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Europa no século VIII -

Mais de 300 anos após a queda do Império Romano Ocidental em 476 d.C., a Europa no século VIII esteve no centro da turbulência entre tribos, reinos e estados em guerra. Com o Império Bizantino ainda prosperando no Oriente e o papado católico exercendo muita influência como sempre, o mundo dos estados e da política consistia principalmente em estados menores com fronteiras em constante mudança.

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Os Francos -

Particularmente poderoso entre essas culturas no início da Idade Média foi o estado germânico da Frância, lar dos Francos. Os estados francos gradualmente ganharam destaque após a queda do Império Romano e muitas vezes alegavam ser descendentes diretos da outrora grande civilização.

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Pepino, o Breve -

Carlos Magno não veio de uma longa linhagem de reis e governantes. Seu pai, Pepino, o Breve, nasceu filho de um Príncipe e serviu como prefeito do palácio do Rei dos Francos Quilderico III.

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Primeiro Rei dos Francos -

Em meados do século VIII, a posição de Rei dos Francos tinha um poder realmente limitado: era o prefeito do palácio que detinha a verdadeira autoridade em relação aos assuntos do reino. Em 751, Pepino, o Breve, apelou ao Papa Zacarias por seu apoio na deposição de Quilderico III, a fim de assumir o título de Rei dos Francos, mantendo o poder que já detinha como prefeito do palácio. A derrubada de Quilderico e a ascensão de Pepino, o Breve, ao poder total marcaram o fim da centenária Dinastia Merovíngia e o início da Dinastia Carolíngia.

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Carlos Magno e Carlomano -

Pepino, o Breve, teve dois filhos: Carlos, a quem o mundo conhece hoje como Carlos Magno, nasceu em 2 de abril de 747. O irmão mais novo de Carlos Magno, Carlomano nasceu em 751, no mesmo ano em que seu pai se tornou Rei dos Francos.

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A morte de Carlomano -

Após a morte de Pepino, o Breve, em 768, o reinado da Frância foi, ao mesmo tempo, passado para Carlos Magno e Carlomano, que governaram os francos juntos. No entanto, esta co-realeza teve uma curta duração. Carlomano morreu subitamente em 771, do que parecem ser causas naturais. Alguns, no entanto, especulam que o jovem Carlos Magno pode ter dado uma mãozinha na morte de seu irmão.

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Começa o reinado de Carlos Magno -

A morte de Carlomano deixou Carlos Magno sozinho no trono da Frância. Na tenra idade de 24 anos, Carlos Magno encontrou-se em uma posição de imenso poder e possibilidades.

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O casamento com Desiderata -

Pode-se dizer que a vida de conquista política de Carlos Magno começou com seu casamento com Desiderata, uma princesa lombarda, em 770. Este casamento formou uma aliança legal provisória entre os reinos da Frância e da Lombardia. O casamento, no entanto, não durou muito tempo.

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Hildegarda de Vinzgouw -

Após menos de um ano de casamento, Carlos Magno dispensou a princesa lombarda em favor de Hildegarda de Vinzgouw, também natural da Frância. Hildegard teve nove filhos com Carlos Magno.

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A conquista da Lombardia -

O súbito divórcio de Carlos Magno e Desiderata não só pôs fim à aliança legal de seu reino com a Lombardia, como também o colocou nas más graças de Tassilão III, pai de Desiderata e Rei da Lombardia. Carlos Magno voltou então sua lealdade para o recém-escolhido Papa Adriano I e liderou um exército de tropas francas para a terra da Lombardia, no norte da atual Itália. No verão de 774, Carlos Magno tomou com sucesso a capital lombarda de Pavia e foi coroado Rei da Lombardia pelo Papa Adriano.

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As Guerras Saxônicas -

As campanhas mais longas e influentes lideradas por Carlos Magno foram as Guerras Saxônicas, que se estenderam por quase três décadas. A rivalidade entre os francos e os saxões tinha séculos de idade, mas o desejo de poder de Carlos Magno despertou a hostilidade novamente.

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As Guerras Saxônicas -

Os francos, que estavam alinhados com a Igreja Católica desde a conversão do Rei Clóvis I em 496, travaram uma guerra não apenas de poder político, mas também de influência espiritual. Os saxões, que haviam se agarrado ferozmente às suas próprias crenças indígenas desde a ascensão do Cristianismo, eram submetidos a punições e subjugações intensas e implacáveis nas mãos de Carlos Magno. Depois que cada território foi dominado, Carlos Magno garantiu que os saxões fossem convertidos ao Cristianismo e batizados à força.

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A conquista da Espanha -

No século VIII, a Espanha estava sob influência muçulmana, com numerosas cidades-estados presas em batalha com o Califado Omíada, o que ameaçava a segurança de seus territórios do sul da Península Ibérica. Prometendo lealdade em troca de apoio militar, os governantes da Espanha Moura receberam Carlos Magno e seus exércitos em 778. Um tanto ingenuamente, Carlos Magno tentou conquistar toda a Espanha e, inicialmente, foi derrotado pelos mouros e pelos bascos de forma dura.

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A conquista da Espanha -

Após reagrupamento, Carlos Magno estabeleceu o Reino da Aquitânia sob o governo de seu filho de três anos, Luís, em 781. Logo depois, as forças francas conquistaram e garantiram com sucesso a maior parte da Península Ibérica superior.

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Carlos Magno no Mediterrâneo -

Apesar de Carlos Magno ter controlado a maior parte da costa italiana do Mar Mediterrâneo por quase toda a sua vida, todos os territórios mediterrâneos mais a leste o aludiram firmemente. A maioria das águas do Mediterrâneo era controlada por piratas sarracenos, que mantinham os exércitos francos em terra.

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Tomada da Baviera -

Carlos Magno fixou seus olhos no Leste Europeu pouco depois de garantir a Península Ibérica e grande parte da Europa Ocidental e Meridional. O Ducado da Baviera caiu sob as forças francas em 789, se tornano uma região anexada da Frância.

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Carlos Magno no Oriente -

Depois da Baviera, Carlos Magno foi novamente recebido com todas as forças pelos poderes e territórios pagãos. No entanto, as campanhas oriientais e eslavas da década de 790 provaram quase não precisar de esforço. Muitas culturas do Leste da Europa, dos eslavos aos sérvios (com a notável exceção dos croatas que nunca caíram diretamente sob o controle franco), se renderam e aceitaram a conversão cristã sem muita luta.

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O Império de Carlos Magno -

Nos últimos anos do século VIII, o Império Franco de Carlos Magno e seus estados dependentes se estendiam da costa ocidental do Atlântico até os estados eslavos do Oriente. Esse foi o maior território sob a autoridade de um único governante na Europa desde a queda do Império Romano Ocidental.

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Carlos Magno e o Papa Leão III -

No final do século VIII, havia apenas uma pessoa na Europa mais poderosa do que Carlos Magno: o Papa Leão III. O Pontífice, que estava perdendo influência sobre um mundo cristão unido para os imperadores do Império Bizantino, foi atacado por um grupo de católicos dissidentes em Roma em 799; os atacantes conseguiram ferir o olho do Papa e arrancar-lhe os cabelos. O Papa Leão III, cuja casa de Roma estava sob a proteção do Império Franco, fugiu em busca de Carlos Magno, um cristão leal, para proteção.

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A coroação de Carlos Magno -

Carlos Magno ajudou Leão III a retornar a Roma e restaurou a ordem nos Estados Pontifícios da Itália através de uma delicada diplomacia. Em 25 de dezembro de 800 d.C, Carlos Magno assistiu à missa na Basílica de São Pedro, onde o Papa Leão III o coroou, em nome de Deus e com testemunho das autoridades papais romanas, como Imperador dos Romanos.

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Uma nova Era na Europa -

Documentos da época sugerem que Carlos Magno não estava ciente do que deveria acontecer em São Pedro naquele dia, mas historiadores posteriores acham isso duvidoso. Certamente a nomeação de Carlos Magno como o primeiro imperador romano desde Rômulo Augusto foi uma decisão tomada entre Leão III e o próprio Carlos Magno. 

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Uma Europa unificada -

A antiga reivindicação dos francos como os únicos e verdadeiros descendentes do Império Romano recebeu então nova vida, e foi amplamente aceita pelos povos sob o governo de Carlos Magno. Antes mesmo de sua coroação, rumores sobre um novo tipo de unificação, um imperium Christianum (império cristão), espalharam-se, por anos, por todas as nações cristãs da Europa, tanto pelas recém-convertidas, quanto entre aquelas que seguiam Cristo há séculos.

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O nascimento do Sacro Império Romano -

Com uma nova marca de hegemonia romana e cristã estabelecida com sucesso, o Sacro Império Romano nasceu, com Carlos Magno como seu primeiro Sacro Imperador Romano.

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O legado de Carlos Magno -

O estabelecimento do Sacro Império Romano em 800 d.C. foi um grande ponto de virada na história europeia. Pela primeira vez em séculos, as potências políticas e espirituais da Europa Ocidental poderiam ser um oponente digno das potências oriientais bizantinas. Além disso, foi somente através das conquistas de Carlos Magno que a imagem da Europa tradicionalmente católica romana que conhecemos hoje começou a tomar forma.

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Reformas radicais -

As conquistas militares de Carlos Magno desaceleraram após o estabelecimento do Sacro Império Romano, mas suas ações em campo continuaram a fazer barulho por toda a sociedade. Muitas reformas sociais e estruturais foram postas em prática durante os primeiros anos do século IX, a maioria com foco na padronização da lei e do comércio.

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Os muitos filhos de Carlos Magno -

Carlos Magno era um pai notoriamente ativo. Ele teve nada menos que 18 filhos com sete parceiras, quatro das quais ele foi casado. Porém, apenas um filho nascido no casamento, Luís, o Piedoso, sobreviveu para tomar o lugar de Carlos Magno como Sacro Imperador Romano após a morte do grande unificador da Europa em 814.

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Progênie de prestígio -

A vida de Carlos Magno marcou uma nova Era na Europa, não só política e espiritualmente, mas também genealogicamente. Dizem que quase todas as casas da nobreza europeia estabelecidas após o reinado de Carlos Magno podem traçar sua ascendência até ele, incluindo a infame e imensamente influente Casa de Habsburgo.

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Progênie de prestígio -

Outra família notável que conta com Carlos Magno entre seus ancestrais é a Dinastia Capetiana, uma das casas nobres mais antigas e resilientes da história europeia. Também conhecida como a Casa da França, os capetianos governaram a França de 987 a 1792 e, novamente, de 1814 a 1848. Inúmeras ramificações e famílias se subdividiram da linha capetiana ao longo dos séculos, incluindo a família Bourbon-Anjou, que inclui a atual Família Real da Espanha.

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O ídolo de todo tirano -

Carlos Magno, cujo legado está eternamente entrelaçado com ideias de unificação europeia, hegemonia cultural e pureza religiosa, tem sido, sem surpresa, o modelo para muitos dos mais recentes aspirantes imperiais e hegemônicos da Europa, de Napoleão Bonaparte a Adolf Hitler.

Fontes: (History) (Britannica) (Mental Floss)

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