Os fatores biológicos e a imigração desempenham um papel.
As alterações climáticas têm um impacto direto nos sistemas alimentares e na segurança alimentar. Ela deprime a produção agrícola global, o que, por sua vez, eleva os preços dos alimentos.
Rendimentos mais baixos e instáveis das principais plantações podem afetar negativamente o bem-estar do gado. Em última análise, as alterações climáticas podem afetar a forma como os alimentos são produzidos e a qualidade das nossas alimentações.
Inevitavelmente, o aumento dos custos dos alimentos tem um grande impacto nas famílias vulneráveis. Porém, todos somos afetados. De acordo com um relatório conjunto publicado pelo Banco Central Europeu e pelo Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático, o aquecimento global contínuo deve aumentar os preços dos alimentos entre 0,6 e 3,2 pontos percentuais até 2060.
É fato que temperaturas mais altas estão cada vez mais frequentes. Ondas intensas de calor levam a distúrbios relacionados ao calor, como insolação, exaustão, cãibras e erupções cutâneas.
Uma evolução preocupante é a ameaça de grandes doenças infecciosas transmitidas por mosquitos em áreas anteriormente livres de tais perigos. Por exemplo, uma espécie de mosquito, o Aedes albopictus (foto), capaz de espalhar doenças como a dengue e o vírus da Zika, foi detectada em Lisboa, Portugal, pela primeira vez, de acordo com um relatório de setembro de 2023.
De fato, o aquecimento e o clima instável estão desempenhando um papel cada vez maior na condução do surgimento, ressurgimento e redistribuição de doenças infecciosas globalmente, alerta a Organização Mundial da Saúde.
A combinação de desastres mais frequentes e mais extremos pode criar situações em que as apólices de seguro se tornam tão caras que fica impossível que proprietários e empresas paguem essas despesas.
A onda de furacões e incêndios florestais devastadores nos Estados Unidos nos últimos anos, por exemplo, corre o risco de causar também um colapso dos seguros residenciais. De fato, as casas em partes dos EUA são "essencialmente não seguráveis" devido ao aumento dos riscos das mudanças climáticas, informou a CBS News em uma transmissão de televisão em setembro de 2023.
As alterações climáticas têm um efeito adverso na saúde mental. Há até uma palavra para isso: "ecoansiedade".
A ecoansiedade é definida como uma sensação crônica de desesperança e medo da desgraça ambiental. E é um fenômeno muito real.
Um estudo realizado pela Universidade de Bath, no Reino Unido, em 2021, examinou dados de 10 mil jovens, com idades entre 16 e 25 anos, que vivem em 10 países diferentes, depois de terem sido questionados sobre seus pensamentos a respeito das mudanças climáticas. Cerca de metade dos que participaram da pesquisa relatou sentir-se triste, ansiosa, irritada, impotente, desamparada ou culpada.
Todos os efeitos cumulativos causados pelas mudanças climáticas são fontes potenciais de instabilidade e conflitos. A consequência mais óbvia é o deslocamento forçado e a migração de pessoas.
O aumento do nível do mar induzido pelas mudanças climáticas é uma ameaça direta para milhões em todo o mundo, conforme lembrou as Nações Unidas em um relatório de fevereiro de 2023. Para muitas nações do Pacífico, o aumento do nível do mar representa literalmente uma ameaça existencial. Ilhas de atol como Kiribati (foto) correm o risco de desaparecer nas próximas décadas.
Mais amplamente, as mudanças climáticas causarão movimentos populacionais, transformando certas partes do mundo em lugares muito menos viáveis para se viver. O temor é que esse grande deslocamento de pessoas de ilhas e áreas rurais para centros urbanos também torne a vida nas cidades insustentável.
As consequências das alterações climáticas na economia global são previsivelmente terríveis. Muitos setores econômicos importantes já estão sendo afetados por alterações a longo prazo nos padrões climáticos, inclusive a indústria do turismo.
Em julho de 2023, as temperaturas em algumas partes da Grécia atingiram um recorde de 46,4°C. Em Atenas, o templo do Partenon foi fechado ao público devido ao calor feroz, assim como outras atrações turísticas populares.
E no final de 2019, o rio Zambeze que alimenta as Cataratas de Vitória, na África, foi reduzido a um reles gotejamento devido à seca severa. Como uma das maiores atrações da região para os turistas, as Cataratas de Vitória, também conhecidas como Mosi-oa-Tunya, são uma valiosa fonte de renda para o Zimbábue e a Zâmbia.
Os ecossistemas do mundo sofreram e estão sofrendo um enorme impacto das mudanças climáticas. Elas estão causando uma redistribuição geográfica de espécies vegetais e animais globalmente.
À medida que as áreas de distribuição das espécies mudam, os ecossistemas também serão alterados e podem mudar a forma como funcionam. No nosso próprio dia a dia, direta ou indiretamente, contamos com os benefícios obtidos através do ecossistema, como comida, água, ar puro, materiais de construção e recreação.
As comunidades indígenas têm uma relação única com o meio ambiente. Ecossistemas destruídos podem prejudicar a capacidade dos povos nativos de preservar e sustentar seu patrimônio cultural.
Um assunto abordado anteriormente, a escassez de água devido às mudanças climáticas já está tendo um efeito profundo em certas áreas do mundo.
É claro que a água pode ser escassa por muitas razões: a demanda por água pode estar excedendo a oferta, a infraestrutura hídrica pode ser inadequada ou as instituições podem estar falhando em equilibrar as necessidades de todos.
Mas é a escassez de água como resultado direto das mudanças climáticas e do aquecimento global que está em questão. À medida que o aumento das temperaturas interrompe a precipitação, podemos esperar períodos prolongados de seca, juntamente com padrões de chuva menos previsíveis.
Eventos extremos de calor ou frio podem causar estragos na rede elétrica.
À medida que o clima aquece, espera-se que as populações mundiais usem mais energia, principalmente eletricidade, para refrigeração.
Por outro lado, o frio extremo pode ter efeitos semelhantes na rede, com as pessoas ligando o termostato regularmente à medida que esfria. As mudanças climáticas afetarão a demanda de energia residencial tanto quanto a comercial.
Em muitas áreas do mundo, espera-se que as alterações climáticas agravem o ozônio nocivo ao nível do solo. Isso, por sua vez, afeta a saúde do ecossistema porque poluentes do ar, como nitrogênio, enxofre e o próprio ozônio, são absorvidos pelas plantas.
Os efeitos negativos do ozônio ao nível do solo são agravados pelo aumento da poluição atmosférica industrial e pelos incêndios florestais.
Fontes: (Global Panel) (WHO) (CBS News) (BBC) (United Nations) (Natural Resources Defense Council) (United States Environmental Protection Agency)
Episódios de poluição por ozônio na superfície alimentados através da poluição por partículas finas resultantes de incêndios florestais e exaustão industrial são receitas para problemas graves de saúde, aumentando a exposição das pessoas a alérgenos e ajudando a promover distúrbios respiratórios.
O custo das alterações climáticas é alarmante. De furacões a incêndios florestais e inundações, mais casas do que nunca estão em risco de eventos climáticos extremos.
Apesar de 2024 já estar sendo um ano bastante trágico, especialmente por conta das terríveis inundações no Rio Grande do Sul, ainda é cedo para obter registros formais de como a situação climática no mundo está preocupante. O relatório mais recente e bastante trágico é de 2023 da Organização das Nações Unidas (ONU), que declarou que este foi o pior ano registrado na história para o clima. Todos os grandes recordes climáticos foram destruídos da pior maneira possível, e 2024 pode ser ainda pior, alertou a ONU. A Agência Meteorológica da ONU revelou que as temperaturas mais elevadas alguma vez registradas anteriormente (em 174 anos de manutenção de registros) foram superadas por uma larga margem. Mais de 90% dos mares do mundo sofreram ondas de calor em 2023, atingindo também as temperaturas mais elevadas já documentadas. "O que testemunhamos em 2023, especialmente com o calor sem precedentes dos oceanos, o recuo dos glaciares e a perda de gelo marinho na Antártida, é motivo de particular preocupação", disse Celeste Saulo, secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM). "A comunidade da OMM está soando o Alerta Vermelho ao mundo".
Muitas vezes descartamos as mudanças climáticas como um problema quase abstrato, uma questão remota que não nos afetará diretamente e nem impactará nossas vidas diárias. Em nossas mentes, o aumento de um grau na temperatura global, ou o derretimento das calotas polares, é uma preocupação para ambientalistas excessivamente cautelosos. Mas e quando se trata do aumento do nível do mar ou a seca prolongada? Bem, isso é um problema para outra pessoa, certo? Só que não.
O impacto das alterações climáticas e do aquecimento global está atingindo duramente a humanidade, além de ter graves implicações para o mundo natural, especialmente para os já frágeis ecossistemas da Terra. Mas você já parou para pensar como descreveria as consequências desse fenômeno assustador na nossa vida cotidiana?
Na galeria, veja como a mudança climática já está te impactando no dia a dia hoje.
As terríveis consequências das alterações climáticas nas nossas vidas diárias
Já parou para pensar como isso te afeta diretamente?
LIFESTYLE Meio ambiente
Muitas vezes descartamos as mudanças climáticas como um problema quase abstrato, uma questão remota que não nos afetará diretamente e nem impactará nossas vidas diárias. Em nossas mentes, o aumento de um grau na temperatura global, ou o derretimento das calotas polares, é uma preocupação para ambientalistas excessivamente cautelosos. Mas e quando se trata do aumento do nível do mar ou a seca prolongada? Bem, isso é um problema para outra pessoa, certo? Só que não.
O impacto das alterações climáticas e do aquecimento global está atingindo duramente a humanidade, além de ter graves implicações para o mundo natural, especialmente para os já frágeis ecossistemas da Terra. Mas você já parou para pensar como descreveria as consequências desse fenômeno assustador na nossa vida cotidiana?
Na galeria, veja como a mudança climática já está te impactando no dia a dia hoje.