Os jantares romanos eram extravagantes. A confraternização conhecida como convivium era um evento importante no calendário social dos romanos.
Essas festas geralmente aconteciam em um triclínio (triclinium): uma sala de jantar formal que podia ser encontrada em edifícios romanos. Geralmente, estas salas de jantar eram lindamente decoradas com mosaicos e peças de arte.
O triclínio deveria ter três espreguiçadeiras conhecidas como lectus triclinaris. Os assentos eram dispostos em forma de U.
Ao contrário das festas de bebedeira dos gregos antigos conhecidas como symposia, onde as únicas mulheres presentes seriam artistas e profissionais do s-xo, em um convivium romano as mulheres eram recebidas como convidadas.
Os antigos romanos gostavam de uma boa festa e eles usavam essas ocasiões para mostrar sua riqueza e para ganhar influência e favores políticos entre seus pares. Nem precisamos dizer que os anfitriões da festa não tinham nada de pobres.
Às vezes, esses jogos políticos chegavam a assassinatos. Um exemplo famoso inclui o filho do imperador Cláudio, que morreu de forma suspeita após uma festa. Como Nero se beneficiou dessa morte e se tornou o herdeiro do Império, é seguro dizer que ele tinha um motivo.
A disposição dos assentos mostrava os status dos presentes. Os convidados muitas vezes eram pessoas importantes e poderosas, por isso, os três sofás do triclínio refletiam a importância de cada um deles. O assento de honra ficaria no meio e o anfitrião se sentava à direita. A espreguiçadeira esquerda era reservada para convidados de status inferior.
À medida que as festas cresciam, o tipo de assento também evoluía. As espreguiçadeiras do triclínio foram substituídas por um stibadium maior, onde até 12 pessoas podiam sentar.
O vinho era a bebida preferida nas festas romanas e tradicionalmente servido por homens despidos.
Os antigos romanos costumavam misturar vinho com água, às vezes fria e às vezes quente, de acordo com o gosto individual.
Aqueles de status mais elevado costumavam beber em copos de prata e, mais tarde, de vidro. Muitos deles eram decorados com cenas mitológicas ou er-ticas.
O menu geralmente incluía uma refeição de três pratos composta por entradas, prato principal e, em seguida, sobremesa. Os anfitriões gostavam de se exibir apresentando comida de uma forma espetacular e servindo os alimentos mais raros e exóticos que podiam encontrar.
Alimentos populares incluíam javali, cervo, faisão, pavão, ostras e lagostas. Acompanhamentos como legumes e feijão também eram servidos com frequência.
No entanto, os alimentos podiam ficar um pouco mais exóticos. Exemplos incluem papagaio, fígado de ganso, calcanhares de dromedário, avestruz, flamingo, garças e caracóis.
Mas não para por aí. Que tal lagosta com caviar, linguiças recheadas com cérebros e rouxinóis banhados em mel e recheados com ameixas?
Claro, havia mais coisas nas festas romanas do que simplesmente comer, beber e socializar. O entretenimento também era importante. A música, por exemplo, era imperdível, com músicos tocando flautas, órgãos hidráulicos e liras.
Além de músicos, uma ampla gama de outros artistas estavam presentes, incluindo dançarinos, acrobatas e mímicos. Animais exóticos, às vezes, também eram exibidos.
Os convidados podiam relaxar enquanto ouviam alguém recitar poesia. Ou podiam saciar sua sede por algo mais sangrento, como uma batalha de gladiadores.
Existe esse mito de que os antigos romanos tinham uma sala específica onde vomitavam, para que pudessem se entregar a mais comidas e bebidas em seus assuntos hedonistas. Na verdade, isso não é verdade.
Vomitorium é uma palavra latina clássica usada para descrever as entradas e saídas de teatros e estádios, como se esses lugares "vomitassem" pessoas para dentro e para fora. Só no século XIX que o significado literal foi atribuído - um mito que persiste até hoje.
O convivium era uma questão privada, de natureza mais social e política, porém havia também um tipo de festa com fim religioso. Era chamada de epulum e, em vez de ser um evento privado exclusivo, era aberto ao público.
Oferendas de comida eram feitas aos deuses nesses banquetes cívicos. Epulum Jovis ("Festa de Júpiter") era uma das mais populares. A festa ritual era oferecida ao deus no dia 13 de setembro (idos de setembro).
Antes do Cristianismo surgir, a Saturnália era um grande evento. O deus romano da agricultura era celebrado em dezembro e acredita-se que tenha influenciado as celebrações natalinas atuais.
O deus greco-romano do vinho e da fertilidade inspirou a Bacchanalia dos romanos, também chamada de Dionísia. Essas festas eram hedonistas e luxuosas, com muitas bebidas e rituais.
No começo, essa festa era realizada por mulheres, três vezes por ano. Os homens, então, passaram a fazer o mesmo, mas com uma frequência muito maior. Eram rituais privados, então o que acontecia exatamente não é bem conhecido. Aparentemente, havia muita bebida, rumores de relações íntimas entre os convidados e até mesmo sacrifícios humanos. Essas festas foram banidas em 186 a.C.
Muitos imperadores romanos tinham a reputação de serem impudicos, mas Caio César Augusto Germânico, também conhecido como Calígula, realmente mereceu o título.
O imperador romano era conhecido por lançar as festas mais selvagens a bordo de barcas, que eram descritas como sendo "cheias de joias" e "cheias de amplos banhos, galerias e salões, e abastecidas com uma grande variedade de videiras e árvores frutíferas".
O banquete negro do imperador Domiciano é uma das festas romanas mais famosas da história. Ele fez uma festa muito parecida com o Halloween lá na Antiguidade, com toda a comida tingida de preto, além de garantir que a decoração também fosse preta.
O lado mais macabro, talvez, tenha sido a parte em que o imperador Domiciano colocou seus convidados sentados ao lado de lápides com seus nomes. Mas tudo não passou de brincadeira! Será que o povo entendeu assim?
Fontes: (Scientific American) (Grunge) (NPR) (Britannica) (The Metropolitan Museum of Art) (History and Archeology Online) (Getty Museum)
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