A teoria de estresse familiar, desenvolvida pela primeira vez pelo sociólogo Reuben Hill em 1949, explora as mudanças dentro de uma dinâmica familiar que ocorrem em resposta a um evento estressante.
A teoria foi desenvolvida pela primeira vez no contexto da Segunda Guerra Mundial, quando Hill estava analisando como a separação e a reunificação induzidas pela guerra haviam impactado as famílias.
Ao fazer sua pesquisa, Hill percebeu que a separação e a reunificação eram crises no sistema familiar. Ele observou alguns padrões na forma como as famílias reagiam.
Em particular, ele notou que o acesso de uma família a recursos internos e externos, ou a falta deles, influenciaria a forma como seus membros interpretam e lidam com uma crise. A resposta à crise, por sua vez, influenciará o resultado.
A primeira coisa a entender quando se olha para a teoria de estresse familiar é que dentro de cada família existe um sistema familiar.
O sistema familiar inclui todos os membros da família e seus vários papéis, valores e expectativas, bem como suas respostas ao ambiente.
Cada sistema familiar é diferente. Por exemplo, em um sistema familiar, os pais podem ser responsáveis por todos os papéis de cuidadores, enquanto em outro sistema familiar algumas dessas responsabilidades podem recair sobre o filho mais velho.
Famílias diferentes podem ter expectativas diferentes quando se trata de ocupações ou educação. Em algumas famílias, pode ser tabu não frequentar a universidade, por exemplo, enquanto em outras pode haver uma expectativa de entrar no negócio da família.
Além da variedade de sistemas familiares possíveis, há uma variedade de respostas possíveis a um evento estressante. Isso inclui atos como gritar e acusar ou até mesmo se aproximar com curiosidade e paciência.
De acordo com a teoria de estresse familiar, a maneira como as famílias respondem a um evento estressante dependerá em grande parte de seu acesso a recursos internos e externos.
Os recursos internos são coisas como habilidades de gerenciamento de estresse e raiva, habilidades de resolução de conflitos e capacidade de autorregulação.
Recursos externos, por outro lado, são coisas como recursos financeiros, acesso a alimentos e cuidados médicos e acesso a apoio emocional e psicológico, como terapia.
Vamos usar um exemplo para ilustrar. Imagine um pai ou mãe que recebe uma ligação da professora de seu filho, que explica que seu filho está agindo mal e sendo perturbador na aula.
Um cuidador com acesso limitado a recursos internos pode responder repreendendo a criança, gritando com ela ou empregando táticas de intimidação.
Um pai ou mãe com mais acesso a recursos internos, no entanto, é mais propenso a abordar a situação com gentileza e explorar com a criança por que ela está se comportando dessa maneira.
Claro, receber esses telefonemas nunca é agradável. No entanto, é fácil ver como essas diferentes respostas se transformariam em um resultado muito diferente.
Quando se trata de acessar recursos, principalmente recursos externos, há muitas coisas que podem estar fora do controle de uma família, incluindo meios financeiros.
No entanto, mesmo em tempos de dificuldade, existem maneiras de diminuir o estresse dentro do sistema familiar, e é útil lembrar que mesmo pequenas ações ajudam.
Em primeiro lugar, pode ser uma boa ideia convocar uma reunião de família, onde vocês podem passar algum tempo explorando como os estressores atuais estão afetando cada membro da família.
Antes de começar a se aprofundar nos detalhes, é uma boa ideia definir algumas regras básicas para a reunião. Estas devem ser baseadas na dinâmica familiar específica e em como as personalidades interagem umas com as outras.
Por exemplo, se as pessoas da sua família tendem a falar umas por cima das outras, vocês podem concordar em não fazer isso. Ter regras como essa pode ajudar a garantir que todos se sintam seguros e ouvidos.
Outra boa maneira de reduzir o estresse familiar é criar uma programação familiar que inclua tempo regular sozinho para cada membro da família.
Durante o tempo sozinho, cada membro da família deve sentir que tem espaço para relaxar e/ou se envolver em uma atividade de que goste sem ser interrompido por outras pessoas.
Em muitos sistemas familiares, permitir espaço para cada membro da família relaxar é uma boa maneira de garantir um melhor cultivo dos recursos internos.
Outra opção que funciona para muitas famílias é criar um canto zen em casa. Este é basicamente um espaço da casa ou apartamento designado para meditação.
A ideia é que, quando um determinado membro da família se sentir sobrecarregado, ele possa ir para o canto zen e respirar fundo para ajudar a regular seu sistema nervoso.
Muitas famílias decidem criar um canto zen no quarto de seus filhos, mas é possível montar um em outro lugar que seja adequado tanto para as crianças quanto para os adultos da família.
Por último, mas não menos importante, se os níveis de estresse em sua família estão muito altos e você está lutando para lidar com isso, não há mal nenhum em pedir ajuda.
Você pode achar útil, por exemplo, participar de um grupo de apoio ou pedir ajuda a membros de sua família. Terapia também pode ser uma opção, embora isso geralmente dependa dos recursos financeiros disponíveis.
Lembre-se de ter paciência consigo mesmo o tempo todo ao tentar mudar a maneira como sua família utiliza seus recursos. Mudar hábitos é sempre um desafio e inevitavelmente levará tempo.
Fonte: (Verywell Mind)
A "teoria de estresse familiar" foi desenvolvida pela primeira vez no início do século XX por um sociólogo interessado em observar de que forma a separação e reunificação como resultado da guerra poderiam afetar a dinâmica familiar. Ao fazer suas observações, ele percebeu que a maneira como uma determinada família responde a um evento estressante dependerá muito de seu acesso a recursos, tanto internos quanto externos.
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O que é a teoria de estresse familiar
Observando a dinâmica familiar em resposta ao estresse
LIFESTYLE Resolução de conflitos
A "teoria de estresse familiar" foi desenvolvida pela primeira vez no início do século XX por um sociólogo interessado em observar de que forma a separação e reunificação como resultado da guerra poderiam afetar a dinâmica familiar. Ao fazer suas observações, ele percebeu que a maneira como uma determinada família responde a um evento estressante dependerá muito de seu acesso a recursos, tanto internos quanto externos.
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