Denominações são aleatórias ou seguem um sistema?
Os gaúchos estão entre os cavaleiros mais habilidosos do mundo. Emblemáticos das planícies sul-americanas, especialmente na Argentina e no Sul do Brasil, os gaúchos são pastores nômades lendários. Esses vaqueiros dos pampas surgiram no final do século XVII para se tornarem figuras icônicas e mestres da sela. E, assim como seus ancestrais, os gaúchos de hoje mantêm um grande orgulho e respeito pelos cavalos. Além disso, estes coloridos pastores de gado incorporam o próprio espírito da identidade nacional e do tecido cultural da região e representam um modo de vida intrinsecamente ligado à terra.
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Os primeiros gaúchos surgiram no final do século XVII, reunindo-se ao longo da costa da Argentina, ao norte do Rio da Prata.
Historicamente, o gaúcho era um mestizo, pessoa de ascendência mista europeia e indígena, que habitava Argentina, Uruguai e o Rio Grande do Sul no Brasil.
Provavelmente descendiam de uniões entre homens ibéricos e mulheres ameríndias. O gaúcho também pode ter ascendência africana (os gaúchos negros eram comuns na fronteira Brasil-Uruguai, embora raramente divulgados).
O gaúcho tornou-se figura do folclore, principalmente na Argentina. Reconhecidos como cavaleiros habilidosos e corajosos, os gaúchos também conquistaram a reputação de serem indisciplinados e até rebeldes.
Uma figura um tanto misteriosa e com um estilo de vida nômade, o gaúcho rapidamente se romantizou na América do Sul, e continua assim.
No século XVIII, os gaúchos percorriam os pampas fora de Buenos Aires em busca de rebanhos errantes de gado e cavalos.
Os gaúchos subsistiam de carne, principalmente bovina, e da erva-mate, uma espécie de planta nativa da América do Sul. As folhas desta planta também podem ser mergulhadas em água morna para fazer uma bebida rica em cafeína e outros nutrientes, conhecida como chimarrão.
Esses vaqueiros dos pampas viviam em pequenas cabanas cobertas com esteiras de capim. Pedaços de couro cobriam as portas e janelas.
O gaúcho vivia uma vida simples. Sua única companhia geralmente era sua família e companheiros do bar ou mercado local. O entretenimento era proporcionado por gaúchos musicalmente talentosos tocando violões, acordeões e, ocasionalmente, o bombo legüero, um tradicional tambor argentino.
As armas gaúchas ainda incluem o importantíssimo laço, a faca e as boleadoras – um dispositivo rudimentar, mas eficaz, feito de cordas de couro e três bolas de ferro ou pedras que eram atiradas nas pernas de um animal para entrelaçá-lo e imobilizá-lo.
As roupas tradicionais usadas pelos gaúchos são símbolo de suas habilidades na sela. Na verdade, o traje típico gaúcho ainda é usado pelos peões modernos da região.
Os elementos da indumentária gaúcha incluem bombachas, calças plissadas confeccionadas com forte tecido de algodão tradicionalmente nas cores bege, branco e preto, franzidas nos tornozelos. Uma chiripa (faixa de alpaca) envolve a cintura, sobre a qual é preso um cinto com fivela altamente decorativa.
A bota de cavalo gaúcha costuma ser confeccionada com dobras que lembram foles. Isto é de propósito: o design foi criado para proteger de qualquer serpente que se aproxime. Quando ele não está na sela, o calçado preferido do gaúcho são as alpercatas (sandália que se prende ao pé por tiras de couro ou de pano), geralmente confeccionadas em lona preta.
O poncho de lã raramente é usado a galope, mas é levado para qualquer lugar, carregado no ombro, enrolado na cintura ou enfiado na frente ou atrás da sela. É usado como proteção contra frio, sol, chuva ou neve. No topo do traje gaúcho está o chapéu.
No século XX, a Argentina elevou o gaúcho a um ícone nacional em reverência às suas habilidades na sela e ao papel crucial desempenhado na formação da identidade nacional e do tecido cultural do país.
A equitação é fundamental para a identidade gaúcha. Eles praticamente nascem na sela e desde cedo criam um vínculo profundo com seus corcéis.
A criação de gado é uma segunda natureza para os gaúchos. Eles sabem instintivamente como reunir rebanhos e podem laçar animais individuais com notável precisão.
O conhecimento do meio ambiente e do ofício, transmitido de geração em geração, permite ao gaúcho guiar seus pupilos, sejam cavalos ou gado, por vastas paisagens abertas.
Os gaúchos têm uma habilidade inata de se comunicar com os cavalos por meio de sinais e comandos sutis. Eles são os encantadores de cavalos originais.
Esta profunda compreensão do caráter equino permite uma coordenação rápida e perfeita durante o pastoreio e a equitação.
Assim como seus ancestrais, os gaúchos modernos mantêm um grande orgulho e respeito pelo cavalo. Muitos dos corcéis usados hoje têm sangue Crioulo, o cavalo nativo dos Pampas Sul-Americanos.
As crianças já andam a cavalo muito antes de saberem andar, aprendendo técnicas como o aperfeiçoamento da sela recado, que proporciona estabilidade e conforto em longos passeios.
Na adolescência, os gaúchos já estão familiarizados com as habilidades tradicionais gaúchas, como laço, marcação de gado e competições de equitação.
Laçar, ou la doma, é uma habilidade integral que todos os gaúchos devem aperfeiçoar. A técnica é utilizada para capturar e controlar o gado com segurança e delicadeza.
Os gaúchos também são grandes adeptos da marcação do gado. Esta é uma prática essencial e precisa ser dominada desde cedo. O yerra (festival de marcação) é realizado todo verão em Sierras Chicas, Argentina.
Participar de competições de equitação gaúcha, conhecidas como jineteada ou doma, é a melhor maneira de testemunhar em primeira mão as incríveis habilidades e bravatas desses peões dos pampas.
Eventos como o yerra e a jineteada atraem gaúchos de todo a região, onde meninos e homens adultos exibem suas habilidades de prestígio.
Embora o gaúcho continue sendo uma reserva masculina, os tempos estão mudando. A população de mulheres gaúchas está crescendo, com muitas mulheres juntando-se aos seus pais e irmãos nos pampas da América do Sul.
As mulheres sempre fizeram parte da vida gaúcha, mas historicamente foram deixadas de lado, por assim dizer. porém com a queda das barreiras de gênero em todo o mundo, é cada vez mais comum ver uma gaúcha juntar-se aos gaúchos nas planícies da Argentina para pastorear o gado.
E são as habilidades e tradições dos gaúchos que continuam preservando o patrimônio cultural associado a esses vaqueiros únicos dos pampas.
Fontes: (Estancia Ranquilco) (Yerba Crew) (Pieces of Argentina) (Pampeano)
Cavalgando com gaúchos, os habilidosos cavaleiros da América do Sul
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Os gaúchos estão entre os cavaleiros mais habilidosos do mundo. Emblemáticos das planícies sul-americanas, especialmente na Argentina e no Sul do Brasil, os gaúchos são pastores nômades lendários. Esses vaqueiros dos pampas surgiram no final do século XVII para se tornarem figuras icônicas e mestres da sela. E, assim como seus ancestrais, os gaúchos de hoje mantêm um grande orgulho e respeito pelos cavalos. Além disso, estes coloridos pastores de gado incorporam o próprio espírito da identidade nacional e do tecido cultural da região e representam um modo de vida intrinsecamente ligado à terra.
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