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A Danse Macabre, ou Dança da Morte, é uma representação literária ou pictórica de uma procissão ou dança de figuras vivas e mortas. Esse gênero artístico de alegoria sobre a onipresença da morte surgiu durante o final da Idade Média, no início dos anos 1400 até 1600.
Um exemplo inicial de Danse Macabre na literatura é esse retratado em um Livro de Horas francês, publicado em 1420. Livros de Horas continham conjuntos de orações e eram os livros mais populares para leigos no final da Idade Média e Renascimento. Visualmente atraente, o manuscrito também continha ilustrações do submundo como lembretes de que o comportamento na Terra determinaria o destino da alma.
O primeiro Danse Macabre retratado em uma parede é de cerca de 1424: um mural no ossuário do Cemitério dos Santos Inocentes, em Paris. A parede foi destruída em 1669, mas não antes do ilustrador alemão Féodor Hoffbauer ter capturado a cena para a posteridade, incluindo o mural.
O Cemitério dos Santos Inocentes foi fechado por causa de uso excessivo em 1780. Os demais corpos foram exumados ou transportados em 1787 para as galerias subterrâneas não usadas perto do bairro Montparnasse, conhecidas como Catacumbas — hoje uma das atrações turísticas mais populares da cidade.
O impressor de livros, o francês Guy Marchant, ficou conhecido por produzir cinco edições do Danse Macabre em 1486. O manuscrito de Marchant replica cada figura na procissão, bem como os versos que acompanham.
Ainda mais célebre é a série de desenhos produzidos em 1526 por Hans Holbein, chamada A Dança da Morte do Jovem. Os 41 desenhos de Holbein foram esculpidos em madeira e publicados em forma de livro em 1538.
O artista gráfico boêmio do século XVII, Wenceslaus Hollar, produziu outro conjunto surpreendente de desenhos da Dança da Morte, trabalho que ele completou em 1651.
Esta requintada peça de escultura representando uma cena de Danse Macabre é esculpida em marfim e remonta ao início do século XVIII, sul da Alemanha. Está em exibição no Museu Schnütgen, em Colônia.
Como personificação da morte, a Danse Macabre às vezes era usada em sátiras. Nesta caricatura de 1835, chamada 'Jornada à Eternidade - Primeiro Passo', homens e mulheres de várias nacionalidades seguem um esqueleto usando um chapéu de soldado francês. A imagem é interpretada como a França liderando suas colônias e seus aliados para a morte.
O artista francês James Tissot explorou o tema da morte em sua obra 'A Dança da Morte', de 1860, na qual uma fila de dançarinos humanos acompanhados de esqueletos cerca um morto.
Em 1875, o compositor francês Camille Saint-Saens estreou 'Danse Macabre', a música mais famosa inspirada na Dança da Morte. No início, a reação do público foi de intenso silêncio, e muita gente foi embora com ansiedade depois de ouvir um violino e um xilofone sendo tocados como se fossem a caixa torácica de um esqueleto.
O fascínio do público pelos mortos dançantes continuou até o século XX. Esta ilustração vintage de 1910 da Dança da Morte é representada por um esqueleto dançando com uma jovem em uma sala escura povoada por outros mortos.
Exemplos de Danse Macabre na arte podem ser admirados em toda a Europa. Por exemplo, na Igreja de Santa Maria das Rochas em Beram, na Croácia, está uma série de afrescos deslumbrantes criados por Vincent de Kastav em 1474.
A 'Dança da Morte', uma pintura ricamente executada no século XV por Bernt Notke, está em exibição na Igreja de São Nicolau, em Lübeck, norte da Alemanha.
Um detalhe de Danse Macabre está situado nas paredes da Igreja da Santíssima Trindade em Hrastovlje, na Eslovênia, um afresco do século XV de João de Kastav (Johannes de Castua),
A antiga Ponte Spreuer, que atravessa o rio Reuss no centro histórico da cidade de Lucerna, é muito mais do que se vê.
Os frontões interiores da Ponte Spreuer contêm pinturas em quadros triangulares de Danse Macabre, conhecido como Totentanz em alemão.
O interior da Igreja de São Pedro e São Paulo, em Vilnius, traz a lembrança da universalidade da morte na forma do Ceifador Sombrio.
'Morte com a Noiva' é um dos notáveis painéis de madeira do século XIX representando a Danse Macabre. Foi criado por Johann Anton Falger e está em exibição dentro de Martinskapelle (Capela de São Martinho) em Elbigenalp, Áustria.
O bem preservado afresco Danse Macabre do século XV feito por Giacomo Borlone de Buschis pode ser admirado dentro da Oratório da Disciplina, em Clusone.
O mural de Danse Macabre do final do século XV, que decora as paredes da Igreja de São Germano em La Ferté-Loupière, colocou esta pequena vila no centro-norte da França no mapa cultural.
A fachada da Igreja de São Vigílio, no século XIV, em Pinzolo, recebe os visitantes com um afresco sinistro e detalhado de Danse Macabre.
Resquícios de um afresco Danse Macabre do século XV podem ser identificadas na Igreja Notre-Dame de Kernascléden, na Bretanha.
Em 1912, alguns séculos depois, o cinema retratou a estranha tradição medieval de valsar com o falecido em 'The Dance of the Dead' (sem títuloo em português). Este filme mudo alemão foi estrelado pela popular atriz dinamarquesa Asta Nielsen.
Outro exemplo célebre da Dança da Morte no cinema é a cena de 'O Sétimo Selo', de Ingmar Bergman, em que o personagem de Max von Sydow joga xadrez com a personificação da Morte, que chegou para tirar sua vida.
Esta paródia foi uma publicidade para promover a série americana de comédia criminal 'Bones'. As estrelas do programa, Emily Deschanel e David Boreanaz, posam com esqueletos dançantes.
Para promover o lançamento do álbum de 2003 'Dance of Death', a banda inglesa de heavy metal Iron Maiden iniciou sua turnê mundial Dance of Death World Tour. Podemos ver o vocalista Bruce Dickinson hasteando a bandeira diante da mortalidade.
Todos os anos, a cidade catalã de Verges celebra a Quinta-Feira Santa com sua Dansa de la Mort, provavelmente a última Dança da Morte remanescente na Europa, realizada sem interrupção desde a Idade Média.
Fontes: (Britannica) (The Atlantic)
Na Europa, no final da Idade Média, surgiu uma tradição bastante sinistra — a Danse Macabre. Originada na França por volta de 1420, a "Dança da Morte" foi um conceito alegórico medieval do poder conquistador e equalizador da morte. Artistas retratavam pessoas valsando com mortos em decomposição e esqueletos em representações literárias e pictóricas para expressar seu fascínio pela morte. Murais apareceram em igrejas e capelas por toda a Europa, ilustrando humanos desnorteados sendo escoltados até seus túmulos por parceiros de dança cheios de ossos. Xilogravuras detalhadas de Danse Macabre rechearam livros. Mais tarde, poesia e música foram compostas com base nesta lúgubre e melancólica marcha. No século XX, a Dança da Morte fez até uma aparição no cinema. E, na Espanha, existe uma cidade que até hoje sedia uma procissão de Danse Macabre — a última da Europa.
Clique e descubra mais coisas sobre essa tradição sinistra.
A Dança da Morte que tomou conta da Europa na Idade Média
As origens da assustadora Danse Macabre
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Na Europa, no final da Idade Média, surgiu uma tradição bastante sinistra — a Danse Macabre. Originada na França por volta de 1420, a "Dança da Morte" foi um conceito alegórico medieval do poder conquistador e equalizador da morte. Artistas retratavam pessoas valsando com mortos em decomposição e esqueletos em representações literárias e pictóricas para expressar seu fascínio pela morte. Murais apareceram em igrejas e capelas por toda a Europa, ilustrando humanos desnorteados sendo escoltados até seus túmulos por parceiros de dança cheios de ossos. Xilogravuras detalhadas de Danse Macabre rechearam livros. Mais tarde, poesia e música foram compostas com base nesta lúgubre e melancólica marcha. No século XX, a Dança da Morte fez até uma aparição no cinema. E, na Espanha, existe uma cidade que até hoje sedia uma procissão de Danse Macabre — a última da Europa.
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