Santos são parte integrante da Igreja Católica e Ortodoxa. Os santos modernos, como os Papas canonizados pelo Papa João XXIII e por João Paulo II, têm biografias bem documentadas, mas nem sempre foi assim. Antes de existir uma análise crítica da vida do santo, as pessoas dependiam de lendas, mitos e tradições para criarem as biografias desses religiosos, também conhecidas como hagiografias. Essas fontes não eram e ainda não são confiáveis. Algumas hagiografias primitivas podem até ter um núcleo histórico, mas não conseguem se aprofundar na história.
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Originalmente chamado Offerus, ele cresceu e se tornou um homem de grande estatura. Um dia, ele decidiu dedicar-se a ajudar as pessoas a atravessar um riacho furioso. Uma dessas pessoas era uma criança pequena, que ele colocou em seus ombros. Ao atravessar o rio, Offerus foi sentindo a criança ficar cada vez mais pesada, até que o peso quase o esmagou. Quando chegaram do lado oposto, a criança revelou ser Cristo.
Padroeiro e protetor dos viajantes, São Cristóvão tem sido popular há muito tempo. No entanto, ele foi retirado do calendário litúrgico da Igreja devido à falta de evidências de sua existência.
Ele foi então batizado no córrego pela criança e renomeado como Cristóvão, o portador de Cristo. Ele acabou se tornando mártir, depois de converter muitos pagãos.
Uma vez considerada um dos catorze santos auxiliares (acredita-se que ajudem a curar várias doenças), a Igreja Católica admitiu sua não existência e a removeu do Calendário Romano Geral em 1969.
De acordo com a lenda, Barbara era uma linda donzela que foi mantida longe do mundo exterior em uma torre por seu pai. Enquanto estava presa, ela trocava cartas com o filósofo cristão Orígenes, sem o conhecimento de seu pai. Foi assim que ela se tornou cristã.
Bárbara colocou três janelas em seu balneário para simbolizar a Santíssima Trindade. Quando o pai dela descobriu, ele a denunciou às autoridades. Bárbara tentou escapar, mas o pai a capturou, torturou e decapitou. Como punição, ele foi imediatamente morto por um raio. Ou pelo menos é isso que diz a história.
Considerada uma das santas mais prestativas do céu, Catarina nasceu em uma família nobre e estudava ciências. Aos 18 anos, ela confrontou o Imperador romano Magêncio por causa de sua crueldade e pela sua perseguição aos cristãos. Magêncio enviou seus estudiosos para refutá-la, mas ela debateu com eles e conseguiu convertê-los. Depois disso, o Imperador ordenou sua prisão e execução.
No entanto, ela persistiu e acabou conquistando a própria Imperatriz. Indignado, o Imperador ordenou que ela fosse executada na roda. Mas ela tocou no dispositivo e ele, milagrosamente, quebrou. Então, ela acabou sendo decapitada.
Sem provas, sua existência tem sido debatida há muito tempo. Em 1969, Catarina foi removida do calendário litúrgico da Igreja. Mas depois foi restaurada pelo Papa João Paulo II em 2002.
Margarida era filha de um sacerdote pagão em Antioquia da Pisídia (onde atualmente é a Turquia) e a mãe dela morreu quando a santa ainda era criança. Por isso ela foi criada por uma enfermeira cristã que a adotou quando seu pai a renegou. Margarida tornou-se cristã e dedicou-se a Deus.
Um dia, Margarida estava cuidando das ovelhas quando o prefeito romano Olibrius passou e ficou impressionado com sua beleza. Ela rejeitou seus avanços e, enfurecido, ele a declarou uma cristã fora-da-lei. O prefeito levou Margarida a julgamento, mas ela se recusou a adotar o paganismo. As autoridades tentaram queimá-la viva, mas suas orações a salvaram.
Outra versão de sua história afirma que foi um dragão que a ameaçou na prisão. Mas ela o fez desaparecer com o sinal da cruz. Por causa da falta de documentação, sua existência parece altamente fictícia. Sua história certamente fornecia entretenimento para o público medieval.
Encontrada em muitas igrejas católicas, Santa Verônica é retratada segurando um pano com o rosto de Jesus sobre o tecido. E isso acontece porque ela supostamente limpou o rosto de Cristo com o objeto. Ela foi chamada para ir à Roma pelo Imperador Tibério, a quem curou usando a imagem sagrada.
Alguns acreditam que ela tenha ficado em Roma durante a missão de Paulo e Pedro por lá. Outros dizem que ela viajou para a França, onde se casou e se juntou à pregação apostólica. No entanto, nenhuma dessas lendas foram documentadas, nem mesmo o fato dela ter limpado o rosto de Jesus.
A figura dela é provavelmente um mal-entendido linguístico. Em Roma, logo após a morte de Jesus, seguidores faziam reverências a um pano com o rosto. Eles o chamavam de vera icon, que significa "imagem verdadeira". As palavras foram misturadas e transformadas em Veronica, que mais tarde se tornou o nome feminino.
Filha de um rico cidadão de Alexandria, Eufrosina dedicou-se à religião e tornou-se freira. Para se esconder da família, que queria que ela se casasse com um nobre, ela se disfarçou de monge e entrou para um mosteiro. Ela fingiu ser homem por 38 anos.
O pai foi até ela, sem saber que era sua filha, buscando conforto de suas tristezas. Eufrosina logo ficou conhecida por sua santidade e sabedoria, e só revelou sua verdadeira identidade para o pai em seu leito de morte. No entanto, os estudiosos modernos descartam essa história como mera ficção.
Não há fontes antigas que forneçam evidências claras da existência de Filomena. Ela foi inventada pelo reitor Francis Di Lucia e por uma freira da Ordem Terciária Dominicana em Mungano, Itália, perto de Nápoles.
Sua história foi inspirada na descoberta de uma tumba na Catacumba de Priscila, em Roma, em 1802. A tumba foi erroneamente identificada como pertencente a uma mártir cristã primitiva. O nome Filomena estava inscrito, então as pessoas acreditavam que pertencia a uma virgem com esse nome.
São Jorge supostamente nasceu na Capadócia do século III (atual Turquia) de pais cristãos. Mesmo não sendo inglês, ele é o santo padroeiro da Inglaterra e representa os ideais ingleses de honra, bravura e coragem.
Jorge se alistou no exército romano e até foi promovido no posto. Mas no auge da perseguição do Imperador Diocleciano aos cristãos, Jorge renunciou ao cargo. Ele também teria destruído o decreto do Imperador contra os cristãos, o que enfureceu Diocleciano. Jorge então foi preso e torturado. Mesmo assim, sobreviveu a todos os espancamentos. Acreditava-se que suas feridas tinham sido curadas por Cristo.
Forçado a fazer sacrifícios pagãos, Jorge foi contra isso e orou ao Deus cristão. Diz a lenda que fogo caiu do céu e um terremoto destruiu os templos pagãos. Mais tarde, o mito de São Jorge lutando contra um dragão foi adicionado à história. E isso pode ter acontecido por causa dos ideais medievais do título de cavaleiro.
Para além dessa história extravagante e mítica, muito pouco se sabe sobre São Jorge. No século V, até o Papa Gelásio admitiu que Jorge é um desses santos "cujas ações são conhecidas apenas por Deus".
De acordo com a lenda, Santo Aleixo era filho do ilustre senador romano e cristão Eufemianus. Seus pais arranjaram um casamento para ele, mas Aleixo queria dedicar sua vida a Deus. Ele fugiu secretamente para Edessa, na Síria, onde viveu como um eremita religioso e acabou ficando muito conhecido por aquelas banda. Uma visão com a Virgem Maria fez dele um "Homem de Deus".
Após 17 anos, Aleixo retornou a Roma, onde viveu disfarçado de mendigo sob as escadas do palácio de seu pai. Ele vivia uma vida de oração e ensinava catecismo às crianças. Sua verdadeira identidade só foi revelada após sua morte.
Não havia vestígios de seu nome em livros litúrgicos ou livros de mártires no Ocidente antes do final do século X. A base da história de Aleixo pode ser comparada com a de um homem sírio que também era conhecido como o "Homem de Deus", durante o mesmo período de tempo.
Santo Eustáquio era um general pagão que um dia viu um cervo com um crucifixo entre seus chifres, acompanhado por uma voz que dizia que ele deveria sofrer muitas coisas pelo bem de Cristo. Eustáquio rapidamente se converteu ao Cristianismo com sua esposa e dois filhos. Denunciado por sua fé, ele perdeu tudo, incluindo sua família, que foi levada pelas autoridades.
Um dia, enquanto vivia na pobreza, ele foi convocado pelo Imperador para liderar o exército contra os bárbaros invasores. Eustáquio fez uma campanha vitoriosa e conseguiu se reunir com sua família. Quando voltou à Roma, o Imperador queria que ele se sacrificasse aos deuses pagãos. Quando Eustáquio recusou, o Imperador mandou executar ele e toda sua família. Ele se tornou um santo popular durante a Idade Média, mas a autenticidade de sua história tem sido debatida há muito tempo.
Fontes: (Listverse) (History Extra)
São Jorge nunca existiu? Santos populares cuja existência é questionada
Esses santos estão mais no campo da mitologia do que da realidade
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Santos são parte integrante da Igreja Católica e Ortodoxa. Os santos modernos, como os Papas canonizados pelo Papa João XXIII e por João Paulo II, têm biografias bem documentadas, mas nem sempre foi assim. Antes de existir uma análise crítica da vida do santo, as pessoas dependiam de lendas, mitos e tradições para criarem as biografias desses religiosos, também conhecidas como hagiografias. Essas fontes não eram e ainda não são confiáveis. Algumas hagiografias primitivas podem até ter um núcleo histórico, mas não conseguem se aprofundar na história.
Então, quer saber quais santos amados provavelmente nunca existiram? São Jorge, o dono do dia de hoje, está entre eles. Clique na galeria e descubra mais!