitação se tornou a norma. 

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Efeito no casamento -

Talvez parte da popularidade do "morar juntos" esteja no medo do divórcio, já que as pessoas buscam um tempo maior para conhecer um parceiro antes de considerar o casamento.

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Empoderamento -

Uma pequena maioria dos norte-americanos acredita que casais infelizes tendem a permanecer casados por muito tempo, em vez de se divorciarem muito rapidamente. O divórcio agora é visto como uma escolha empoderada.

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Empoderamento -

Como os filhos e a intimidade podem ser obtidos fora do casamento, a pressão para manter a instituição do casamento foi afrouxada, e as pessoas podem mais facilmente direcionar a vida em seus próprios termos.

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Divórcio de famosos -

Nas últimas décadas, os divórcios de celebridades têm sido uma parte comum da cultura popular, ajudando a normalizar ainda mais o divórcio.

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Reutilização do anel de noivado -

Reaproveitar anéis de noivado também se tornou mais comum, à medida que as pessoas buscam transformar o significado de suas joias ao se divorciar.

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Eventos -

Também houve um aumento de um fenômeno totalmente novo: as festas de divórcio. A empresa Evite registrou um número recorde de convites relacionados ao divórcio em 2023, um aumento de 22% desde 2019.

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Registro de divórcio -

Os registros de divórcio também surgiram. À medida que a divisão de bens e a necessidade de novos itens domésticos emergem, as pessoas procuram sua rede de apoio.

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Festa de descasamento -

Algumas casas noturnas dos EUA relataram um aumento no número de festas de divórcio acontecendo, enquanto a hashtag #divorceparty tem quase 70.000 acessos no Instagram.

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Solteirice -

Isso também reflete uma tendência social mais ampla: cada vez mais pessoas estão ficando solteiras, seja por escolha ou circunstância. O divórcio é visto como menos importante através de uma lente moderna.

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Um novo capítulo -

Independentemente dos motivos, a aceitação social do divórcio está em um nível recorde, à medida que as pessoas começam a escrever uma nova história: mesmo que seja diferente da que planejaram originalmente! 

Fontes: (CNN) (National Affair) (The Guardian) (Axios)

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