Muitos medicamentos à base de plantas têm sido submetidos a pesquisas para verificar seus benefícios, perigos e efeitos medicinais (ou a falta deles), mas a maneira como estes interagem com medicamentos prescritos (aqueles que compramos em farmácias comuns) não é tão bem pesquisada assim. Há, no entanto, algumas evidências clínicas (algumas mais fortes do que outras) que nos permite ter um vislumbre de como alguns chás e fitoterápicos podem interagir com medicamentos prescritos.
Nesta galeria, você encontrará uma lista de fitoterápicos populares e suas potenciais interações com medicamentos prescritos. Lembre-se: não é porque é natural que não oferece perigos. Clique e entenda!
Ainda há uma falta de pesquisas sólidas em torno de interações entre fitoterápicos e medicamentos prescritos. Embora alguns estudos e ensaios clínicos tenham sido realizados, deve-se notar que algumas ações recomendadas também são baseadas em relatos de caso (relativos a pacientes individuais) e até mesmo em preocupações teóricas.
O uso do chá verde (camellia sinensis) é contraindicado para pacientes que tomam isoniazida (usada principalmente no tratamento da tuberculose), pois pode afetar o fígado. Também pode reduzir a absorção do sunitinibe (fármaco usado no tratamento do câncer) e diminuir a eficácia da ziprasidona (antipsicótico atípico).
O ginseng (panax ginseng) pode reduzir as concentrações sanguíneas de varfarina (anticoagulante) e induzir mania se usado com fenelzina (antidepressivo). Pode diminuir a eficácia de medicamentos anti-hipertensivos, incluindo a nifedipina.
O ginseng também pode causar efeitos colaterais, como dores de cabeça, insônia e tremores quando tomado com inibidores da monoamina oxidase (IMAO). Além disso, pode interagir com drogas hipoglicemiantes, incluindo a insulina, e potencializar a atividade hipoglicêmica desses medicamentos.
A camomila (matricaria recutit) pode potencializar os efeitos do anticoagulante varfarina, causando sangramento.
O alho (allium sativum) pode interagir com o paracetamol e diminuir as concentrações sanguíneas da varfarina. Também pode causar hipoglicemia quando tomado com clorpropamida (remédio para diabetes). O alho também pode diminuir os níveis sanguíneos de inibidores da protease do HIV.
A ginkgo (ginkgo biloba), também conhecida como nogueira-do-japão e árvore-avenca, pode interagir com medicamentos antiplaquetários e anticoagulantes, como varfarina (causando sangramento). Também pode aumentar a pressão arterial quando combinada com diurético tiazídico, e pode levar ao coma quando tomado com trazodona (antidepressivo atípico).
Outras interações incluem medicação antipsicótica, drogas antirretrovirais, benzodiazepínicos, drogas hipoglicemiantes, nifedipina, tadalafil e talinolol. Muitos deles, no entanto, têm um baixo nível de risco.
A cúrcuma (curcuma longa) pode potencializar os efeitos de drogas antiplaquetárias e anticoagulantes. Ela também pode aumentar os níveis de drogas como o tacrolimo (um imunossupressor) e talinolol (agente anti-hipertensivo). Há um relato de caso de lesão hepática aguda relacionada ao uso prolongado da erva em combinação com etoricoxibe (remédio indicado para o tratamento agudo e crônico dos sinais e sintomas da osteoartrite e da artrite reumatoide).
O gengibre (zingiber officinale) pode aumentar a eficácia da femprocumona (anticoagulante) e, portanto, aumentar o risco de sangramento quando tomado com varfarina. Também pode interagir com a nifedipina, produzindo um efeito antiplaquetário sinérgico.
Há preocupação teórica, mas não muita evidência clínica para apoiá-la, que a valeriana (valeriana officinalis) potencializa os efeitos do álcool e de depressores do SNC, que diminuem ou inibem a atividade do sistema nervoso central.
O cranberry (vaccinium macrocarpon), também conhecido como arando, airela ou oxicoco, pode diminuir os níveis de imunossupressores no sangue.
Dois relatos de casos mostraram que sementes de aipo podem reduzir os níveis séricos de tiroxina. Nível sérico é um termo técnico usado para se referir a quantidade de uma determinada substância no sangue
Um estudo clínico descobriu que a pimenta-caiena (capsium spp) pode aumentar a absorção e os níveis de teofilina (um broncodilatador).
Dois relatos de caso mostraram que a cavalinha (equisetum arvense) pode causar um avanço virológico quando tomada com drogas antirretrovirais.
A equinácea pode diminuir a eficácia de medicação imunossupressora. A erva também pode interagir com drogas antirretrovirais.
Alcaçuz (glycyrrhiza glabra), também chamado de licorice, alcaçuz, liquorice ou regaliz, pode diminuir a eficácia de medicamentos anti-hipertensivos (com exceção de diuréticos).
Alcaçuz também pode causar hipocalemia (níveis de potássio no sangue excessivamente baixos) quando tomado com cilostazol (fármaco utilizado na prevenção de novos acidentes vasculares cerebrais, nas vasculopatias ateroscleróticas ou diabéticas e na claudicação intermitente causada pela Doença arterial obstrutiva periférica), de acordo com um relato de caso. Em altas doses, o alcaçuz pode realmente causar pseudohipoaldosteronismo (uma forma rara de hipertensão) e pressão arterial elevada.
Um estudo clínico descobriu que o cardo-mariano, ou cardo-leiteiro, aumenta os níveis de domperidona (remédio antiemético e estimulante dos movimentos gastrointestinais) e seus potenciais efeitos colaterais tóxicos. Pacientes com deficiência hepática podem querer evitar tomá-lo com imunossupressores, como sirolimus, pois pode reduzir a depuração do medicamento. O cardo-mariano também pode aumentar os níveis sanguíneos de ornidazol e talinolol.
Um relato de caso mostrou que a sálvia pode potencializar os efeitos adversos da metadona, medicamento utilizado principalmente no tratamento de toxicodependentes.
Estudos clínicos descobriram que o espinheiro branco pode aumentar a eficácia da digoxina (remédio para insuficiência cardíaca).
Schisandra ou Magnólia chinesa (schisandra chinensis) pode aumentar as concentrações de imunossupressores.
Andrographis (Andrographis paniculata) é contraindicado para pacientes que tomam medicação imunossupressora, pois pode reduzir sua eficácia. Um estudo clínico também descobriu que pode potencializar os efeitos do midazolam (um medicamento indutor do sono).
Pesquisas mostram que a erva-de-São-João pode reduzir os níveis sanguíneos de benzodiazepínicos, bloquedores dos canais de cálcio, drogas quimioterápicas contra o câncer, clozapina, imunossupressores, ciclosporina, amitriptilina, digoxina, indinavir, varfarina, femprocumona e teofilina. Esta planta florida também interage com contraceptivos orais.
Existe uma preocupação teórica de que tomar este medicamento fitoterápico pode potencializar os efeitos da tiroxina (um dos hormônios sintetizados na tireoide). A planta também é conhecida como ginseng indiano, groselha venenosa e cereja de inverno
Rodiola, Rhodiola, Raiz de ouro, Raiz seca, Golden root (rhodiola rosea), essa planta de muitos nomes pode interagir com ISRSs, afetando os níveis de serotonina.
O óleo de prímula (oenothera biennis) pode potencializar os efeitos de drogas antiplaquetárias e anticoagulantes. Mas, de acordo com evidências clínicas, há um baixo nível de risco. Além disso, um relato de caso mostrou uma redução nos níveis séricos de lítio.
Kava (piper methysticum) pode interagir com medicamentos de Parkinson, particularmente levodopa (ou L-Dopa). Também pode interagir com o alprazolam (ansiolítico) e levar a um estado semicomatoso, ou seja, a um coma leve.
Um estudo clínico descobriu que a casca de salgueiro pode potencializar os efeitos do anticoagulante varfarina.
Fontes: (Standard Process) (PubMed) (International Society of Pharmacovigilance)
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SAÚDE Medicina tradicional
Muitos medicamentos à base de plantas têm sido submetidos a pesquisas para verificar seus benefícios, perigos e efeitos medicinais (ou a falta deles), mas a maneira como estes interagem com medicamentos prescritos (aqueles que compramos em farmácias comuns) não é tão bem pesquisada assim. Há, no entanto, algumas evidências clínicas (algumas mais fortes do que outras) que nos permite ter um vislumbre de como alguns chás e fitoterápicos podem interagir com medicamentos prescritos.
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