A mineração de diamantes provavelmente começou na Índia séculos atrás, em lugares como Poonah (atual cidade de Pune).
Até o século 18, a mineração aluvial na Índia era a única fonte de diamantes no mundo.
No início do século 18, a descoberta da existência de diamantes no Brasil levou os senhores a colocarem seus escravos para trabalharem na mineração de leitos de riachos em busca da valiosa pedra preciosa.
Os escravos também eram encarregados de lavar os diamantes, uma tarefa árdua vigiada de perto por supervisores armados.
Os proprietários de escravos brasileiros prosperaram durante o auge da mineração de diamantes na América do Sul. O Brasil destacou-se como o principal mercado das Américas para escravos africanos. Ao longo dos séculos 17 e 19, aproximadamente 10 milhões de africanos foram transportados para o país como escravos.
Os diamantes extraídos por meio de trabalho escravo renderam grandes fortunas a proprietários de terras inescrupulosos. Em estado bruto e sem lapidação, o mineral coletado era geralmente transportado por um mulas pela selva e tinha a escolta de uma guarda militar.
O comércio de diamantes no Brasil prosperou durante o século 19. Mas, em meados de 1800, outro local estava rapidamente se tornando o preferido para a mineração desse valioso mineral: a África.
A mineração de diamantes na África Central e do Sul começou na segunda metade do século 19. O primeiro diamante aluvial registrado foi descoberto no final de 1866 ou início de 1867 na fazenda De Kalk, perto do Rio Orange, no Cabo Setentrional (África do Sul).
A descoberta de diamantes na África do Sul desencadeou a exploração em larga escala dos depósitos primários de diamantes de kimberlito, uma rocha que contém diamantes em sua matriz. A fazenda Bultfontein (foto) tinha esse nome quando foi descoberto um kimberlito, onde as pedras preciosas foram encontradas.
Uma das mais famosas minas de diamantes do mundo, Kimberly iniciou suas operações no início de 1870. Sua fundação levou à grande corrida de 1871, quando cerca de 10 mil pessoas foram para os recém-descobertos campos de diamantes da África buscar as pedras preciosas.
A mina de Kimberly, na África do Sul, ficou ativa de 1871 a 1914. Conhecida como Big Hole ('O Grande Buraco' em português), ela se situava em um terreno que anteriormente pertencia a dois colonizadores holandeses, os irmãos Diederik e Nicolaas de Beer.
Depois que os diamantes foram descobertos no Big Hole em 1871, os irmãos De Beer foram pressionados a venderem suas terras para o governo britânico. Posteriormente, Cecil Rhodes foi encarregado da operação de mineração. Em 1888, ele fundou o De Beers Diamond Consortium (Consórcio de Diamantes De Beers).
Em 1888, Cecil Rhodes e um parceiro de negócios, Charles Rudd, fundaram a De Beers Consolidated Mines, uma iniciativa que o levou a assumir o controle de todas as minas ao redor de Kimberley. Rhodes, um imperialista implacável, logo receberia muitas críticas por suas crenças políticas e opiniões racistas.
Cinco anos após a descoberta inicial de diamantes aluviais na África do Sul, enormes quantidades dessas pedras valiosas estavam sendo recuperadas de fontes de kimberlito, mas a extração dessa riqueza mineral tinha um preço. O trabalho era difícil e perigoso, e as vidas dos habitantes locais que trabalhavam nas profundezas do subsolo se perdiam em um ritmo alarmante.
Em 1907, o diamante Cullinan foi descoberto. Pesando impressionantes 3.106 quilates (621,20 g), esse continua sendo o maior diamante bruto com qualidade de gema já encontrado. Ele foi posteriormente cortado em pedras menores, algumas das quais fazem parte das joias da Coroa da Família Real Britânica.
Cullinan produziu pedras de vários cortes e tamanhos, sendo a maior delas denominada Cullinan I, ou a 'Grande Estrela da África'. A Cullinan II é conhecida como a 'Segunda Estrela da África'. Ambas fazem parte das joias da Coroa do Reino Unido. Na foto, a Rainha Mary usa as Cullinans I e II como um b roche em seu peito. A soberana também está usando o diamante Koh-i-Noor.
O Koh-i-noor é um dos maiores e mais polêmicos diamantes lapidados do mundo, pesando 105,6 quilates (21,12 g). É interessante notar que ele não é de origem sul-africana, na verdade, a pedra foi encontrada na Índia. A preciosidade está em exposição na Torre de Londres, na coroa da falecida Rainha Elizabeth, a Rainha Mãe. Durante décadas, a Índia exigiu a devolução do diamante, alegando que ele havia sido roubado. No entanto, em 2018, o Serviço Arqueológico da Índia (Archaeological Survey of India) confirmou que a pedra foi legitimamente entregue aos britânicos em 1846.
Aproximadamente 49% dos diamantes são originários da África Central e do Sul. A África do Sul é o país produtor de diamantes mais importante do continente africano, e a mina de diamantes Venetia (foto) é um dos maiores produtores do mundo em volume.
Em outros lugares do continente, os diamantes estão associados a conflitos. Os chamados diamantes de sangue são aqueles extraídos em uma zona de guerra e vendidos para financiar uma rebelião, os esforços de guerra de um exército invasor, o terrorismo ou as atividades criminosas de um senhor da guerra.
Os países acusados pelo Sistema de Certificação do Processo de Kimberley de minerar diamantes de sangue incluem Libéria (foto), Costa do Marfim, Serra Leoa, Guiné, Guiné-Bissau e República Democrática do Congo.
Angola também está na lista. No auge da Guerra Civil Angolana, na década de 1980, os relatórios estimam que até 21% da produção total de diamantes do país estava sendo vendida para fins ilegais, e 19% era especificamente de natureza conflituosa. A guerra de 27 anos matou meio milhão de pessoas e deslocou outras quatro milhões antes de um cessar-fogo ser declarado em abril de 2002.
A Austrália é produtora de diamantes desde o século 19. De acordo com o Australian Museum, o maior diamante encontrado até agora no país foi extraído da mina Merlin, no Território do Norte, em 2003, e pesava 104,73 quilates (20.946 g). A mina Argyle, agora desativada, na Austrália Ocidental, já foi a maior produtora de diamantes do mundo em volume (14 milhões de quilates em 2018). Ela encerrou suas atividades em 2020.
O Canadá é um membro relativamente novo entre os países produtores de diamantes do mundo. A mina de diamantes Ekati, a primeira do país, está em operação desde 2010. Já a mina de diamantes Diavik, fotografada aqui do ar, foi inaugurada em janeiro de 2003 e é uma das maiores minas de diamantes a céu aberto do mundo.
O Brasil ainda extrai diamantes, principalmente de fontes aluviais. Em 2017, a mina de diamantes Braúna foi inaugurada na Bahia, tornando-se a primeira mina do gênero na América do Sul desenvolvida a partir de um depósito de kimberlito, a principal rocha de origem do diamante.
Mir é uma mina de diamantes a céu aberto localizada em Mirny, República Sakha, na remota região siberiana do leste da Rússia. Operada pela Alrosa, a principal empresa de mineração e distribuição de diamantes da Rússia, a Mir é um dos 11 depósitos primários e 16 aluviais encontrados em todo o país. De acordo com a Globaldata, a Rússia foi o maior produtor de diamantes do mundo em 2022, respondendo por 31% da produção global.
Além dos já mencionados diamantes Cullinan e Koh-i-noor, outras pedras mundialmente famosas incluem o diamante Hope, de 45,52 quilates (9.104 g).
O diamante Sancy foi usado pelo Rei Carlos I (o Ousado) em 1470. Entre os antigos proprietários também está o Rei Manuel I de Portugal e Nicolas de Harlay, conhecido nobre francês do século 16. A gema de 55,00 quilates (1,00 g) está atualmente guardada no Museu do Louvre, em Paris.
A supermodelo somali-americana Iman usou o colar De Beers Millennium Star, com o maior diamante em forma de pêra sem falhas do mundo, pesando 203 quilates (4,6 g), no Festival de Cinema de Cannes em 2002. A propósito, a joia Millennium Star foi o alvo da "maior tentativa de roubo do mundo" no Millennium Dome de Londres em novembro de 2000.
Infelizmente, o que você vê na foto é uma réplica do diamante florentino. A linda pedra amarelo-limão não é vista desde 1911 e seu paradeiro é um completo mistério. O original consistia em 137,27 quilates (27,454 g) e pertenceu primeiramente à família Medici e, posteriormente, à corte de Habsburgo.
Fontes: (Gems & Gemology) (Jeweller Magazine) (Kimberley Process) (Globaldata) (CNN)
O brilhante diamante Tiffany de 128,51 quilates (25,07 g), com seu acabamento marrom-alaranjado, foi encontrado em Kimberley, na África do Sul, em 1878. A bela pedra preciosa ressurgiu em 2019, quando Lady Gaga usou a joia na Festa Pós-Oscar da Vanity Fair, em Los Angeles.
Os diamantes estão entre as pedras preciosas mais procuradas do planeta. Seu fascínio cintilante e seu valor impressionante os colocam no topo da lista das joias mais desejadas. Mas você já se perguntou como os diamantes são extraídos? A exploração desse valioso mineral tem suas raízes no século 18. E, embora seja um negócio altamente regulamentado nos dias de hoje, a mineração de diamantes nem sempre teve legitimidade.
Ainda na atualidade existem aqueles que bancam os chamados diamantes de sangue especificamente para financiar conflitos e atividades criminosas. Mas quando começamos a perceber o altíssimo valor dessa pedra preciosa e quem é hoje o maior produtor de diamantes do mundo?
Clique na galeria e conheça a fascinante história da mineração de diamantes.
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