Stephen Hawking (1942-2018) era conhecido por seu trabalho sobre buracos negros e relatividade geral. Mas o famoso físico muitas vezes saiu de seu próprio campo de pesquisa e usou seu reconhecimento para destacar o que via como os grandes desafios e ameaças existenciais para a humanidade nas próximas décadas. Variando de temas como alienígenas ao fim do mundo, suas declarações ganharam as manchetes e, às vezes, se mostraram controversas.
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Durante décadas, o físico teórico vinha dizendo aos humanos para começarem o processo de se estabelecer permanentemente em outros planetas, o que ganhou as manchetes em várias ocasiões.
Hawking afirmava que a humanidade acabaria sendo vítima de um desastre tão grande que iríamos ser extintos, talvez mais cedo do que se imagina.
Em 2016, ele disse à BBC: "Embora a chance de um desastre para o planeta Terra em um determinado ano possa ser bastante baixa, ela se soma ao longo do tempo e se torna uma quase certeza nos próximos mil ou 10 mil anos.
Para garantir a sobrevivência da humanidade, Hawking acreditava que teríamos que realmente colonizar outros planetas e sistemas solares.
"Se espalhar pode ser a única coisa que nos salva de nós mesmos. Estou convencido de que os humanos precisam deixar a Terra", disse ele em um festival norueguês de ciências e artes em 2017.
Hawking viu as oportunidades dos avanços na inteligência artificial, mas também alertou sobre os perigos.
Em 2014, ele disse à BBC que "o desenvolvimento de inteligência artificial completa poderia significar o fim da raça humana".
Hawking acreditava que a inteligência artificial básica desenvolvida até agora já havia se mostrado muito útil. Por exemplo, a tecnologia que ele usava para se comunicar incorporava uma forma básica de IA.
Mas Hawking temia as consequências de formas avançadas de inteligência artificial que poderiam igualar ou superar os humanos.
Em sua coleção póstuma de artigos e ensaios 'Respostas Curtas às Grandes Questões', Hawking previu que as técnicas de edição de genoma darão origem a uma raça de "super-humanos".
"Tenho certeza de que, durante este século, as pessoas descobrirão como modificar tanto a inteligência quanto os instintos, como a agressividade", escreveu.
"Uma vez que esses super-humanos apareçam, haverá problemas políticos significativos com humanos não melhorados, que não serão capazes de competir", escreveu. "Presumivelmente, eles morrerão, ou se tornarão sem importância. Em vez disso, haverá uma raça de seres autoprojetados que vão melhorar a uma taxa cada vez maior."
No mesmo livro, Hawking previu que a ameaça número um para a Terra é uma colisão de asteroides, assim como a que matou os dinossauros.
No entanto, "não temos defesa" contra isso, escreveu Hawking. Por outro lado, ele via o aquecimento global como uma ameaça mais imediata.
Hawking estava particularmente preocupado com o chamado ponto de inflexão, em que o aquecimento global se tornaria irreversível.
Ele também expressou preocupação com a decisão dos Estados Unidos de se retirarem do Acordo de Paris em 2017.
"A ação de Trump [de sair do Acordo de Paris] pode empurrar a Terra para a beira do abismo, para se tornar como Vênus, com uma temperatura de 250 graus e chovendo ácido sulfúrico", disse Hawking à BBC.
O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU também alerta para o risco potencial de atingir pontos de inflexão climática, à medida que as temperaturas aumentam.
Hawking teorizou que o planeta se transformaria em uma bola de fogo gigante em 2600 devido à superlotação e ao consumo de energia. Isso tornaria a Terra inabitável.
"Com as mudanças climáticas, os ataques de asteroides que ainda não chegaram, as epidemias e o crescimento populacional, nosso próprio planeta está cada vez mais precário", disse ele à BBC em 2017.
Essa foi uma das razões pelas quais Hawking defendeu a ideia dos humanos se estabelecerem permanentemente em outros planetas.
Dado que Hawking passou a maior parte de sua vida olhando para o espaço, não é surpreendente que ele tenha refletido sobre se existem outras formas de vida por aí.
Há até mesmo todo um campo da ciência, conhecido como SETI (Search for Extra-Terrestrial Intelligence - Busca por Inteligência Extraterrestre) dedicado a ouvir sinais de seres inteligentes em outras partes do universo.
No entanto, Hawking advertiu contra tentar ativamente saudar quaisquer civilizações alienígenas que possam estar por aí.
Em 2010, ele disse ao Discovery Channel: "Se os alienígenas nos visitarem, o resultado seria muito parecido com quando Colombo desembarcou na América, o que não foi bom para os nativos americanos".
Em 2010, quando perguntado pela revista Time que descoberta ou avanço científico ele gostaria de ver em sua vida, Hawking respondeu "fusão nuclear". Esta seria uma nova fonte de energia livre de carbono, que funde dois átomos de hidrogênio para produzir um átomo de hélio e, com isso, muita energia.
"Gostaria que a fusão nuclear se tornasse uma fonte de energia prática. Forneceria um suprimento inesgotável de energia, sem poluição ou aquecimento global", disse.
Fontes: (BBC) (The Guardian) (World Economic Forum) (CNBC) (Time) (Discovery Channel)
As previsões de Stephen Hawking estão se tornando realidade?
De mudanças climáticas catastróficas a invasões alienígenas, isso é o que o físico teórico previu para o futuro
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Stephen Hawking (1942-2018) era conhecido por seu trabalho sobre buracos negros e relatividade geral. Mas o famoso físico muitas vezes saiu de seu próprio campo de pesquisa e usou seu reconhecimento para destacar o que via como os grandes desafios e ameaças existenciais para a humanidade nas próximas décadas. Variando de temas como alienígenas ao fim do mundo, suas declarações ganharam as manchetes e, às vezes, se mostraram controversas.
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