Os principais jogadores em seu retorno em 2025
A Bíblia foi essencialmente escrita por judeus. Por isso vamos primeiro entender as raízes da censura na Torá. Alguns dos escritos são muito estranhos e o Talmude (uma coleção de escritos sobre a lei e a tradição judaica) tem algo a dizer sobre isso.
De acordo com Tratado Megillah 4:10, quando tais textos estranhos aparecem na Torá, eles não devem ser lidos na sinagoga.
Em 1199, o Papa Inocêncio III proibiu o estudo bíblico privado por grupos não escolados porque acreditava que levaria a má interpretação e, portanto, heresia.
Apesar disso, o Papa Inocêncio III não proibiu ninguém de ter a propriedade do livro. Quem fez isso foi o Conselho de Toulouse de 1229: eles tornaram ilegal guardar qualquer livro da Bíblia.
John Wycliffe, um reformador inglês do século XIV, é creditado como um dos primeiros a traduzir a Bíblia para o inglês. Como podemos imaginar, isso foi um grande problema para a Igreja Católica.
Wycliffe morreu antes de ser julgado por heresia, mas o Arcebispo de Cantuária, Thomas Arundel, ainda professava algumas palavras duras sobre ele, chamando Wycliffe de "miserável pestilento de memória maldita, sim, o precursor e discípulo do anti-cristo que, como complemento de sua maldade, inventou uma nova tradução das Escrituras em sua língua materna".
Em 1490, a imprensa já havia sido inventada. Ela facilitava as cópias de livros que até então eram feitas à mão. Os níveis de alfabetização também haviam aumentado nessa época. Várias traduções dos vernáculos da Bíblia começaram a aparecer em diferentes línguas, como a versão em alemão popularizada por Martinho Lutero em 1534.
O Papa teve que fazer algo sobre isso, então o Concílio de Trento (um conselho da Igreja Católica) veio com uma resposta: a 'Vulgata Latina', a Bíblia católica padrão.
Foi esta maneira que a Igreja Católica encontrou para proibir versões protestantes da Bíblia. E como a maioria das pessoas não sabia ler latim, a Bíblia permaneceu um livro bastante inacessível.
Em 1842-43, a Sociedade Bíblica (que por acaso era protestante) distribuiu Bíblias para a população católica de Champlain, Nova York. Apesar de um padre católico se certificar de que muitos desses exemplares não alcançassem o público-alvo.
O sacerdote francês Padre Telmont certificou-se de queimar uma série dessas Bíblias protestantes em público quando visitou Champlain. Foi considerado que o padre havia agido sozinho, de modo que a relação entre católicos e protestantes não foi afetada por este claro ato de censura.
No entanto, os católicos não eram os únicos censurando bíblias. Acontece que os protestantes também fizeram isso quando foi conveniente para eles. Os donos de terra pediam aos missionários britânicos que editassem partes da Bíblia ao tentar educar escravos.
Sabe-se que algumas partes da Bíblia têm sido usadas para justificar a escravidão e, de fato, estas foram as partes enfatizadas pelos missionários.
Cerca de 90% do Antigo Testamento e metade do Novo Testamento foram perdidos nessas Bíblias, de acordo com o curador do Museu da Bíblia Anthony Schmidt.
Apenas 232 de um total de 1.189 capítulos foram incluídos nos estudos. Obviamente eles não queriam que os escravos soubessem sobre capítulos que enfatizam a igualdade, muito menos que ouvissem sobre o Êxodo, onde os israelitas escapam da escravidão egípcia!
Em 1804, aconteceu a Revolução Haitiana. Esta rebelião de escravos massacrou a aristocracia agrícola francesa. Os proprietários de escravos britânicos estavam determinados a evitar uma repetição nas Índias Ocidentais Britânicas. Então, qualquer coisa bíblica que pudesse encorajar uma rebelião de escravos seria censurada. A Bíblia dos Escravos foi publicada três anos após a Revolução Haitiana por causa disso.
Os n a z i s t a s eram especialistas na apropriação, moldagem e adoção de outras culturas, religiões e iconografia. E, claro, o Cristianismo e a Bíblia não foram exceção.
Então, como fazer com que a Bíblia fosse mais n a z i s t a? Bem, removendo referências judaicas e substituindo os Dez Mandamentos por máximas que enfatizavam a lealdade ao partido e ao seu líder.
Eles baniram algumas palavras, incluindo "aleluia" (hallelujah), e substituíram figuras bíblicas por deuses pagãos. Hitler via as crenças judaicas-cristãs como uma ameaça à sua visão e procurou substituí-la por sua própria agenda pagã nacionalista.
Em 2009, capelães militares da Base Aérea de Bagram, no Afeganistão, estavam prestes a distribuir Bíblias traduzidas para os afegãos. Mas converter um muçulmano no Afeganistão é considerado um crime capital. O erro foi corrigido pela queima das Bíblias.
Queimar as Bíblias foi considerado desnecessário e uma medida extrema, que foi fortemente criticada por alguns grupos cristãos. No entanto, o governo dos EUA não emitiu qualquer pedido de desculpas ou uma declaração sobre isso.
Em 2014, o governo malaio confiscou centenas de Bíblias porque a Sociedade Bíblica havia traduzido a palavra "Deus" como "Alá".
O governo malaio estava preocupado que a palavra, usada pelos cristãos, causasse agitação civil. Mas a comunidade Cristã da Malásia recorreu da decisão e realmente venceu.
O primeiro-ministro chinês Xi Jinping achou que seria uma boa ideia reescrever a Bíblia porque ela é muito ocidentalizada. O objetivo era torná-la mais harmônica com a ideologia comunista, bem como incluir elementos Budistas e Confúcios.
Embora isso, aparentemente, não tenha ido adiante, o Estado ainda controla a distribuição de Bíblias e quaisquer outros textos cristãos. Há relatos de que alguns textos foram alterados. Na parte do Evangelho de João, no qual Jesus salva a adúltera, por exemplo, consta que ele a apedrejou.
Em 2015, a Bíblia ficou em sexto lugar na lista dos livros mais contestados do Escritório de Liberdade Intelectual da Associação Americana de Bibliotecas (ALA).
A ALA recebeu várias reclamações sobre o conteúdo s e x u a l e a violência da Bíblia. Algumas pessoas, por acreditarem na separação entre Igreja e Estado, também afirmaram que as bibliotecas não devem manter o livro.
Em 2017, o comediante Elijah Daniel decidiu publicar uma Bíblia "hella gay", que era essencialmente uma sátira.
O livro viu Deus ser substituído por Rihanna, Adão e Eva se tornando Adão e Steve e Satanás virou Donald Trump.
O livro se tornou um best-seller na Amazon. Nem precisamos dizer que muitos cristãos não estavam felizes com a sátira, então a Amazon realmente acabou banindo o livro.
Fontes: (Grunge)
Veja também: Livros que inspiraram crimes da vida real - de serial killers ao terror mundial
Muitos livros já foram banidos ao longo da história! E isso também aconteceu com o maior best-seller de todos os tempos: a Bíblia. O Livro Sagrado já foi redigido, adaptado e ensinado de muitas maneiras diferentes. Mas vários indivíduos, grupos e até países inteiros não estavam (e alguns ainda não estão) muito felizes com a Bíblia e, por isso, eles a censuraram pelas mais variadas razões.
Clique na galeria a seguir e descubra quando e por que a Bíblia foi censurada.
Censura da Bíblia: O que está por trás dessa história política e religiosa
De histórias de escravidão ao Nazismo
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