Pessoas que não são gêmeas, mas compartilham características chocantemente parecidas
O acesso à ajuda humanitária tem sido um problema contínuo durante a guerra de Israel em Gaza. Apesar dos líderes mundiais terem pedido a entrega irrestrita de ajuda, Israel reduziu a ajuda o máximo possível para pressionar ainda mais a população de Gaza. Ocasionalmente, a comunidade internacional recebe autorização para lançar ajuda aérea em Gaza. Perigosos e indignos, os pára-quedas enchem o céu enquanto hordas de pessoas famintas correm para adivinhar onde vão pousar. Alguns caíram em cima de pessoas, levando a mortes e ferimentos graves. Outros destruíram tendas e acampamentos de refugiados.
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As aeronaves sobrevoam uma determinada zona de desastre, após obter permissão do país específico que administra a zona aérea. Os lançamentos aéreos podem ocorrer de qualquer lugar entre 100 e 7.000 metros no ar.
Paletes pesados são empurrados para fora dos aviões por trabalhadores militares ou humanitários, ou são liberados com ou sem pára-quedas. Mesmo com a melhor das intenções, tudo o que eles podem fazer é esperar que os paletes caiam onde deveriam.
Os pacotes podem pesar de 20 a 50 kg, normalmente consistindo em produtos secos que podem suportar a pressão, como arroz, lentilhas secas, grão de bico, etc.
Idealmente, mesmo em contextos onde ocorrem lançamentos aéreos, haveria um grupo de trabalhadores designados ou um grupo afiliado a grandes organizações humanitárias que reuniria os paletes, os levaria para um local central, os organizaria e prepararia os itens para distribuição.
Em fevereiro de 2024, o Programa Mundial de Alimentos (PMA) emitiu uma declaração: Mais de 500.000 palestinos em Gaza corriam o risco de morrer de fome. Eles alertaram que a situação humanitária era terrível e que ações iminentes precisavam ser tomadas para evitar mais devastação.
Em 29 de fevereiro de 2024, um comboio de ajuda entrou no norte da Faixa de Gaza – uma operação aprovada pelo governo israelense. Multidões começaram a se reunir, ansiosas pela distribuição da ajuda tão necessária. De repente, houve tiroteio.
Os militares israelenses começaram a atirar indiscriminadamente contra a multidão. O caos se seguiu. Os corpos dos mortos, que buscavam ajuda em estado de desespero, ficaram cobertos de farinha. Um total de 118 palestinos foram mortos e 760 feridos no incidente, que foi apelidado de "massacre da farinha".
Na ausência de um acordo de cessar-fogo e do contínuo direcionamento e bloqueio de envios humanitários pelo governo israelense, a comunidade internacional iniciou uma série de lançamentos aéreos humanitários em Gaza.
Jordânia e França já haviam conduzido tais operações. Em março de 2024, três aviões militares norte-americanos lançaram, de pára-quedas, caixas de ajuda contendo 38.000 refeições.
Os palestinos olharam para o céu, para adivinhar onde sua refeição tão necessária chegaria. Mas outra tragédia aconteceu. Pára-quedas com falha fizeram com que os pacotes atingissem o solo repentinamente, matando cinco pessoas. As crianças ficam especialmente vulneráveis.
Muitos outros morreram por conta de pacotes com pára-quedas fracassados que caem do céu e pousam nas tendas das pessoas. No entando, um caso chocante aconteceu em outubro de 2024: um menino de três anos chamado Sami Ayyad foi morto quando um pacote lançado pelo ar caiu sobre ele em Khan Younis, Gaza.
O avô de Sami tentou procurar ajuda, mas não há hospitais em funcionamento em Gaza. O incidente foi muito grave e o menino morreu.
Um relatório da CNN sobre o incidente observa uma declaração importante do avô de Sami: "Somos seres humanos, não animais para jogar comida do céu".
Essa entrega perigosa e indigna de ajuda foi destacada por várias organizações humanitárias. O lançamento aéreo de ajuda sobre pessoas que têm meios alternativos de recebê-la é considerado desumano por organizações internacionais.
As organizações de direitos humanos argumentam que a população não deve ser ainda mais isolada, particularmente em Gaza, uma população já isolada, traumatizada e vivendo em condições desesperadoras, com poucas perspectivas de um futuro digno,
Em novembro de 2024, a fome em Gaza ameaça a vida de mais de um milhão de pessoas. No norte de Gaza, em particular, que foi confrontado com uma ordem de evacuação em massa, a fome é um perigo iminente, além dos constantes ataques aéreos e prisões em massa.
Nenhuma ajuda entrou no norte de Gaza desde o início de outubro de 2024, quando as ameaças de fome já eram generalizadas. Houve sete causalidades em massa apenas na primeira semana de novembro. Pelo menos 100.000 civis não conseguem sair de lá.
O transporte de ajuda por via aérea deve ser complementar à ajuda que chega por terra e só deve ser implantado em uma base de extrema necessidade. A ajuda deve ser distribuída por profissionais que possam avaliar as necessidades e oferecer serviços adequados à população.
De acordo com a Anistia Internacional, os lançamentos aéreos simplesmente não podem fornecer o volume de assistência necessário. O transporte terrestre é de longe o mais eficaz em termos de capacidade necessária para fornecer o tipo de assistência que é desesperadamente necessária.
Foto: Crianças famintas coletam farinha no chão que derramou de um caminhão de ajuda que passava.
Pouquíssimos profissionais humanitários foram autorizados a entrar em Gaza. Organizações internacionais argumentam que as terríveis circunstâncias que os habitantes de Gaza estão enfrentando exigem acesso urgente e irrestrito à ajuda.
Esta forma perigosa de entrega de ajuda se torna ainda mais complicada pelas recentes medidas tomadas pelo governo israelita, que proibiu a entrada da UNRWA, a organização internacional responsável pelas necessidades do povo palestino.
A UNRWA é a principal agência da qual os palestinos dependem para ajuda humanitária e estruturas sociais, como escolas. No entanto, o governo israelense agora considera essa agência da ONU uma organização terrorista, e os palestinos enfrentam circunstâncias ainda mais terríveis.
De acordo com o direito internacional, Israel é obrigado a garantir a proteção da população civil, incluindo a garantia de acesso à ajuda humanitária. Em vez disso, a população civil está sendo submetida a ataques cada vez mais intensos, detenções arbitrárias em massa e um colapso completo do sistema de saúde.
A infraestrutura civil enfrentou destruição em massa. Hospitais e abrigos foram submetidos a ataques aéreos e bombardeios. Profissionais de saúde foram detidos e os poucos suprimentos médicos que existiam foram destruídos.
Na foto, a única padaria que resta na cidade de Khan Younis.
A prolongada escassez de alimentos levou a população a medidas desesperadas. Os habitantes de Gaza têm consumido grama e ração animal, sempre que isso pode ser acessado, apenas para sobreviver.
Na foto, crianças em Khan Younis coletando comida estragada de um aterro sanitário improvisado.
As crianças, em particular, têm enfrentado taxas crescentes de desnutrição extrema, o que certamente marcará as gerações futuras. Em resposta, Israel emitiu um rascunho de documento nutricional, que argumenta que alimentos suficientes entraram em Gaza.
Este artigo, que não foi revisado por pares e se baseia em dados coletados exclusivamente pelo governo israelense, tem sido usado como evidência para rebater as alegações feitas por organizações de direitos humanos nos tribunais.
Essas alegações perigosas não apenas contrariam a realidade documentada no terreno, mas também tentam justificar o bloqueio contínuo da ajuda e da distribuição de mercadorias em uma situação que foi rotulada de "apocalíptica" pelo Comitê Permanente Interagências.
Fontes: (reliefweb) (CNN) (AP News) (Al Jazeera) (World Food Programme) (Amnesty International) (Refugees International) (IASC)
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