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Antes dos cassinos -

O sul de Nevada, onde a cidade de Las Vegas está, pode parecer um deserto inóspito, mas tem sido o lar de humanos há muito tempo. Gravuras rupestres mostram sinais de presença humana na área mais de 10.000 anos atrás. Membros da tribo Paiute habitaram a região até 700 d.C.

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Exploradores europeus -

A área foi descoberta pela primeira vez pelos europeus quando o grupo de expedição de Antonio Armijo se deparou com o Vale de Las Vegas em 1830. Ele estava em uma missão para criar uma rota comercial entre o México e a Califórnia na época. Rafael Rivera, outro membro do grupo, deu à área o nome "Las Vegas", que significa "os prados" em espanhol.

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Colonos mórmons -

Um grupo de mórmons tentou, sem sucesso, criar um assentamento lá em 1855. A terra acabou sendo tomada por um fazendeiro aplicado chamado Octavius D. Gass. Ele era dono de quase todo o Vale de Las Vegas até 1881 e é lembrado por alguns como o "pai de Las Vegas".

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Chegada da ferrovia -

Um pequeno assentamento se desenvolveu em Las Vegas nas décadas seguintes. Em 1905, a ferrovia chegou, conectando a pequena cidade à principal rede ferroviária do país e incentivando o desenvolvimento do local.

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O novo "Velho Oeste" - Em 1905, os moradores de Las Vegas votaram e decidiram se tornar uma cidade oficialmente incorporada. No entanto, uma grande contingência votou contra essa mudança, dando ao lugar uma reputação de cidade que ainda tinha inclinações de "Velho Oeste". Isso fez parte do que atraiu mafiosos empreendedores.

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Destino de divórcios -

Outra característica atraente de Las Vegas foi a disponibilidade de divórcios rápidos. A partir do início dos anos 1900, Vegas ficou conhecida como um lugar onde casais podiam ir para obter seus divórcios tratados rapidamente graças às leis mais leves de Nevada referentes a casamentos. O lado oposto a isso, ou seja, os casamentos rápidos, também provaria ser um grande atrativo no futuro.

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Proibição -

O jogo foi banido em Nevada em 1909 e a Proibição foi introduzida em todo o país em 1920. Em vez de reduzir o apelo da cidade, isso ofereceu a oportunidade perfeita para cassinos subterrâneos ilegais e bares clandestinos surgirem.

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Jim Ferguson se muda para lá -

Um dos primeiros gângsteres a se instalar em Las Vegas foi um homem chamado Jim Ferguson. Ferguson teria conhecido uma senhora chamada Vera Magness, que queria montar sua própria casa de moças da vida. Então, ele a levou para Las Vegas, onde ambos começaram a executar negócios ilegais bem sucedidos em meretrício, contrabando e jogo.

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Um grande ano para Vegas -

Em 1931, a proibição do jogo foi suspensa e a construção da Represa Hoover, localizada nos arredores de Las Vegas, começou. Este projeto maciço levou milhares de trabalhadores para a área, todos buscando vida nova e entretenimento. Fremont Street era a única rua pavimentada em Las Vegas e foi rapidamente preenchida com pequenos cassinos, locais de showgirls e, eventualmente, bares legalizados.

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As famosas luzes -

A represa foi concluída em 1936 e a energia hidrelétrica gerada por ela foi usada para acender os primeiros sinais piscantes dos cassinos de Las Vegas.

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El Rancho -

Um cassino chamado El Rancho foi o primeiro estabelecimento a ser construído na Rodovia 91, um local que viria a ser conhecido como Las Vegas Strip. Assim como muitos cassinos, El Rancho acabou sob propriedade da máfia alguns anos depois.

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Bugsy Siegel e sua visão -

Jim Ferguson pode ter sido o primeiro chefe da máfia de Las Vegas, mas foi Bugsy Siegel quem imaginou a cidade que vemos hoje. Siegel era um mafioso de Nova York e trabalhava para o famoso Meyer Lansky, que o enviou para a Costa Oeste na década de 1940 como forma de expandir seus negócios de apostas. Siegel supostamente sonhou em montar um oásis de jogo no deserto perto de Los Angeles, o que acabou levando ele a Las Vegas.

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Um sonho realizado -

Em 1946, Siegel abriu o cassino Flamingo com investimento de Lansky (supostamente dinheiro de drogas que ele havia gerado no México). Foi o primeiro cassino no estilo resort a oferecer uma experiência de luxo digna da elite de Hollywood.

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O Flamingo -

O Flamingo era apenas o terceiro cassino na Las Vegas Strip. O conjunto de alta classe recebeu dezenas de celebridades em sua noite de abertura e consistentemente reservava os melhores talentos para se apresentar em seu salão principal.

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Seguindo o exemplo -

Em meados da década de 1940, a máfia se instalou de vez em Las Vegas e ficou lá por 50 anos. Muitas organizações diferentes do crime organizado começaram a seguir a tendência de construir cassinos.

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O assassinato de Siegel -

Embora a visão de Siegel para a cidade tenha sido cumprida, o mafioso não viveu para vê-la. Ele foi morto a tiros em sua casa em Beverly Hills em 20 de junho de 1947. Acredita-se que o ataque tenha sido ordenado por seu parceiro de negócios, Meyer Lansky (foto). O orçamento original para o Flamingo era de US$ 1,5 milhão, mas acabou custando US$ 6 milhões, provavelmente porque Siegel estava roubando fundos e depositando o dinheiro em contas bancárias na Europa em nome de sua namorada, Virginia Hill.

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O boom militar -

O deserto de Nevada era um local popular para atividades militares, o que naturalmente cresceu com a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria. Isso deu a Las Vegas um impulso na quantidade de visitantes por várias décadas. Mais de 100 bombas nucleares foram detonadas no famoso Local de Testes de Nevada entre 1951 e 1963, e os visitantes de Las Vegas frequentemente viam nuvens de cogumelos de suas janelas de hotel.

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Chicago chega a Las Vegas -

Na década de 1950, o infame grupo do crime organizado conhecido como Chicago Outfit começou a estabelecer cassinos em Las Vegas. Eles abriram alguns dos clássicos mais famosos de Vegas, incluindo o Stardust, o Desert Inn e o Riviera. Outra organização com sede em Chicago abriu os cassinos Hacienda, Sahara e Fremont na década de 1960.

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Convidados famosos -

O Stardust em particular era um famoso ponto de encontro para o grupo de astros famosos, conhecido como Rat Pack, que incluía Frank Sinatra, Dean Martin e Sammy Davis Jr. Muitos rumores surgiram de eles teriam conexões com a máfia, alguns desses burburinhos até foram confirmados.

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Uma metrópolis em crescimento -

Em 1954, Las Vegas estava atraindo mais de oito milhões de turistas por ano, fascinados pela opulência acessível do lugar e shows incríveis como de Elvis Presley e Liberace.

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Mr. Las Vegas -

Há inúmeras histórias que mostram o quão profundamente conectada a cidade de Las Vegas está com a máfia. Um gângster chamado Moe Dalitz assumiu o Desert Inn em 1950. Ele se tornou tão fundamental na construção da cidade ao que ela é hoje que até ficou conhecido como "Mr. Las Vegas".

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O Robin Hood de Las Vegas -

Além de administrar cassinos, Dalitz também ajudou a financiar o que hoje é a Universidade de Nevada, além de angariar US$ 1 milhão com a Aliança dos Caminhoneiros para construir o Hospital Sunrise e contribuir para muitas causas de caridade. Em 1976, este mafioso em particular foi nomeado Humanitário do Ano!

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Jimmy Hoffa e o Caesars Palace -

Outro gângster famoso que teve conexões com Las Vegas foi Jimmy Hoffa, o infame líder sindical dos Caminhoneiros que estava profundamente envolvido no crime organizado. Sob a liderança de Hoffa, os Caminhoneiros investiram em vários cassinos de Las Vegas através de seus fundos de pensão.

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Jimmy Hoffa e o Caesars Palace -

O maior cassino em que investiram foi o Caesars Palace, que talvez ainda seja o cassino mais icônico de Las Vegas. Curiosamente, Frank Rosenthal, outro gângster famoso, era empregado de apostas do Caesars. Rosenthal foi interpretado por Robert De Niro no filme 'O Irlandês"'(2019), de Martin Scorsese, e Jimmy Hoffa por Al Pacino.

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Anthony John Spilotro -

Outro notório gângster de Las Vegas foi Anthony Spilotro, apelidado de Tony the Ant (Tony, o Formiga) pela imprensa. Spilotro era membro da gangue Chicago Outfit e chegou a Las Vegas em 1971. De acordo com o Los Angeles Times, houve mais assassinatos ao estilo máfia na cidade durante os primeiros três anos após sua chegada do que nos últimos 25 anos juntos.

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Anthony John Spilotro -

Spilotro talvez fosse a última pessoa em Las Vegas que alguém gostaria de conhecer num dia ruim. Ele foi a inspiração para o personagem de Joe Pesci no filme de Scorsese de 1995 'Cassino'. Spilotro foi morto em 1986, supostamente por comandar seus próprios esquemas sem pagar os chefes. Além disso, ele tinha um caso com a esposa de Frank Rosenthal.

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A virada de Frank Cullotta -

A década de 1980 viu um declínio no domínio da máfia sobre Las Vegas. Isso foi parcialmente provocado pela virada de Frank Cullotta. Cullotta trabalhou com Anthony Spilotro, formando uma equipe de roubo conhecida como Hole in the Wall Gang. Ele foi preso em 1981 e virou a casaca, tornando-se um informante do FBI contra seus associados.

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A virada de Frank Cullotta -

Cullotta confessou pessoalmente mais de 300 crimes e entregou informações sobre pessoas como Anthony Spilotro (foto no tribunal), bem como de vários outros poderosos chefes da máfia. Seu testemunho levou à prisão de muitas figuras importantes de Las Vegas, contribuindo para a diminuição da presença do crime organizado na cidade.

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Entra Howard Hughes e o mega-cassino -

Outro fato que contribuiu para a máfia perder sua força foi a chegada de investidores fortes como Howard Hughes. Hughes se interesseu por Las Vegas na década de 1960 e comprou cassinos como o Desert Inn. Empresários como ele tiraram os cassinos das mãos da máfia e começaram a transformá-los em conglomerados corporativos. Em 1989, o primeiro mega-resort da cidade foi inaugurado: o Mirage.

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Las Vegas hoje -

A versão de Las Vegas criada por pessoas como Howard Hughes é a que conhecemos hoje. Apesar de ainda receber o apelido de "Cidade do Pecado" ou "Sin City" por uma infinidade de razões, o crime organizado não está mais no topo da lista.

Fontes: (History) (Biometrica) (National Crime Syndicate) (Far & Wide)

Veja também: Famosos que se casaram na "Cidade do Pecado"

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