Com cerca de sete ou oito anos, um garoto com aspirações de um dia se tornar um cavaleiro começaria como pajem. Os pajens trabalhavam principalmente como garotos de recados. Também aprendiam o básico de escrita, caça e cavalheirismo durante este tempo.
Assim que um pajem chegava aos 15 anos, ele se tornava um escudeiro. O papel do escudeiro era ser a sombra de um cavaleiro, seguindo-o em batalhas e aprendendo todas as técnicas e artes necessárias de guerra. Passados seis anos, aos 21 anos, finalmente chegava a hora dele se tornar um cavaleiro.
A formatura de escudeiro como cavaleiro era repleta de cerimônia. Começando com um banho de limpeza física e espiritual, o cavaleiro então jejuava por 24 horas antes de receber o famoso toque da lâmina em cada um de seus ombros.
Os cavaleiros da Idade Média são comumente associados à sua lealdade eterna, mas quais reinos receberiam essa lealdade era escolha de cada cavaleiro. Em regiões como a França, os reinos recrutavam cavaleiros de todos os lugares e os cavaleiros escolhiam a quem fazer seu juramento com base em qual senhor oferecesse o melhor acordo.
A principal motivação para a contratação de cavaleiros era proteger a terra de qualquer domínio. Através de seu serviço, os cavaleiros também recebiam suas próprias faixas de terra.
Quase todo mundo na Europa durante a Idade Média - sejam nobres, cavaleiros ou camponeses - eram seguidores devotos do catolicismo. Todas as manhãs de um cavaleiro começavam com a missa, considerada essencial para seu sucesso na vida e na batalha.
Muita gente já ouviu falar do rigoroso código de conduta moral que todos os cavaleiros viviam, conhecido como cavalheirismo. Embora muitas ideias cavalheirescas fossem boas em teoria, é importante frisar que o cavalheirismo não foi uma criação dos próprios cavaleiros.
O cavalheirismo foi realmente desenvolvido pelo clero da Igreja, que estava aterrorizado com o quão agitados e poderosos os cavaleiros estavam se tornando. E assim o código de cavalheirismo foi introduzido para evitar que cavaleiros atacassem padres, agredissem mulheres e cometessem outros atos aleatórios de violência ou roubo.
A carne era proibitivamente cara e difícil de encontrar durante a maior parte da Idade Média, mas como os cavaleiros eram vistos como uma posição um pouco abaixo da classe da nobreza, eles podiam comer à vontade. Considerando também a crença comum de que muitos vegetais eram de fato venenosos, a maioria dos cavaleiros acabava comendo exclusivamente carne e pão.
Era importante para as classes altas distinguir-se dos servos e agricultores. Uma maneira de fazer isso era através das roupas que usavam - e os cavaleiros não eram exceção. Quando não estavam usando suas armaduras, eles eram (re)conhecidos por usar tecidos chamativos e coloridos.
Este fato não é exclusivo dos cavaleiros, mas de todos na Europa durante a Idade Média. Como água limpa era difícil de encontrar, o álcool tornou-se a bebida preferida. E todos, de reis a cavaleiros e padres, provavelmente estavam constantemente bem bêbados.
Apesar (ou por causa) de sua alta posição na sociedade, um cavaleiro comum via muito pouca ação e passava a maior parte de seus dias treinando e descansando. Acredita-se que o cavaleiro médio só trabalhava cerca de 40 dias por ano.
Semelhante a outras culturas ao redor do mundo, a maioria dos europeus medievais, incluindo cavaleiros, não dormia a noite toda. Era comum um cavaleiro dormir por algumas horas, acordar quando a lua ainda estava no céu por uma ou duas horas para orar, escrever ou comer, e depois dormir até de manhã.
No final do período medieval, os cavaleiros eram vistos muito mais positivamente do que nos primeiros dias e estavam intimamente associados com cavalheirismo e heroísmo. Muitas canções foram escritas em homenagem a eles, tradicionalmente chamadas de chanson de geste, ou "canções de grandes ações".
Durante a época das Cruzadas, o conceito de piedade cavalheiresca tornou-se central para o código do cavalheirismo. Enquanto quase todos os cavaleiros ainda agiam independentemente da Igreja, seus compromissos espirituais ainda obrigavam muitos a defender a Igreja.
Uma vez que poucas batalhas aconteciam, frequentemente eram realizados torneios corpo a corpo para manter os cavaleiros em forma. Estes torneios eram geralmente combatidos com armas cegas, mas lesões e mortes ainda eram bastante comuns.
Na tentativa de diminuir o número de baixas desnecessárias causadas pelos torneios corpo a corpo, o torneio medieval em cima de cavalos e com lanças, chamado de justa, tornou-se uma alternativa popular no século XV.
A grande maioria dos cavaleiros na Idade Média eram homens, mas certas ordens como os Cavaleiros Templários aceitavam mulheres em suas equipes em papéis de não-combate e concediam-lhes a distinção de dama em vez de cavaleiro.
No entanto, como acontece com frequência na história, um grupo formalmente proibido de lutar não só lutou, como ganhou a batalha e reivindicou a vitória, durante o Cerco de Tortosa em 1148. Quando os atacantes mouros desceram sobre a cidade, todos os guerreiros homens estavam ausentes lutando em outras batalhas, então as mulheres vestiram as armaduras dos homens e lutaram com sucesso contra os invasores de sua cidade.
Mais do que os escudos e as espadas, o cavalo era de longe a ferramenta mais importante à disposição de um cavaleiro. Saber montar era primordial para conquistar uma carreira de sucesso. Carregar um peso tão grande em ambas as mãos nas formas de lanças e escudos, se sentindo confortável em cima da sela poderia fazer toda a diferença na batalha.
No início das Cruzadas, vários grupos de cavaleiros formaram-se para dedicar todo o seu poder ao que eles viam como a justa defesa do cristianismo. O mais famoso desses grupos, de longe, foi a Ordem dos Cavaleiros Templários.
Outra ordem famosa e poderosa de cavaleiros católicos era a dos Cavaleiros Hospitalários, a Ordem de Malta. Lutando ao lado dos Templários durante as Cruzadas do século XI, os Cavaleiros Hospitalários também eram conhecidos por resgatar peregrinos doentes ou feridos a caminho ou dentro de Jerusalém.
Um desdobramento dos Cavaleiros Hospitalários, os Cavaleiros Teutônicos eram muito mais agressivos e famintos por poder. Insatisfeitos com as Cruzadas, eles também foram os grandes responsáveis pela invasão da Prússia no século XIII.
O mais alto posto que um cavaleiro poderia esperar alcançar era o de grão-mestre. Este título só era dado àqueles que provavam em batalha um heroísmo genuíno, raro e inabalável.
William Marshall, primeiro conde de Pembroke foi um dos cavaleiros mais famosos e amplamente amados da Inglaterra. Ele talvez tenha sido o mais bem sucedido cavaleiro da história, ganhando mais de 500 batalhas. Além disso, também acredita-se que ele é o modelo histórico para Sir Lancelot, grande amigo fictício e confidente do Rei Arthur.
Tão perigoso quanto audacioso, James Douglas, conhecido como Douglas, o Negro, desempenhou um papel fundamental na emancipação da Escócia das mãos da Inglaterra durante o final do século XIII.
Uma das figuras mais formidáveis da Guerra dos 100 Anos foi o cavaleiro francês Bertrand du Guesclin. Um guerreiro destemido que ficou famoso por estar estar tão ocupado lutando que nem percebeu que seu exército havia se rendido. Eventualmente, ele foi nomeado Condestável da França, a segunda posição mais alta sob a realeza.
Talvez o cavaleiro mais lendário a ter realmente perambulado pela Terra tenha sido Rodrigo Díaz de Vivar, historicamente conhecido como El Cid. Nascido na modesta nobreza espanhola durante um período tumultuado na história da Espanha, El Cid frequentemente emprestava sua lealdade tanto para os espanhóis quanto para os mouros. Mais tarde, ele se tornou um senhor da guerra independente e conquistou a cidade de Valência em seu próprio nome.
O cavaleiro francês Geoffroi de Charny é creditado por colocar o código do cavalheirismo no papel pela primeira vez, em 'O Livro do Cavalheirismo', em meados do século XIV. Como cavaleiro, ele era conhecido por ser nobre e valente, e recebeu a importante honra de levar a bandeira de seu rei para a batalha.
Fontes: (Ranker) (Today I Found Out)
Poucas figuras na história invocam tantas imagens de bravura e coragem como o cavaleiro medieval, que também carrega consigo alguns conceitos de violência e justiça. Apesar da cultura pop nos dizer que esses grandes guerreiros da Idade Média gastavam a maior parte do tempo matando dragões e resgatando princesas, essas histórias não passam de lendas. As histórias reais dos cavaleiros, porém, não deixam nada a desejar aos filmes e livros.
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Vida nobre: Os cavaleiros mais lendários da Idade Média
Os protetores da Europa Medieval para além das lendas
LIFESTYLE História
Poucas figuras na história invocam tantas imagens de bravura e coragem como o cavaleiro medieval, que também carrega consigo alguns conceitos de violência e justiça. Apesar da cultura pop nos dizer que esses grandes guerreiros da Idade Média gastavam a maior parte do tempo matando dragões e resgatando princesas, essas histórias não passam de lendas. As histórias reais dos cavaleiros, porém, não deixam nada a desejar aos filmes e livros.
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