É uma verdade universalmente reconhecida que nossa composição genética tem uma influência sobre nossas vidas. Há muitas áreas da vida em que o envolvimento do nosso DNA é óbvio, como o risco de desenvolver certas doenças, por exemplo. Cada vez mais, no entanto, os cientistas questionam se até mesmo as escolhas que as pessoas fazem são resultado da vontade de seu genoma e não de sua própria vontade. Afinal, traços de personalidade quase sempre têm algum tipo de componente genético.
Bateu a curiosidade? Então confira esta galeria para saber até que ponto nosso comportamento é ditado pelo nosso DNA.
Não é nenhum grande segredo que nossos genes são responsáveis por muito do que acontece em nossas vidas. Na verdade, sabemos disso há muito tempo.
Tanto cientistas como não cientistas estão conscientes de que o risco de desenvolver certas doenças, por exemplo, é em grande parte ditado pela nossa composição genética.
Hoje, no entanto, os cientistas começam a questionar se nossas vidas e nossos genomas têm uma conexão ainda mais íntima entre si.
De fato, cientistas estão começando a se perguntar se nossa composição genética poderia ser responsável pelas escolhas que fazemos na vida e, em caso afirmativo, em que medida isso acontece.
Será que podemos agradecer (ou culpar) nossos genes por alguns ou todos os aspectos de nossas personalidades, como preferências alimentares e capacidade de manter relacionamentos?
Embora possamos não entender, há uma série de aspectos em nossas vidas diárias que podem ser, pelo menos parcialmente, impulsionados por nosso genoma. Por exemplo, diferenças genéticas em nossos receptores gustativos determinam se preferimos café ou chá.
A genética também está envolvida quando se trata de determinar o quanto gostamos ou não de nos envolver em certos tipos de atividade.
Acontece que as pessoas que amam o café são menos sensíveis ao sabor amargo da cafeína, enquanto as pessoas que amam o chá são menos sensíveis a outros tipos de produtos químicos amargos.
Quinze anos atrás, houve uma pesquisa realizada com 2.000 adultos britânicos, que sugeriu que pode haver um gene que se relaciona com hobbies.
Surgiram evidências de uma forte correlação entre os passatempos favoritos dos participantes e os hobbies registrados de seus antepassados.
Muitos participantes ficaram surpresos ao descobrir que vieram, por exemplo, de uma longa linhagem de jardineiros amadores, colecionadores de selos ou fazedores de bolos.
Parece, portanto, que nossos genes podem influenciar nossa inclinação natural para certos hobbies. No entanto, isso não quer dizer que necessariamente tenhamos aptidão para esses hobbies.
Em vez disso, os cientistas acreditam que nossa aptidão para certas atividades é em grande parte ditada por outros fatores, como oportunidade que temos em uma idade jovem e nossa vontade de praticar essa atividade.
Dito isso, nossa vontade de praticar pode, por sua vez, ser influenciada por nosso genoma. Na verdade, é provável que nossa composição genética exerça uma influência considerável sobre nossos traços de personalidade.
De acordo com a professora de psiquiatria Danielle Dick, a maioria dos traços de personalidade, como o quão extrovertidos ou introvertidos somos, tem algum tipo de componente genético.
Existem vantagens e desvantagens para todas as características e traços de personalidade. Ser naturalmente impulsivo, por exemplo, pode torná-lo um melhor tomador de decisões e mais disposto a aproveitar oportunidades.
No entanto, também pode torná-lo mais vulnerável a abandonar a escola, ser demitido de um emprego ou desenvolver um vício em jogo.
Da mesma forma, há pesquisas que mostram que pessoas com o background genético para um alto nível de criatividade acabam por desenvolver esquizofrenia.
De acordo com um estudo recente de Danielle Dick, indivíduos que exibem variantes genéticas ligadas à impulsividade são mais propensos a se envolver em certos comportamentos.
O estudo descobriu que, das 1,5 milhão de pessoas estudadas, as pessoas mais impulsivas eram mais propensas a desenvolver TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) quando crianças ou a participar da ingestão de substâncias na adolescência e na idade adulta.
O estudo também mostrou que pessoas mais impulsivas eram mais propensas a desenvolver, mais tarde, condições associadas, como obesidade e câncer de pulmão.
Isso não quer dizer, é claro, que o nosso DNA seja o nosso destino. Por exemplo, há muitas pessoas com a variante genética da impulsividade que não desenvolverão problemas.
O ambiente que nos rodeia também é extremamente importante para determinar se agimos de acordo com nossos impulsos genéticos ou não.
Por exemplo, de acordo com a cientista islandesa Kári Stefánsson, pessoas com predisposição genética para lutar contra a inibição são mais propensas a ter problemas se trabalharem ao lado de uma lanchonete fast-food, ou terão dificuldade em parar de fumar se começarem.
Ao mesmo tempo, no entanto, pesquisas mostram que ter uma vida familiar estável, ou mesmo se exercitar regularmente, pode ajudar essas pessoas a viverem vidas mais saudáveis e produtivas.
Não é apenas o comportamento compulsivo ou viciante que os cientistas acreditam ser ditado pelo nosso código genético.
De fato, eles agora estão estudando outras interações gene-ambiente para decidir se nossos genes podem influenciar outros padrões de comportamento, como a capacidade de manter um relacionamento a longo prazo.
Ainda estamos no início do caminho quando se trata de entender exatamente como nossos genes influenciam nossas ações. Cientistas estão começando a desvendar as conexões, mas há muitas perguntas ainda sem resposta.
Fonte: (BBC)
Decisões feitas pelo DNA? O papel da genética na sua vida
Nossos genes podem ser responsáveis por nossas ações?
SAÚDE Ciência
É uma verdade universalmente reconhecida que nossa composição genética tem uma influência sobre nossas vidas. Há muitas áreas da vida em que o envolvimento do nosso DNA é óbvio, como o risco de desenvolver certas doenças, por exemplo. Cada vez mais, no entanto, os cientistas questionam se até mesmo as escolhas que as pessoas fazem são resultado da vontade de seu genoma e não de sua própria vontade. Afinal, traços de personalidade quase sempre têm algum tipo de componente genético.
Bateu a curiosidade? Então confira esta galeria para saber até que ponto nosso comportamento é ditado pelo nosso DNA.