Antes de existirem carros, aviões e barcos, você já se perguntou como e quando os humanos se espalharam pelo mundo? Dos desertos da África às paisagens geladas da América do Norte, a jornada dos nossos antepassados é cheia de aventuras, lutas pela sobrevivência e descobertas. Hoje, os cientistas continuam montando o quebra-cabeça da migração humana, usando objetos antigos, informações genéticas e até pegadas para descobrir de onde viemos e como chegamos a cada canto da Terra.
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O H o m o sapiens evoluiu pela primeira vez na África há cerca de 300 mil anos, fazendo do continente o berço dos humanos modernos.
A ideia de que os humanos modernos evoluíram simultaneamente em várias regiões, como Europa e Ásia, já foi uma teoria popular chamada de hipótese multirregional ou hipótese do candelabro.
No entanto, pesquisas atuais, confirmadas pelo paleoantropólogo Michael Petraglia, rejeitaram amplamente essa ideia.
A teoria predominante sugere que o H o m o sapiens se originou na África e então se espalhou pelo mundo, deslocando ou cruzando com outras espécies de hominídeos ao longo do caminho. Como Petraglia observa, "Todas as evidências apontam para a origem e o movimento do H o m o sapiens para fora da África."
Cerca de 200 mil anos atrás, o H o m o sapiens iniciou sua migração para fora da África, viajando inicialmente para regiões próximas, com sua disseminação global completa ocorrendo ao longo dos milênios seguintes.
Uma das primeiras rotas para sair da África pode ter sido pela Península do Sinai, uma região hoje deserta entre Egito, Jordânia e Israel, que era muito mais verde quando os primeiros humanos viajaram por ela em direção ao leste do Mediterrâneo.
Uma teoria sugere que os primeiros humanos atravessaram uma ponte de terra da África para a Arábia através do Estreito de Bab el-Mandeb (ou Bab al-Mandab), localizado entre o Chifre da África e o extremo sul da Península Arábica.
No entanto, um estudo de 2006 refutou a ideia de uma ponte terrestre, sugerindo que os primeiros humanos podem ter remado ou flutuado.
Mais de 100 mil anos atrás, o H o m o sapiens se espalhou pela Ásia, com evidências sugerindo que eles seguiram as linhas costeiras e então gradualmente se mudaram para as regiões do interior.
Cerca de 54 mil a 44 mil anos atrás, os humanos modernos se encontraram e se misturaram com os denisovanos (ou hominídeos de Denisova), outra espécie humana antiga.
Como resultado, pesquisadores apontam que traços de DNA denisovano ainda podem ser encontrados nos genes de algumas populações asiáticas atuais.
A primeira evidência da chegada do H o m o sapiens à Europa remonta a cerca de 210 mil anos atrás, com fósseis encontrados na Caverna Apidima, no sul da Grécia.
No entanto, se essa datação estiver correta, Martin Richards, geneticista evolucionista da Universidade de Huddersfield, na Inglaterra, sugere que ela pode ter vindo de uma onda inicial de H o m o sapiens migratórios que morreram ou recuaram durante uma glaciação (o processo de cobertura por geleiras).
Após esse período, os cientistas acreditam que o H o m o sapiens estabeleceu uma presença permanente na Europa entre 50 mil e 60 mil anos atrás. Durante esse tempo, o H o m o sapiens se misturou com neandertais, outro antigo grupo humano, e eventualmente os substituiu.
Evidências de DNA mostram que os humanos modernos chegaram ao Sudeste Asiático há aproximadamente 60 mil anos.
Naquela época, grande parte do Sudeste Asiático e da Austrália eram conectados por terra, e os humanos se espalharam por essas regiões.
Cerca de 50 mil anos atrás, os humanos modernos chegaram à Nova Guiné, como evidenciado por achados arqueológicos. De lá, eles se espalharam pelas Ilhas do Pacífico em múltiplas ondas de migração, adaptando-se ao ambiente único de cada ilha.
Por meio do estudo da cerâmica Lapita, cientistas traçaram a presença humana inicial na Nova Guiné e áreas vizinhas. De acordo com a UNESCO, os sítios Lapita marcam a colonização humana inicial de Tonga há cerca de 2.800 anos.
Sítios semelhantes no arquipélago de Bismarck, Ilhas Salomão, Vanuatu, Nova Caledônia, Fiji e Samoa refletem grandes mudanças culturais no Pacífico Ocidental há cerca de 3 mil anos, ligadas à migração de povos de língua austronésia do Sudeste Asiático para a remota Oceania.
Cerca de 1.500 anos atrás, os polinésios embarcaram em longas viagens pelo Pacífico, chegando a ilhas distantes como Havaí, Ilha de Páscoa e Nova Zelândia.
A teoria tradicional da migração humana para a América do Norte sugere que os primeiros H o m o sapiens cruzaram a Sibéria por uma ponte de terra chamada Bering (ou Beríngia) há cerca de 13 mil anos.
Grupos nativos nômades da Sibéria, como os Chukchis (imagem), são a conexão viva mais próxima dos primeiros colonos da região. Os Chukchis também são considerados os ancestrais asiáticos mais próximos dos povos indígenas nas Américas.
Arqueólogos encontraram evidências de assentamentos pré-Clovis e de pegadas humanas ainda mais antigas no Novo México, sugerindo que os primeiros norte-americanos chegaram por esta rota - e possivelmente pela costa do Pacífico - há pelo menos 23 mil anos.
Isso é anterior ao povo Clovis, que acredita-se ter povoado as Américas entre 10 mil e 9 mil a.C.
O H o m o sapiens chegou à América do Sul há cerca de 15 mil anos, com sítios arqueológicos como Monte Verde, no Chile, fornecendo provas de ocupação humana há cerca de 14.550 anos.
Embora a linha do tempo da chegada dos primeiros humanos à América do Sul seja debatida, evidências de vários locais apoiam a teoria de que o H o m o sapiens chegou muito antes do que se pensava.
Os Uros são um dos grupos indígenas mais antigos do Peru, com raízes que remontam a aproximadamente 3.700 anos atrás, quando os Andes centrais foram colonizados pela primeira vez.
Segundo o geneticista José Raúl Sandoval, que estudou o DNA deles, "a grande maioria dos nativos sul-americanos são geneticamente relacionados, pois derivam do mesmo grupo de ancestrais que chegaram inicialmente ao continente", independentemente de sua rota de chegada.
Os humanos chegaram à Antártida mais tarde do que qualquer outro continente. Embora o desembarque do americano John Davis em 1821 seja o primeiro oficialmente registrado, há sugestões de visitas anteriores.
Até mesmo a afirmação de que os noruegueses Henrik Bull e Carsten Borchgrevink (foto) foram os primeiros a pisar lá, no final do século XIX, é contestada.
Alguns estudos sugerem que o povo maori da Nova Zelândia pode ter navegado para a Antártida já no século VII, embora essa ideia não seja amplamente aceita pelos historiadores.
Fontes: (Live Science) (Britannica) (UNESCO) (Big Think)
Quando os seres humanos chegaram em cada continente?
Teorias sobre como o Homo sapiens se espalhou pelo mundo
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Antes de existirem carros, aviões e barcos, você já se perguntou como e quando os humanos se espalharam pelo mundo? Dos desertos da África às paisagens geladas da América do Norte, a jornada dos nossos antepassados é cheia de aventuras, lutas pela sobrevivência e descobertas. Hoje, os cientistas continuam montando o quebra-cabeça da migração humana, usando objetos antigos, informações genéticas e até pegadas para descobrir de onde viemos e como chegamos a cada canto da Terra.
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