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Origens da berlinda -

Berlindas estavam em uso na Europa já no século VIII d.C. Porém, provavelmente, estavam sendo usadas há mais tempo na Ásia. Na Idade Média, a berlinda tornou-se uma forma comum de punição corporal.

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Um dispositivo para dissuadir os infratores da lei -

Do período medieval até o início do século XIX, os criminosos que evitavam o laço do carrasco poderiam, em vez disso, receber sua punição na berlinda. O instrumento, no entanto, era mais prontamente usado para conter pequenos infratores da lei.

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Castigo corporal -

De fato, o uso de berlindas (que podiam prender tanto as mãos e cabeça, como os pés do infrator) era uma das formas favoritas de punição na Era Medieval. Normalmente, o meliante, um pequeno ladrão, por exemplo, era ridicularizado em público como um remédio contra ofensas menores. Comerciantes desonestos eram muitas vezes colocados no dispositivo com as mercadorias ofensivas em volta do pescoço. Nesta ilustração, no canto direito, uma berlinda de dedo também é vista sendo aplicada a um ladrão.

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Berlinda de dedos -

A berlinda de dedo, como o próprio nome dá a entender, era empregada como meio de prender o dedo em um bloco de madeira. Os ladrões podiam esperar esse tipo de punição, embora o castigo também fosse aplicado nas igrejas para ofensas menores, como, por exemplo, não prestar atenção durante o sermão.

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Degradante e doloroso -

A berlinda foi projetada para ser forte o suficiente de forma que prendesse os infratores, mas sem que houvesse perigo para seus corpos. Por volta de 1600, no entanto, o instrumento tornou-se simbólico de alguma retribuição verdadeiramente degradante e dolorosa. Em 1637, o advogado inglês e proeminente oponente puritano da política da Igreja, William Prynne, foi preso por escrever um livro atacando a Igreja Anglicana. Ele foi posteriormente julgado, preso e sofreu a amputação de ambas as orelhas enquanto estava contido em uma berlinda.

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John Lilburne -

O agitador político inglês do século XVII, John Lilburne, acabou subjugado numa berlinda por imprimir e distribuir livros sem licença. Mas, antes disso, ele foi açoitado pelas autoridades e depois arrastado pelas mãos amarradas à parte traseira de um carro de boi da Fleet Prison até a berlinda em Westminster.

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Berlinda nas Américas -

A berlinda foi usada nas colônias americanas com regularidade alarmante. Este panfleto de Charlestown do início do século XVII informa ao público que Magnus Mode, Richard Hodges e J. Newington Clark devem, cada um, ter uma de suas orelhas cortadas antes de serem "chicoteados 20 vezes".

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James Nayler -

De volta à Inglaterra, o líder Quaker inglês, James Nayler, foi acusado de blasfêmia depois que reencenou a entrada de Cristo no Domingo de Ramos em Jerusalém, entrando em Bristol num cavalo. Por sua profanidade, Nayler passou duas horas na berlinda em Westminster, e foi chicoteado pelo carrasco até o prédio da Antiga Bolsa. Lá, ele suportou mais duas horas na berlinda, durante as quais teve sua língua ferida com ferro quente.

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Humilhado até a morte -

Às vezes, era a raiva de uma multidão reunida que selava o destino de uma pessoa na berlinda. Em 1732, o assaltante e perjurador John Waller foi morto enquanto era ridicularizado em Londres, vítima de um ato de vingança.

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Titus Oates -

Em outro episódio notório, o padre inglês Titus Oates foi preso por insubordinação em agosto de 1681, depois de fabricar a "Conspiração Papal", uma suposta conspiração católica para assassinar o Rei Carlos II. Oates foi colocado na berlinda do portão do Westminster Hall, onde o público atirou ovos nele. No dia seguinte, ele foi amarrado a um carrinho e chicoteado por um longo caminho. A mesma punição foi aplicada no terceiro dia, quando ele foi levado para Tyburn.

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Daniel Defoe -

Nem todo mundo enfrentou uma experiência pública tão dolorosa e humilhante. O romancista e jornalista inglês, Daniel Defoe, mais conhecido como o autor de 'Robinson Crusoé', foi condenado à berlinda em 1703 por difamação insubordinada. Defoe, no entanto, era considerado um herói nacional pela multidão e foi "apedrejado" com flores frescas.

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Todos na berlinda -

Mulheres também eram presas no dispositivo. Em meados do século XVIII, crimes como desvio de propriedade do Estado e fraude tinham essa pena. Nesta imagem, uma mulher é vista amarrada à berlinda com os detalhes de seu delito presos ao tronco.

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Sem distinção de classe -

O abastado comerciante e político inglês, Christopher Atkinson, se viu em apuros depois de ser condenado por perjúrio em 1783. Ele acabou na berlinda em Londres, à vista de uma multidão depreciativa. Atkinson não ficou ferido, porém, mais tarde, foi forçado a renunciar à Câmara.

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A berlinda na caricatura -

Os caricaturistas do século XVIII eram impiedosos em suas representações daqueles que haviam sido ridicularizados – e até mesmo daqueles que não tinham. Em 1784, o parlamentar inglês Sir Cecil Wray foi ridicularizado por sua política de "cerveja pequena" - um imposto especial de consumo determinado pelo preço de atacado - e por defender os direitos da Câmara. Ele prontamente se viu no centro do palco em uma das famosas charges políticas de James Gillray.

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Envergonhados com nome e sobrenome -

Albinia, Condessa de Buckinghamshire (à esquerda) e Lady Sarah Archer também foram vítimas das sátiras políticas e sociais gravadas de Gillray. As duas celebridades britânicas do século XVIII são vistas aqui ridicularizadas enquanto a multidão joga vegetais podres nelas. As duas mulheres foram denunciadas às autoridades por jogarem faro (um jogo de azar francês que usa cartas) ilegalmente e foram posteriormente multadas.

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Dispositivos de humilhação semelhantes -

Historiadores sugerem que a berlinda já estava em uso na Ásia muito antes de sua chegada à Europa. Na China, um cangue ou tcha, uma espécie de berlinda portátil, era usado para punir criminosos. O cangue ainda estava em uso até o início do século XX.

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Violino de pescoço -

Neste desenho alemão, duas mulheres são vistas usando um Violino de pescoço conectado, um dispositivo semelhante a uma berlinda onde os pulsos são trancados na frente da pessoa amarrada por uma placa articulada ou barra de aço. Era um castigo público medieval para as mulheres "briguentas".

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Berlinda de barril -

A berlinda de barril era usada por várias culturas como outra forma de castido por ridicularização. Na Inglaterra, era muitas vezes chamada de "manto de bêbado", já que era empregada como forma de humilhar os irremediavelmente embriagados. Seu uso no Extremo Oriente era mais sinistro: qualquer um poderia ser forçado a usar o barril e ficar efetivamente incapacitado e dependente de outras pessoas para ter comida e água.

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Les Halles de Paris -

No início do século XIX, a berlinda foi restrita na Inglaterra à punição por perjúrio ou suborno. Mas em outras partes da Europa, como na França, por exemplo, onde o instrumento era conhecido como carcan, a berlinda permaneceu como um dispositivo quase que de tortura. Na foto está o infame carcan em Les Halles de Paris.

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Esporte para espectadores rudes -

Apesar das restrições sobre como poderia ser usada, a berlinda ainda representava para muitos uma oportunidade de desfrutar de um local de entretenimento ao ar livre. Alguns dispositivos foram projetados para acomodar até quatro indivíduos, o que, para as multidões zombeteiras, significava mais lama, vegetais podres e outras matérias em decomposição para lançar sobre as vítimas infelizes. 

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Berlinda de Charing Cross -

A berlinda mais famosa de Londres ficava em Charing Cross, ao sul de Trafalgar Square. Aqui, o sucesso da punição e da humilhação dependia em grande parte da reação do público: quanto maior a atmosfera de festa, melhor o espetáculo. 

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Abolição na Inglaterra -

A berlinda foi formalmente abolida como forma de punição na Inglaterra e no País de Gales em 1837. No entanto, os dispositivos que prendiam somente os pés permaneceram em uso, embora muito raramente, até 1872.

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A América mantém a berlinda -

Porém, a retirada da berlinda em outros países demorou mais tempo. Nos Estados Unidos, o instrumento ainda estava sendo usado como uma forma regular de punição até o século XIX. Nesta ilustração, uma mulher é mantida na berlinda da prisão de Tombs, em Nova York.

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O poste de chicotadas -

O temido poste de chicotadas e berlinda na Prisão do Condado de New Castle, em Delaware, permaneceu em uso até 1901. Era uma das várias punições que os puritanos da Colônia da Baía de Massachusetts sofriam com frequência.

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Ainda popular na Europa -

Esta gravura de 1869 retrata a berlinda na cidade de Schwäbisch Hall, no estado alemão de Baden-Württemberg.

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Instrumentos de correção -

E em Williamsburg, Virgínia, EUA, as berlindas na prisão pública são retratadas nesta ilustração de 1842.

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América finalmente proíbe a berlinda -

A berlinda foi finalmente abolida em Delaware em 1905. Incrivelmente, a punição por chicote permaneceu nos estatutos do estado até 1972, embora a última chicotada realizada tenha ocorrido em 1952.

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Consignado à história -

Hoje, exemplos originais de berlinda servem como lembretes históricos de como a justiça já foi aplicada. Este dispositivo, projetado para que seu ocupante tivesse que se agachar, está na Torre da Prefeitura de Cracóvia, Polônia.

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Berlindas ainda de pé -

Esta antiga berlinda desgastada pelo tempo fica em uma praça na cidade antiga de Fredrikstad, na Noruega. De fato, muitas berlindas originais ainda podem ser encontradas em vários países, lembranças macabras da correção medieval.

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Atração moderna -

E, claro, a berlinda ainda é uma das atrações favoritas de feiras medievais em todo o mundo.

Fontes: (Britannia) (History Today) (Pillory History) (BBC)

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