A morte da Rainha Elizabeth II encerrou um dos reinados mais longos do mundo e levou o Rei Charles III à ascensão do trono. Mas, em muitos países, o foco na sucessão da monarquia constitucional parecia algo bastante distante. Muitas dessas nações, inclusive o Brasil, já tiveram uma monarquia própria. No entanto, com a mudança do cenário político e a agitação civil, a maioria delas tomou medidas para abolir suas monarquias permanentemente durante os séculos XIX e XX.
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A Itália não era um país unificado até 1861. De lá até 1946, a nação foi governada pela Casa de Saboia. Figura controversa, Vítor Emanuel III foi o último Rei da Itália.
Durante seu reinado, ele permitiu o regime fascista de Benito Mussolini ganhasse força e legalizou a perseguição aos judeus.
Depois que a Itália votou para se tornar uma república em 1946, Vítor Emanuel partiu para o Egito, onde morreu no ano seguinte.
O czar Nicolau II, que governava a Rússia desde 1894, foi forçado a abdicar em 1917 em meio a greves e protestos.
Conhecido como Revolução de Fevereiro, o movimento pôs fim a 300 anos de domínio da dinastia Romanov na Rússia.
Nicolau, que era primo em primeiro grau do Rei George V da Grã-Bretanha, foi mantido em cativeiro com sua família até serem mortos pelos bolcheviques em 1918.
O Rei Luís XVI da França assumiu o trono em 1774, mas a escassez de alimentos e os problemas econômicos levaram à rebelião em massa.
Essa rebelião foi a Revolução Francesa de 1789, que deu fim à monarquia. Esse tipo de governo foi então formalmente abolido em 1792.
O Rei Luís e sua esposa, Maria Antonieta, foram presos e eventualmente executados por guilhotina em 1793.
A Grécia foi declarada República pela primeira vez em 1924 pela Assembleia Nacional Grega. O Rei Jorge II exilou-se até 1935, quando o Partido Populista subiu ao poder e restabeleceu a monarquia.
A monarquia foi abolida definitivamente sob um regime militar que declarou a República pela segunda vez em 1973.
Constantino II foi o último Rei da Grécia, governando de 1964 a 1974. Ele foi exilado e se mudou para Londres, mas retornou a Atenas em 2013, onde morreu em janeiro de 2023.
O Kaiser Guilherme II, neto da Rainha Vitória da Inglaterra, foi o último Imperador da Alemanha e o último Rei da Prússia. Ele se tornou Kaiser após a morte de seu pai em 1888.
Uma série de erros públicos e gastos extraviados durante a Primeira Guerra Mundial levaram à sua abdicação em 1918.
No entanto, a abdicação foi anunciada antes que ele realmente concordasse com isso. Guilherme viveu o resto de sua vida em exílio na Holanda.
O Império Otomano terminou em 1922 e a Turquia tornou-se uma república um ano depois.
Quando os turcos otomanos foram derrotados na Primeira Guerra Mundial, a maioria de seus territórios foi dividida entre Grã-Bretanha, França, Grécia e Rússia no Tratado de Lausanne. Seu último Sultão foi Mehmed VI.
A Grande Assembleia Nacional declarou a Turquia uma República em 1923 e Mustafa Kemal Atatürk tornou-se o primeiro Presidente do país.
A Romênia tornou-se uma monarquia constitucional em 1881, o que durou até 1947, quando o país formou um governo comunista.
Primo distante da Rainha Elizabeth II, o Rei Miguel I foi o último Rei da Romênia. Ele subiu ao trono em 1940.
Após a abdicação, Miguel I da Romênia viveu o resto de sua vida na Suíça, onde morreu em 2017.
Um golpe comunista em 1944 levou à abolição da monarquia búlgara em 1946. Simeão de Saxe-Coburgo-Gota foi o último Rei do país.
Depois de viver exilado em Madri, ele retornou à Bulgária em 2001, formou seu próprio partido político e foi eleito primeiro-ministro até 2005.
Ele é um dos poucos monarcas do mundo a também ter sido eleito chefe de um governo democrático.
Manuel II tornou-se Rei inesperadamente aos 18 anos, depois que o pai e o irmão mais velho foram assassinados em Lisboa.
Em 1908, D. Manuel II tornou-se o último Rei de Portugal e governou até o país derrubar a monarquia em 1910.
Ele então fugiu para Londres, onde viveu o resto de sua vida no exílio com sua esposa Augusta. Eles não tiveram filhos, então a linha oficial para o trono vem da árvore genealógica de D. Miguel I.
Em 15 de novembro de 1889 foi proclamada a República no Brasil, o que efetivamente acabou com a monarquia em terras tupiniquins. Dom Pedro II, o Imperador brasileiro, vinha enfrentando uma grande crise no país desde a década de 1870, fruto, principalmente, da incapacidade do Império em atender novas demandas e de seu enfraquecimento após a Guerra do Paraguai.
Um dos grupos insatisfeitos com a monarquia era o dos militares, que organizou uma conspiração para destituir o Imperador. Entre eles estava o Marechal Deodoro da Fonseca (foto), liderando a derrubada do gabinete ministerial. Em 15 de novembro, movimentações políticas fizeram com que José do Patrocínio proclamasse a República na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O Brasil foi o último país da América a mudar sua forma de governo. O Marechal Deodoro da Fonseca acabou se tornando o primeiro Presidente do Brasil. O que aconteceu com Dom Pedro II?
A Família Real brasileira foi deposta e, no dia 16 de novembro, recebeu ordens de deixar o país em 24 horas, o que foi acatado pela Realeza, que pegou um navio para Lisboa. Dom Pedro II morreu na França, em 1891, sem nunca ter retornado ao Brasil. Na imagem, vemos o seu funeral em Paris. O acontecimento foi embaraçoso para o ex-imperador...
Em 2001, Gyanendra Shah assumiu o trono depois que o Príncipe Herdeiro Dipendra assassinou o Rei Birendra e outros oito membros da Família Real nepalesa. Dipendra, então, atirou em si mesmo.
Durante um período turbulento, o Rei dissolveu o Parlamento em 2002, mas foi forçado a restabelecê-lo em 2006 após semanas de protestos.
Dois anos depois, a Assembleia Constituinte nepalesa declarou o país uma república democrática e aboliu a monarquia.
Fontes: (Insider) (Euronews) (História do Mundo)
De Monarquias à Repúblicas: O caso no Brasil foi constrangedor
Essas nações disseram "chega" aos seus reis, rainhas e imperadores
LIFESTYLE Família real
A morte da Rainha Elizabeth II encerrou um dos reinados mais longos do mundo e levou o Rei Charles III à ascensão do trono. Mas, em muitos países, o foco na sucessão da monarquia constitucional parecia algo bastante distante. Muitas dessas nações, inclusive o Brasil, já tiveram uma monarquia própria. No entanto, com a mudança do cenário político e a agitação civil, a maioria delas tomou medidas para abolir suas monarquias permanentemente durante os séculos XIX e XX.
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