Quando você luta contra um distúrbio alimentar, pode ser muito difícil alguém lhe dizer que você só precisa fazer mais atividade física. Primeiro porque pode faltar energia e, segundo, porque o problema está muito mais enraizado do que apenas emagrecer um pouco.
Se você está vestindo algo apertado e decidiu que precisa passar fome, ou se a fome precede o ajuste na roupa, muitos não percebem o quão prejudicial essa normalização pode ser para aqueles com distúrbio alimentar.
Não tomar o café da manhã antes de sair para um rodízio no almoço parece perfeitamente lógico, mas é essa substituição matemática de refeições que é prejudicial para quem sofre de distúrbio alimentar.
Deve-se evitar essas gírias comuns para fazer alguém vomitar e, por razões óbvias, normalizar esse comportamento é perigoso.
Mais comum entre os jovens que saem para beber, alguns podem optar por comer menos para beber menos e se embriagarem mais rápido.
Comentar sobre o prato das pessoas é perigoso porque você nunca sabe qual é a relação delas com a comida ou como um comentário inofensivo irá afetá-las.
Você pode pensar que está apenas dando bons conselhos, mas pode ser prejudicial porque você não sabe o que alguém se sente confortável vestindo, e ninguém deve ser pressionado a mostrar mais ou menos do seu corpo do que se sente à vontade.
A sociedade elogia a perda de peso e as pessoas estão constantemente à procura da dieta da moda, mas se uma pessoa com transtorno alimentar está perdendo peso e recebe feedback positivo de outras pessoas, isso pode encorajar a comportamentos alimentares desordenados.
Isso pode parecer bizarro, mas comentários casuais como esses são mais comuns do que se imagina. Um distúrbio alimentar, entretanto, não é algo que alguém realmente desejaria.
O diálogo centrado no peso, especialmente no início de um período tão vulnerável e estressante como o início das aulas ou do verão, pode desencadear ou acelerar os distúrbios alimentares a um grau perigoso.
Falar sobre a gordura do próprio corpo pode ser prejudicial não só para você, mas também para as pessoas ao seu redor. Pessoas com distúrbio alimentar já estão hiperconscientes de si mesmas e podem sentir que, se você se julga com tanta severidade, também as estará julgando na mesma moeda.
Semelhante à compulsão alimentar, enquadrar alguns alimentos como contrários às regras é o que uma pessoa com distúrbio alimentar está lutando para parar de fazer.
Na real, ninguém precisa saber do seu peso, exceto você e seu médico, mas estamos tão condicionados a falar sobre isso casualmente agora que não percebemos o quão perigoso pode ser.
Sim, todos deveriam tentar ingerir uma quantidade saudável de calorias, mas nossa fixação por elas normalizou uma tendência obsessiva comum nos transtornos alimentares.
A ideia de que é preciso merecer para comer é muito prejudicial para qualquer pessoa, ainda mais para quem tem transtorno alimentar. Você merece comer, quer tenha feito exercício ou não.
É bom ter uma meta pessoal de saúde, mas pode facilmente ultrapassar os limites e se tornar prejudicial para você e para quem está ouvindo. Os números em termos de peso e tamanho podem ser grandes gatilhos para pessoas com transtorno alimentar.
Estas podem ser ferramentas eficazes para os seus objetivos pessoais de fitness, mas rapidamente se tornam prejudiciais com a celebração de corpos menores, colocando pressão desnecessária sobre outros que podem sentir que têm um corpo "antes" quando na verdade o corpo de todos deveria ser um corpo "agora".
A primeira é educar-se sobre as diferentes formas de transtornos alimentares e responsabilizar você e os outros quando se trata dessa linguagem de normalização.
Não é tão simples quanto você imagina. Não se trata da inteligência de alguém, se você acha que ele está bem ou se ele não quer se curar.
O que funciona para você e o que não o desencadeia provavelmente não é o caso de alguém que sofre de distúrbio alimentar. Não existem soluções rápidas como a dieta certa ou mais exercícios, e a luta mental não pode ser comparada.
Pessoas com transtornos alimentares muitas vezes ficam ansiosas porque todos os observam comer e, embora você possa dizer isso com sinceridade genuína em seu coração, muitas delas disseram que ser parabenizado por comer é um gatilho para piorar.
Muitas pessoas pensam que um transtorno alimentar se parece com uma pessoa perigosamente magra, geralmente uma mulher, mas isso está longe de ser verdade.
Em vez de conselhos não solicitados e mal-educados, ofereça declarações compreensivas que reconheçam que o que eles estão passando é difícil e que você está presente para apoiá-los.
Em geral, é uma boa política evitar qualquer referência ao tamanho, forma ou peso de uma pessoa. Concentre os elogios em coisas abstratas, como seu brilho, ou como eles falam sobre sua paixão, ou como são engraçados.
Às vezes, as pessoas expressam que quase não comem como algo corriqueiro, mas às vezes é com orgulho ou para justificar uma grande refeição, e ambas as justificativas podem ser prejudiciais.
Novamente, comentar sobre o quão pouco alguém está comendo também pode ser prejudicial se essa pessoa estiver enfrentando um transtorno alimentar. Essa pequena quantia pode ser uma conquista para eles.
Não ser tão crítico com seu próprio tamanho, peso ou forma também aliviará a pressão sobre as pessoas ao seu redor.
O distúrbio alimentar é um assunto muito sério e pode levar alguém à morte. Infelizmente, o tema é subestimado por muita gente e há quem faça piada de alguém que sofre desse problema. Esse foi o caso de Yasmin Brunet, no 'Big Brother Brasil 24', que foi zombada por Rodriguinho no reality da Globo por conta da compulsão alimentar da modelo. Inclusive, no dia 15 de janeiro de 2024, a filha de Luiza Brunet desabafou sobre os comentários do ex-integrante do grupo Os Travessos, que vinha chamando-a de 'Yasmin Comer' ou dizendo que ela 'sairia da casa rolando' caso não parasse de comer. "Car-lho, me deixa em paz", pediu ela. "Você ficar falando da minha compulsão vai me dar gatilho", disparou Brunet.
Embora o estigma em torno da saúde mental continue a ser combatido por pessoas corajosas que compartilham as suas batalhas, os distúrbios alimentares ainda não têm a atenção adequada, apesar de terem a taxa de mortalidade mais elevada de qualquer doença mental. Uma grande parte dessa triste realidade se deve à forma como normalizamos comportamentos, comentários e hábitos prejudiciais neste mundo cada vez mais baseado em imagens. São justamente frases e ações simples que na maioria das vezes desencadeiam gatilhos para transtornos alimentares.
Muitas dessas coisas podem não parecer grande coisa, mas para aqueles que estão lutando ou se recuperando de um transtorno alimentar, a linguagem inapropriada pode ser muito desencadeadora. Só nos EUA, segundo a Associação Nacional de Anorexia Nervosa e Distúrbios Associados, a cada 62 minutos pelo menos uma pessoa morre como resultado direto de um distúrbio alimentar. Não são apenas os jovens: 13% das mulheres com mais de 50 anos apresentam comportamentos de transtorno alimentar. O que é pior, muitas dessas pessoas nunca procuraram tratamento.
Na galeria, conheça frases, temas e comentários que você provavelmente não percebeu que estavam normalizando (e zombando) e desencadeando distúrbios alimentares. Também veja dicas de como ajudar alguém que sofre disso com declarações com mais empatia.
Como zombamos e normalizamos os transtornos alimentares sem saber
Alguns comentários podem soar, por exemplo, gordofóbicos.
LIFESTYLE Saúde
O distúrbio alimentar é um assunto muito sério e pode levar alguém à morte. Infelizmente, o tema é subestimado por muita gente e há quem faça piada de alguém que sofre desse problema. Esse foi o caso de Yasmin Brunet, no 'Big Brother Brasil 24', que foi zombada por Rodriguinho no reality da Globo por conta da compulsão alimentar da modelo. Inclusive, no dia 15 de janeiro de 2024, a filha de Luiza Brunet desabafou sobre os comentários do ex-integrante do grupo Os Travessos, que vinha chamando-a de 'Yasmin Comer' ou dizendo que ela 'sairia da casa rolando' caso não parasse de comer. "Car-lho, me deixa em paz", pediu ela. "Você ficar falando da minha compulsão vai me dar gatilho", disparou Brunet.
Embora o estigma em torno da saúde mental continue a ser combatido por pessoas corajosas que compartilham as suas batalhas, os distúrbios alimentares ainda não têm a atenção adequada, apesar de terem a taxa de mortalidade mais elevada de qualquer doença mental. Uma grande parte dessa triste realidade se deve à forma como normalizamos comportamentos, comentários e hábitos prejudiciais neste mundo cada vez mais baseado em imagens. São justamente frases e ações simples que na maioria das vezes desencadeiam gatilhos para transtornos alimentares.
Muitas dessas coisas podem não parecer grande coisa, mas para aqueles que estão lutando ou se recuperando de um transtorno alimentar, a linguagem inapropriada pode ser muito desencadeadora. Só nos EUA, segundo a Associação Nacional de Anorexia Nervosa e Distúrbios Associados, a cada 62 minutos pelo menos uma pessoa morre como resultado direto de um distúrbio alimentar. Não são apenas os jovens: 13% das mulheres com mais de 50 anos apresentam comportamentos de transtorno alimentar. O que é pior, muitas dessas pessoas nunca procuraram tratamento.
Na galeria, conheça frases, temas e comentários que você provavelmente não percebeu que estavam normalizando (e zombando) e desencadeando distúrbios alimentares. Também veja dicas de como ajudar alguém que sofre disso com declarações com mais empatia.