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Uma resposta aos "atos separatistas" -

Em 23 de maio de 2024, a China lançou dois dias dos chamados "exercícios de punição" em torno de Taiwan, no que disse ser uma resposta a "atos separatistas". Os exercícios militares conjuntos foram realizados pelo Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação do Povo Chinês e incluíram navios de guerra e aeronaves militares.

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Exercícios militares China-Taiwan -

Taiwan disse ter detectado um jato chinês, oito navios da marinha e quatro navios da guarda costeira ao redor da sua ilha. O Ministério da Defesa de Taiwan respondeu com a implantação de aeronaves, navios da marinha e sistemas de mísseis costeiros.

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Táticas de intimidação -

Os exercícios aconteceram poucos dias depois do novo presidente de Taiwan, Lai Ching-te, ter tomado posse. Ele apelou a Pequim para cessar as suas táticas de intimidação. Os seus comentários irritaram o poderoso vizinho da ilha, com a China prometendo eventualmente "unificar" Taiwan com o continente, usando a força se necessário.

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'Espada Conjunta 2024A' foi televisionada -

A China exibiu a cobertura noticiosa do exercício, com o codinome 'Espada Conjunta 2024A', em todo o país para divulgar as manobras militares. Mas por que existe tanta hostilidade entre Pequim e Taipé (ou Taipei)? Para responder a esta questão, temos de dar uma olhada na história complicada de Taiwan.

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A origem de Taiwan -

No século XVII, a ilha de Taiwan, também conhecida como Formosa, foi dividida entre reinos aborígenes e colonos chineses e europeus, principalmente os holandeses.

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Reino de Tungning -

O controle da Formosa holandesa foi assumido por Koxinga, um general Ming do sul, em 1662. Ele prontamente fundou o Reino de Tungning, também conhecido como Tywan pelos britânicos na época.

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Governo da dinastia Qing -

A ilha mudou de mãos novamente em 1683, após a sua conquista pelo imperador Kangxi, quando ficou sob o domínio da dinastia Qing. Kangxi tornou-a uma prefeitura da província de Fujian, no continente chinês, que fica de frente para o Estreito de Taiwan.

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Tratado de Shimonoseki -

Em 1895, depois de perder a Primeira Guerra Sino-Japonesa, a China cedeu Taiwan, entre outros territórios, ao Japão, assinando o Tratado de Shimonoseki.

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Incidente Tapani -

Para quem vivia na ilha, a vida sob o domínio japonês não foi feliz. Em 1915, um levante armado dos han taiwaneses e dos aborígenes foi brutalmente reprimido. Este acontecimento, que ficou conhecido como Incidente Tapani, provocou um nascente movimento cívico e político e os primeiros apelos silenciados à independência.

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Rebelião Wushu -

O tratamento dispensado pelo Japão à população aborígine de Taiwan sempre foi duro. As coisas chegaram ao auge em 1930 com a Rebelião Wushu. Os indígenas Seediq atacaram uma aldeia, matando mais de 130 japoneses. Em resposta, os ocupantes massacraram mais de 600 nativos Seediq em uma retaliação impiedosa.

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Segunda Guerra Mundial -

Durante a Segunda Guerra Mundial, o Japão transformou Taiwan em uma base naval e aérea. Como resultado, a ilha foi fortemente bombardeada por aeronaves americanas estacionadas em porta-aviões, incluindo o USS Hancock (foto).

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Sun Yat-sen e a fundação do Kuomintang -

Enquanto Taiwan estava sob domínio japonês, a República da China foi fundada na China continental em 1º de janeiro de 1912. A maior parte do país ficou sob o controle do Kuomintang chinês, um partido político fundado por Sun Yat-sen, que ainda hoje é reconhecido como o "Pai da Nação".

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Conferência do Cairo -

Em 1942, durante a guerra, o Kuomintang, baseado no continente, renunciou a todos os tratados com o Japão e exigiu a volta de Taiwan como parte de qualquer acordo pós-guerra. Este pedido foi aprovado pelos Aliados na Conferência do Cairo, no Egito, no ano seguinte.

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Fim do Império Japonês -

Antes de 1945, o Império Japonês abrangia a Coreia, a região russa de Sakhalin e Taiwan. No final das hostilidades, os Estados Unidos lideraram os Aliados na ocupação e reabilitação do Estado japonês. Taiwan foi colocada sob controle administrativo chinês.

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Incidente de 28 de fevereiro -

Dois anos mais tarde, o descontentamento com o governo centralizado do Kuomintang chegou ao ápice para o conflito que ficou conhecido como o Incidente de 28 de Fevereiro, ou o Massacre de 228. Os protestos antigovernamentais em Taiwan foram violentamente reprimidos, com milhares de mortos. O acontecimento alimentou ainda mais o ímpeto para um movimento de independência de Taiwan.

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Guerra Civil Chinesa -

A República da China, entretanto, estava em guerra há muito tempo com as forças do Partido Comunista Chinês (PCC). De fato, o conflito civil armado durava desde 1927, mas em 1949 os exércitos de Mao Zedong finalmente declararam vitória.

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Vitória comunista -

O triunfo comunista no continente, no que efetivamente foi uma revolução, levou à evacuação do governo do Kuomintang no continente para Taiwan, juntamente com cerca de dois milhões de refugiados.

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Lei marcial imposta -

Realocado e em estado de choque, o governo do Kuomintang impôs imediatamente a lei marcial em toda a ilha. O que se seguiu foi um período de repressão política de civis e dissidentes políticos de Taiwan, conhecido como Terror Branco. Os continentais, como o governo do Kuomintang era depreciativamente chamado, dominariam a ilha até 1987, quando a lei marcial foi finalmente suspensa.

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Reconhecimento como um governo legítimo -

Apesar da instabilidade interna, o governo da República da China, com sede em Taiwan, manteve o reconhecimento da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Ocidente como um governo legítimo de toda a China até a década de 1970. 

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Taiwan nos anos 1950 e 1960 -

Taiwan nas décadas de 1950 e 1960 desfrutou de prosperidade econômica e rápida de desenvolvimento industrial. Os EUA ficaram felizes em apoiar o Kuomintang e o seu regime de partido único, alegando que se opunham a qualquer ameaça comunista.

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Incidente de Kaohsiung -

No início da década de 1970, porém, o cenário político estava mudando. A ONU reconheceu a China comunista como governo único de todo o país. Em 1975, o primeiro-ministro de Taiwan, Chiang Ching-kuo, iniciou uma cautelosa política de liberalização. O tiro saiu pela culatra. Em 1979, a polícia matou manifestantes pró-democracia e prendeu todos os líderes da oposição. Esse acontecimento é lembrado como o Incidente de Kaohsiung.

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EUA rompem relações diplomáticas com Taiwan -

Em 15 de dezembro de 1978, o presidente americano Jimmy Carter anunciou que os Estados Unidos romperiam os laços com Taiwan e restabeleceriam as relações diplomáticas com a China. Em 1º de janeiro de 1979, Washington reconheceu oficialmente a República Popular da China.

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Lei marcial suspensa -

Em 1987, o presidente Chiang Ching-kuo finalmente aboliu a lei marcial em Taiwan. Pela primeira vez em décadas, as famílias foram autorizadas a visitar parentes no continente.

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Política de 'Taiwanização' -

O sucessor de Chiang Ching-kuo, Lee Teng-hui (foto), autorizou novas reformas como parte da sua política de "Taiwanização". Entre elas estava o relaxamento das restrições à língua e cultura nativas.

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Exercícios militares são retomados -

Eleições livres em 1996 levaram a China comunista a tentar interromper os procedimentos com uma série de testes de mísseis e exercícios militares na costa continental perto de Taiwan, num esforço para intimidar os eleitores.

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Esmagando a "ascensão viciosa" da independência -

A violência da China continuou no novo milênio. Aqui, soldados marcham na neve durante um exercício militar de cinco dias no noroeste da China em 2004, aparentemente para esmagar a "ascensão viciosa" da independência de Taiwan.

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Resposta na mesma moeda -

Taiwan respondeu na mesma moeda com a sua própria demonstração de força, realizando um exercício militar numa praia ao largo da cidade de Linkou, a sul de Taipé, em agosto de 2005, simulando uma invasão da China.

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Apoio pró-independência -

Embora Taiwan tenha levantado uma proibição de 50 anos ao comércio e investimento direto com a China em 2001, os anos 2000 foram marcados por um aumento de conflitos entre Taipé e Pequim. Em 2008, a visita de Chen Yunlin, o principal negociador da China em Taiwan, foi recebida com protestos barulhentos por parte de apoiantes pró-independência.

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Primeira reunião em 60 anos -

Em 11 de fevereiro de 2014, China e Taiwan realizaram a sua primeira reunião entre governos em mais de seis décadas. Este encontro importante aconteceu em Nanjing, quatro anos depois de as duas partes terem assinado um pacto de comércio livre histórico, visto como o acordo mais significativo em 60 anos de separação.

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Conversas históricas -

No ano seguinte, o presidente de Taiwan, Ma Ying-jeou, e o presidente da China, Xi Jinping, reuniram-se na Singapura para conversações históricas, a primeira reunião deste tipo desde o fim da Guerra Civil Chinesa e as nações divididas em 1949.

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Nancy Pelosi conhece Tsai Ing-wen -

As tensões aumentaram novamente quando a presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, visitou Taiwan em agosto de 2022 e se encontrou com a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen. Pequim recomeçou imediatamente exercícios militares conjuntos em torno da ilha e fechou canais de cooperação e diálogo com Washington.

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Uma nação soberana isolada -

Embora os Estados Unidos continuem prometendo apoio a Taiwan, em fevereiro de 2024 apenas 11 países, incluindo o Vaticano, reconheceram oficialmente Taiwan como um país soberano. Enquanto isso, a atitude temerária continua a prejudicar as relações entre a ilha e o continente.

Fontes: (BBC) (Council on Foreign Relations) (Carnegie Endowment for International Peace) (Reuters) (CNN) (World Population Review)

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