Viva mais, viva melhor
A cirurgia é uma situação estressante para todos os envolvidos. Os pacientes têm medo de entrar na faca por motivos óbvios. Mas os cirurgiões também estão dolorosamente conscientes de que o bem-estar de outra pessoa está em suas mãos e que uma cirurgia bem-sucedida pode ser a diferença entre a vida e a morte. Só que a cirurgia é, muitas vezes, uma inevitabilidade na vida de muita gente. As operações cirúrgicas são, frequentemente, as melhores e mais seguras opções em casos de câncer, infecções e trauma físico. Mas isso não as torna 100% seguras.
Algumas das cirurgias mais importantes e que salvam mais vidas podem facilmente resultar em mais problemas, ou até mesmo em morte, se algo der errado. Nesta galeria vamos analisar os principais detalhes sobre os procedimentos cirúrgicos mais perigosos e arriscados do mundo.
O tipo de cirurgia e a urgência dela podem ter enormes efeitos no resultado. A maioria das operações pode ser dividida entre cirurgias eletivas e cirurgias de emergência. Geralmente, as cirurgias eletivas têm taxas mais altas de sucesso por causa do tempo disponível para médicos e pacientes se prepararem, enquanto as cirurgias de emergência são feitas num piscar de olhos, muitas vezes sendo realizadas por médicos e enfermeiros de emergência cansados e sobrecarregados.
Independentemente de qual tipo de cirurgia é considerada a mais perigosa, há uma única operação que, durante séculos, reinou suprema como a cirurgia mais mortal do mundo. Esse procedimento cirúrgico foi realizado por Robert Liston, um célebre médico do início do século XIX, conhecido por sua incrível velocidade operacional, o que, num mundo sem anestesia, era uma qualidade importante em um cirurgião.
Uma amputação realizada por Liston, no entanto, pode ter sido um pouco apressada demais. Ele amputou a perna de um paciente em pouco mais de dois minutos, mas acidentalmente acabou tirando alguns dos dedos de seu assistente no processo. Uma pessoa que estava observando a cirurgia até desmaiou. O paciente e o assistente morreram de infecções algum tempo depois. O observador apavorado morreu de choque. Essas três mortes, direta ou indiretamente causadas por Liston, renderam ao ato cirúrgico uma taxa de mortalidade sem precedentes de 300%.
A cirurgia bariátrica é realizada com a intenção de emagecer o corpo, por razões estéticas e médicas, como o tratamento de diabetes tipo 2, por exemplo.
Operações bariátricas fracassadas podem fazer com que um paciente desenvolva úlceras, a perigosa síndrome de dumping - uma condição que faz com que os alimentos passem pelo estômago e entrem nos intestinos sem serem digeridos adequadamente - ou obstrução intestinal.
A cirurgia eletiva mais perigosa do mundo, que aumentou drasticamente em popularidade durante a década de 2020, é a gluteoplastia, uma operação cosmética que extrai gordura de vários lugares do corpo de um paciente e a injeta nos glúteos.
Mas o que torna as gluteoplastias tão perigosas? A extração descuidada ou excessiva de gordura corporal e a reintrodução dessa gordura nas nádegas podem causar sérios danos aos nervos, variando de dormência a dor intensa. As gluteoplastias podem facilmente levar à morte no caso de uma embolia gordurosa, quando a gordura é introduzida na corrente sanguínea.
Apendicectomias são realizadas em pacientes com apendicite, uma infecção que pode causar a explosão do apêndice.
As apendicectomias são operações invasivas e muitas vezes uma corrida contra o tempo. Se uma apendicectomia apressada der errado, o sangramento interno grave pode levar a inúmeros problemas sérios de saúde.
Um reparo de dissecção da aorta torácica de emergência é necessário quando a aorta de uma pessoa (a artéria mais importante do coração, que distribui o sangue por todo o sistema venoso) fica danificada. Dissecções da aorta podem levar a acidentes vasculares cerebrais ou até mesmo à morte se não tratadas.
Realizar uma cirurgia numa das partes mais importantes do corpo é naturalmente perigoso e, embora um reparo bem-sucedido de dissecção da aorta possa salvar vidas, qualquer coisa abaixo de um desempenho perfeito por parte do cirurgião pode levar a um risco exponencialmente aumentado de acidente vascular cerebral, sangramento ou morte.
Craniectomias são algumas das cirurgias cerebrais mais comumente realizadas que não envolvem neurocirurgiões. Esse procedimento é mais frequentemente realizado como cirurgia de emergência após eventos de traumatismo craniano ou derrames.
Craniectomias exigem que um pedaço do crânio seja removido para que os cirurgiões possam acessar o que está por baixo, ação esta que pode levar a complicações muito sérias. Um movimento errado de um desvio mínimo pode causar danos cerebrais permanentes, paralisia ou sangramento interno perigoso entre o cérebro e o couro cabeludo.
A cirurgia cardíaca é, ao mesmo tempo, uma das operações mais perigosas e uma das que mais salvam vidas no mundo médico. Trabalhar com o órgão mais importante do corpo pode ser extremamente perigoso, mas, às vezes, essa é a única chance de salvar a vida de um paciente.
Os desvios das artérias coronárias são particularmente perigosos, mesmo no âmbito das cirurgias cardíacas. A operação envolve enxertar novas veias e artérias ao redor do coração e contorná-las ao redor das artérias insalubres e afinadas do paciente. Se algo der errado, o paciente pode sofrer derrames, insuficiência cardíaca e até morte.
A remoção parcial do cólon, também conhecida como colectomia, pode ser um procedimento que salva vidas em casos de sangramento interno, obstrução intestinal e câncer de cólon. No entanto, o intestino grosso do cólon muitas vezes pode sofrer como resultado da cirurgia.
Embolias pulmonares (introdução de sangue nos pulmões) são efeitos colaterais comuns e perigosos de uma colectomia. Outras consequências prejudiciais podem incluir abscessos pélvicos recorrentes.
O esôfago – que transporta alimentos e líquidos da boca, através da garganta,
para o estômago – pode ter que ser removido através de uma esofagectomia, caso a pessoa esteja sofrendo de câncer de esôfago.
A operação requer a remoção completa do esôfago, deixando um espaço amplo e vazio na garganta, o que pode facilmente causar sangramento excessivo. O esôfago deve então ser reconstruído e, se algo der errado durante o processo de reconstrução, o paciente pode experimentar infecções, sangramento interno e, às vezes, morte.
Apesar de ser uma das cirurgias de emergência mais comuns realizadas em hospitais, a colecistectomia continua sendo uma das operações mais arriscadas que existem.
De forma simplificada, a colecistectomia é realizada para remover cálculos biliares ou toda a vesícula biliar de um paciente. A vesícula biliar está situada muito perto de numerosas correntes sanguíneas importantes, do fígado e dos intestinos. Se qualquer uma dessas partes vizinhas for cortada durante uma colecistectomia, as consequências podem ser fatais.
A cirurgia na coluna vertebral é naturalmente uma das operações mais difíceis que um cirurgião pode realizar. ela também carrega um risco intrinsecamente dramático de falha, se considerarmos a importância da coluna vertebral e do sistema nervoso central para o resto das funções do corpo.
A osteomielite é uma infecção rara que ataca o topo da medula espinhal, causando grande dor e dificultando o bom funcionamento cerebral. A cirurgia realizada para remover a infecção pode salvar a vida de um paciente, mas um movimento errado pode deixá-lo paralisado.
As ressecções do intestino delgado são comumente realizadas em hospitais de todo o mundo para tratar qualquer coisa, desde infecções, câncer, bloqueios e tumores não cancerosos.
As cicatrizes de ressecção intestinal são particularmente propensas a lacrimejamento, o que pode causar mais bloqueios intestinais, hérnias ou sangramento interno.
Uma das cirurgias de emergência mais arriscadas do mundo envolve uma circulação extracorpórea. A Trata-se de um procedimento em que uma máquina, casualmente referida como "bomba", assume as funções do coração e dos pulmões durante uma cirurgia de coração aberto.
Se a máquina artificial de coração e pulmão não for monitorada de perto, qualquer minuto de mau funcionamento pode levar rapidamente à falência generalizada de órgãos e à morte. Os desvios cardiopulmonares são, geralmente, o último recurso utilizado pelos médicos.
O fenômeno raro dos gêmeos siameses pode mudar a vida de pais e filhos recém-nascidos. Gêmeos que compartilham um útero podem se desenvolver com partes do corpo inseparavelmente conectadas, como o quadril, a cabeça ou até mesmo o umbigo.
Sessenta por cento dos gêmeos siameses vêm ao mundo natimortos - e a maioria não sobreviverá à infância. Mesmo nos casos em que gêmeos siameses têm a chance de serem separados cirurgicamente e de serem salvos, a operação em si é incrivelmente arriscada. Gêmeos que compartilham órgãos importantes podem não sobreviver à cirurgia.
Fontes: (Grunge) (Next Luxury) (The Guardian)
As cirurgias mais arriscadas do mundo: Você já fez alguma delas?
Operações cirúrgicas perigosas que são feitas em escala global
SAÚDE Perigosas
A cirurgia é uma situação estressante para todos os envolvidos. Os pacientes têm medo de entrar na faca por motivos óbvios. Mas os cirurgiões também estão dolorosamente conscientes de que o bem-estar de outra pessoa está em suas mãos e que uma cirurgia bem-sucedida pode ser a diferença entre a vida e a morte. Só que a cirurgia é, muitas vezes, uma inevitabilidade na vida de muita gente. As operações cirúrgicas são, frequentemente, as melhores e mais seguras opções em casos de câncer, infecções e trauma físico. Mas isso não as torna 100% seguras.
Algumas das cirurgias mais importantes e que salvam mais vidas podem facilmente resultar em mais problemas, ou até mesmo em morte, se algo der errado. Nesta galeria vamos analisar os principais detalhes sobre os procedimentos cirúrgicos mais perigosos e arriscados do mundo.