Na antiga sociedade egípcia, a maioria dos homens e mulheres raspava a cabeça ou usavam cabelos curtos. Mas, para se protegerem do sol, todos usavam perucas.
Na verdade, o primeiro uso documentado de perucas foi por volta de 3.400 a.C. Qualquer faraó que se preze não seria visto morto sem peruca!
Os egípcios ricos também tinham o hábito de usar apliques elaborados e cones perfumados de gordura animal em cima das suas perucas. Esses cones, feitos de unguento, liberavam perfume à medida que derretiam.
Nefertari (foto), Cleópatra, Hatshepsut e Nefertiti foram os primeiros ícones de estilo da história. Todas aprimoraram sua aparência com perucas trançadas e extensões de cabelo luxuosas.
Naquela época, a lã de ovelha era trançada no cabelo para dar espessura. Cabelo humano e fibras vegetais também eram utilizados. E para manter tudo no formato, cera de abelha era aplicada como base.
Os cabelos postiços artificiais também estavam na moda na Roma Antiga, usadas como expressão de vaidade e também para fins cerimoniais.
No Japão, as perucas viraram o acessório obrigatório de moda durante o período Nara, de 710 a 794 d.C. As perucas também eram um adereço importante no teatro tradicional japonês.
Em meados do século XVIII, apareceu a primeira gueixa feminina. A aparência dessas artistas tradicionais japonesas era caracterizada por um quimono longo, maquiagem oshiroi e uma peruca imaculadamente penteada no estilo Geiko Shimada.
As perucas caíram em desuso na Idade Média. A "aparência medieval" consistia em cabelos longos, oleosos e despenteados, ou um corte curto escondido embaixo de chapéus. Foi preciso uma monarca para mudar as coisas.
A Rainha Elizabeth I da Inglaterra foi uma criadora de tendências no século XVI. Ela adorava cabelos grandes, mas não tinha nenhum. Depois de sobreviver a um ataque de varíola aos 29 anos, Elizabeth perdeu a maior parte dos cabelos ruivos. Então começou a usar perucas elaboradas, geralmente bordadas com pedras preciosas.
Os penteados decorativos da rainha foram copiados em todo o país por cortesãos e aristocratas. A maioria das perucas era feita de lã de ovelha, assim como as antigas perucas egípcias, mas isso estava fora do alcance de quem não era rico.
O século XVII viu o uso das perucas atingir novos patamares surpreendentes. Essa foi a era da peruca, depois que Luís XIII começou a usá-la em 1624.
Luís XIII da França foi o pioneiro no uso de perucas logo depois de começar a ficar careca prematuramente.
Ainda mais volumosas e exageradas eram as perucas usadas pelo filho e sucessor de Luís XIII, Luís XIV. O “Rei Sol” da França ajudou a promover a peruca como um acessório de moda na Europa toda.
Do outro lado do Canal da Mancha, a peruca ganhou mais aprovação real quando o Rei Carlos II foi restaurado ao trono. Ele era outro homem que se sentia confortável usando uma enorme peruca esvoaçante. Na verdade, a peruca virou um símbolo de classe distintivo por mais de um século.
As mulheres também usaram perucas durante este período, embora com menos frequência do que os homens. Uma exceção foi Nell Gwynn, amante de longa data do Rei Carlos II. Ela usava cabelos artificiais de cores diferentes, dependendo do seu humor.
Muitos indivíduos ilustres que circulavam na alta sociedade londrina optaram por usar perucas, entre eles o famoso administrador naval Samuel Pepys.
Enquanto isso, de volta à França, foi criada a primeira empresa de fabricantes de perucas, em 1665. Logo depois, estabelecimentos semelhantes surgiram em cidades de toda a Europa.
A peruca artificial era o auge da moda predominantemente masculina no final do século XVII. E qualquer pessoa importante queria que um artista famoso capturasse a imagem em seu esplendor real (isso não mudou muito, certo?). O pintor francês Nicolas de Largillière ficou conhecido por seus retratos de nobres franceses, como esta obra, 'Retrato de um Jovem com Peruca'.
A corte de Versalhes foi palco para os exemplos mais escandalosos de perucas grandes, elaboradas e muitas vezes temáticas usadas nas mulheres. Os "boat poufs" - "pufes de barco" em tradução livre - eram extensões pesadas e penteadas com pomadas, alguns tipos de pó e outras ornamentações. E eles estavam especialmente na moda.
Maria Antonieta, já famosa pelo seu penteado pufe naturalmente alto, passou a usar perucas depois que o seu cabelo ficou ralo e branco, provavelmente devido ao estresse quando a febre da revolução tomou conta da França. Mas o seu penteado virou um símbolo da decadência da nobreza francesa, e as perucas desse estilo e tamanho saíram de moda rapidamente a partir do início da Revolução Francesa em 1789.
As perucas viraram moda pela primeira vez na América colonial no século XVIII. No desenho, vemos William Penn, que fundou a província da Pensilvânia, usando uma peruca cinza.
O pó para peruca era feito de amido finamente moído com aroma de flor de laranjeira, lavanda ou raiz de lírio.
Durante o século XVIII, as perucas masculinas se tornaram menores e mais formais. No Reino Unido, a profissão jurídica adotou a peruca como parte da vestimenta do juiz e do advogado, uma tradição que sobrevive até hoje.
John Adams (foto) foi um dos quatro presidentes dos EUA que usava uma peruca encaracolada, de acordo com o estilo antiquado do século XVIII. Thomas Jefferson ocasionalmente usava uma peruca artificial, enquanto James Monroe e John Quincy Adams abandonaram esse costume cedo.
As perucas femininas no século XIX e no início do século XX não estavam mais na moda. Na verdade, elas eram usadas principalmente pelas mulheres que perderam o cabelo por doença ou velhice.
À medida que o século XX avançava, as técnicas também. As extensões de cabelo ganharam espaço e deram às mulheres a oportunidade de experimentar novos estilos de cabelo, criando volume e cachos para dar a impressão de cabelos mais cheios.
Na década de 1960, o cabelo volumoso estava na moda. Mas à medida que aquela década avançava para encontrar a era psicodélica, perucas sintéticas e extensões de cabelo de todas as cores fizeram com que o estilo entrasse e saísse de moda.
Hoje em dia, as perucas são um grande negócio, mas passaram a ser chamadas de lace. Celebridades como Katy Perry costumam usá-las em seus shows. E quanto mais diferentona, melhor!
A qualidade das perucas e das extensões de cabelo modernas nunca foi melhor. Elas são mais luxuosas e têm uma aparência mais natural do que nunca. Muitas são fabricadas com cabelo 100% humano.
Fontes: (The Hair Alchemist) (Britannica) (Belgravia Centre)
A história da peruca tem raízes na antiguidade. Os antigos egípcios foram os primeiros a usar cabelos postiços. Com o passar dos séculos, a peruca, mais chamada de lace hoje em dia, virou um acessório de moda obrigatório, especialmente entre a realeza e a nobreza. Na verdade, ao que parece, todo mundo queria ter um bom dia capilar. Mas como evoluiu essa imitação inteligente de um cabelo natural? Quem a usou melhor?
Clique na galeria e surpreenda-se com esses fatos curiosos sobre perucas.
Fatos surpreendentes e pouco conhecidos sobre Perucas
As laces e o seu lugar na cultura e na sociedade
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