Is it even in the Bible?
Muitos de nós estão familiarizados com os conceitos de céu e inf-rno, mas e quanto ao purgatório? O que é, realmente? Isso é algum espaço intermediário, como uma sala de espera para almas pecadoras que não ganharam uma passagem direta para o céu? E se sim, como alguém acaba lá? Além disso, esse local de passagem sequer é mencionado na Bíblia?
Nesta galeria, mergulhe na história do purgatório.
Purgatório é o lugar onde as almas dos mortos esperam para entrar no céu. Estas são as almas daqueles que aceitam a Deus, mas que não estão livres do pecado. Como tal, é considerado um local de punição e purificação temporária.
As almas das pessoas "que morrem na graça e na amizade de Deus, mas ainda imperfeitamente purificadas" terminarão no purgatório, de acordo com o 'Catecismo da Igreja Católica'.
O texto define ainda o purgatório como uma "purificação, de modo a alcançar a santidade necessária para entrar na alegria do céu", e também observa que "esta purificação final dos eleitos … é totalmente diferente da punição dos condenados".
Por cerca de um milênio, os cristãos não tinham certeza do que aconteceria com suas almas quando morressem. Claro, os santos iriam para o céu e os pecadores irredimíveis iriam para o inf-rno. Quanto a todos os outros? Eles enfrentariam um "julgamento final".
Não foi até o século XII que a Igreja latina medieval surgiu com o conceito de purgatório. Isso significava que as pessoas morreriam e iriam para o purgatório para pagar por seus pecados até que ficassem puras o suficiente para entrar no céu.
O primeiro registro escrito sobre o purgatório pode ser encontrado no livro 'Sentenças', escrito pelo teólogo e bispo francês Pedro Abelardo por volta de 1150.
Não há referência ao purgatório na Bíblia, mas aqueles que acreditam nele e o pregam argumentam que nem palavras como "trindade" e "encarnação" estão lá, mas que os conceitos são, no entanto, compreendidos.
Embora não seja feita uma referência direta ao purgatório, pode-se argumentar que algumas passagens podem ser interpretadas como referindo-se ao purgatório. Um exemplo inclui 2 Macabeus 12:43–45, que faz referência a orações pelos mortos.
A teoria é que as orações pelos mortos só fazem sentido se essas almas precisarem ser salvas, o que reforça a ideia de um lugar como o purgatório.
Os Pais (ou Fundadores) da Igreja são frequentemente mencionados quando as origens do purgatório são questionadas. Por exemplo, no livro de Agostinho de Hipona 'A Cidade de Deus', publicado em 426 EC, a seguinte passagem pode ser encontrada: "Mas daqueles que sofrem punições temporárias após a morte, nem todos estão condenados às dores eternas que se seguirão ao julgamento; pois para alguns, como já dissemos, o que não é remitido (perdoado) neste mundo é remido (libertado, salvo) no próximo, ou seja, eles não são punidos com o castigo eterno do mundo vindouro".
Existem outras referências a orações pelos mortos em obras como os 'Atos de Paulo e Tecla', 'Epitáfio de Abércio' e 'A Paixão de Santa Perpétua e Santa Felicidade', entre outras. Todos esses textos datam dos séculos I e II EC.
O conceito de purgatório precede o cristianismo. Os judeus ortodoxos também acreditam em uma purificação final. O Kaddish do Enlutado é uma oração para a purificação da alma de um ente querido, que é rezada durante 11 meses após a morte da pessoa.
O conceito de purgatório é reservado aos cristãos católicos e ortodoxos. As denominações protestantes não seguem a doutrina.
Os críticos da Igreja Católica argumentaram que o conceito de purgatório ajudou a Igreja a acumular grande riqueza. Uma maneira de fazer isso é por meio de missas memoriais pelos mortos. Quem iria querer que seu ente querido falecido ficasse no purgatório indefinidamente, certo?
Se alguém acaba no purgatório, como funciona todo o processo de purificação, afinal? Bem, existem algumas maneiras de acelerar o processo e levar a alma para o céu. Uma delas é através das indulgências.
Antigamente, as indulgências eram documentos físicos vendidos por membros do clero a pessoas que desejavam se absolver de seus pecados. Então, basicamente, alguém poderia comprar uma passagem para sair do purgatório e ter entrada prioritária no céu.
Existem, no entanto, outras maneiras de reduzir o tempo no purgatório. Na ausência de indulgências compradas, o sofrimento, o sacrifício e as boas obras podem ajudar na remissão da pena.
Peregrinações a locais sagrados, missa, confissão e atos de piedade, como rezar o rosário, ler as escrituras e adoração eucarística, podem ajudar.
Os comedores (ou devoradores) de pecados comeriam (literalmente) os pecados de uma pessoa morta. Se alguém estava em seu leito de morte, carregava pecados não confessados e falecia, então um comedor de pecados era a única chance que a pessoa tinha de evitar o purgatório. O processo envolvia colocar um pedaço de pão na região do p e i t o da pessoa para absorver todos os seus pecados e depois comê-lo.
O purgatório não é apenas um lugar de sofrimento. Deus perdoa as almas do purgatório. "O papel do sofrimento é desfazer o dano que causamos", comenta Robert Corzine, vice-presidente de Programas e Desenvolvimento do St. Paul Center for Biblical Theology.
Apesar das representações de fogo em obras de arte sobre o conceito de purgatório, o sofrimento no purgatório não é uma dor física real. "O fogo pelo qual somos purificados é um ardor interior pelo amor de Deus", explica a autora Susan Tassone.
"Imediatamente após a morte, as almas do purgatório viram Deus em toda a sua glória. Eles viram seu amor, sua bondade e os planos que ele tinha para nós. E eles anseiam por isso. Eles queimam por isso, com um desejo que supera o calor de qualquer fogo terrestre", acrescenta Tassone.
A obra clássica de Dante, 'A Divina Comédia', faz referência ao purgatório como um lugar onde as almas sofrem voluntariamente (ao contrário do inf-rno). Eles não mostram autopiedade e se regozijam em seu sofrimento. Como diz o padre Dwight Longenecker: "Qualquer coisa que valha a pena requer dor para progredir, mas é dor com uma recompensa no final".
As almas do purgatório saberão quando alcançarão a salvação e irão para o céu.
Os crentes deveriam orar pelas almas dos mortos enquanto vão para o purgatório, mas o que muitos não sabem é que o oposto também é considerado verdadeiro. As almas dos que estão no purgatório também rezam pela salvação dos vivos. "Essas almas tornam-se como nossos segundos anjos da guarda, colocando-nos sob sua proteção", diz Tassone.
Uma vez que uma pessoa falece e a alma deixa o corpo, ela se torna indefesa, então apenas os vivos podem ajudar a acelerar sua permanência no purgatório.
"Precisamos ser ávidos de graças para as almas do purgatório", aponta Tassone. "É por isso que eles precisam de nossas orações – o rosário, a adoração, a Via Sacra e, acima de tudo, a missa. As missas que oferecemos pelas almas do purgatório são a melhor coisa que podemos fazer pelos nossos queridos mortos. Isso porque a missa é a forma mais elevada de adoração, a forma mais elevada de oração", acrescenta.
As almas do purgatório não sofrem sozinhas. Elas têm a companhia das almas de outros crentes. Estão todos unidos em Cristo.
Somente os santos que estão livres do pecado ganham entrada instantânea no céu, mas o processo de purificação no purgatório pode transformar as almas daqueles que pecaram em santos.
Fontes: (Time) (Catholic Answers) (Catholic Exchange) (Our Sunday Visitor) (Britannica)
O que é o Purgatório e por que não há nada sobre esse lugar na Bíblia
Será que é um lugar bom ou ruim?
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Muitos de nós estão familiarizados com os conceitos de céu e inf-rno, mas e quanto ao purgatório? O que é, realmente? Isso é algum espaço intermediário, como uma sala de espera para almas pecadoras que não ganharam uma passagem direta para o céu? E se sim, como alguém acaba lá? Além disso, esse local de passagem sequer é mencionado na Bíblia?
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