Você consegue acreditar nessas regras?!
Há mais de dois anos, o mundo tem acompanhado a invasão das forças russas na Ucrânia através de múltiplas frentes. Embora os militares ucranianos estejam se mantendo fortes, o conflito causou estragos impensáveis nas cidades e no povo da Ucrânia.
Desde fevereiro de 2022, milhões de ucranianos foram forçados a fugir de sua terra natal e mais alguns milhões foram deslocados internamente. Grandes cidades, como a capital Kiev, e importantes cidades portuárias, como Odessa, tem sido destruídas pelos militares russos.
Em 2014, os protestos euromaidan em Kiev terminaram com o então presidente Ucrânia, Viktor Yanukovych, pró-Rússia, sendo deposto na Revolução da Dignidade. Pouco depois, a Rússia mobilizou seus militares e enviou tropas para a Ucrânia a fim de completar o trabalho que Yanukovych não tinha conseguido terminar: restabelecer o domínio russo na região da Crimeia.
Apesar do intenso clamor público da Ucrânia e do Ocidente, as forças russas foram em frente com a invasão e declararam a Crimeia uma república da Rússia de fato. As tensões entre a Ucrânia e a Rússia ficaram extremamente elevadas durante os oito anos que se seguiram e, mais tarde, resultou na "operação militar especial" da Rússia nos territórios do leste da Ucrânia. Mas essas campanhas de invasão nos últimos anos estão longe de ser a primeira incursão da Rússia ao imperialismo. A nação tem procurado expandir seu poder de várias formas ao longo dos anos.
As Guerras Russo-Persas se estenderam intermitentemente por centenas de anos, com o primeiro conflito começando em 1651 e o último terminando em 1828, com a assinatura do Tratado de Turkmenchay. Estas guerras foram travadas principalmente por causa das reivindicações de cada império pelos territórios ao longo das montanhas do Cáucaso, ou seja, a Geórgia e a Armênia modernas.
Ao longo desses séculos de conflito, as regiões que estavam sendo disputadas mudaram de mãos inúmeras vezes entre os dois impérios. O Tratado de Turkmenchay cedeu a maioria dos territórios ao Império Russo, embora essas regiões tenham lutado por sua independência inúmeras vezes durante os séculos seguintes.
Os exércitos chinês e japonês ficaram muito enfraquecido após os eventos da Guerra Sino-Japonesa. O Império Russo se aproveitou disso para fazer um movimento de expansão para o leste, em direção à Manchúria, no atual norte da China.
Uma vez que a Manchúria estava sob controle russo, o exército começou a executar qualquer chinês que se manifestasse contra a ocupação e destruiu numerosas aldeias, forçando grandes grupos de residentes manchurianos a fugir para o sul. A Rússia perdeu o controle da maior parte da Manchúria no final da Guerra Russo-Japonesa em 1905.
O Exército Vermelho Bolchevique iniciou uma campanha ofensiva para assumir o controle da Estônia logo após as tropas alemãs deixarem a área em 1917. No final de 1918, o exército russo estava à porta da Estônia, mas, apesar da jovem nação ter poucas chances de se defender, aliados ocidentais forneceram apoio.
Tanto a Grã-Bretanha como a Finlândia forneceram à Estônia armas e munições. Nos primeiros meses da invasão, a Rússia tomou metade do território da Estônia, mas as marés da guerra mudaram em 1919 e os militares estonianos, juntamente com tropas de apoio finlandesas e voluntários, foram capazes de fazer a Rússia recuar para a fronteira previamente estabelecida.
Apenas um ano após a invasão fracassada da Estônia, o Exército Vermelho se voltou para a Armênia, num esforço para apoiar as crescentes forças armenas bolcheviques dentro do país - elas estavam tentando encenar uma insurreição e lutar contra os turcos invasores ao mesmo tempo.
Com o exército armênio tão preocupado e enfraquecido pela invasão turca, as potências bolcheviques nativas e russas foram capazes de derrubar a República da Armênia e estabelecer a República Soviética Armênia.
Depois de perder grande parte do território que uma vez compôs o Império Russo, no final da Primeira Guerra Mundial, a Rússia bolchevique fez muitos esforços para recuperar seus territórios perdidos: primeiro os Estados Bálticos, depois a Armênia e mais tarde a Geórgia.
A Rússia havia reconhecido a Geórgia como uma nação independente apenas um ano antes, mas autoridades bolcheviques dentro da Rússia, incluindo um jovem Joseph Stalin, convenceram a liderança russa a retomar o território, usando como justificativa uma rebelião operária dentro da Geórgia. Em fevereiro de 1921, a República Soviética da Geórgia havia sido estabelecida.
Após meses de luta em meio ao brutal inverno finlandês, o Tratado de Paz de Moscou foi assinado em março de 1940, concedendo à Rússia 9% do território anteriormente finlandês. Mais de 100 mil vidas foram perdidas no conflito.
Em 1939, a Estônia assinou um pacto de assistência mútua com a União Soviética. Um ano depois, a URSS, muito maior e mais poderosa, forçou a Estônia a concluir este pacto. Desse modo, a União Soviética teria direitos legais de construir bases militares no pequeno país báltico.
Uma vez estabelecida no país, a URSS expulsou o governo estoniano e enviou o presidente, Konstantin Päts, para a Sibéria. Um governo de fachada foi estabelecido para servir aos soviéticos. Esta invasão foi apenas a primeira de muitas tragédias que a Estônia e o resto dos Estados Bálticos suportariam durante a Segunda Guerra Mundial.
O Pacto Molotov-Ribbentrop, assinado pelos n a z i s t a s e pela União Soviética em 1939, tinha um "protocolo secreto" adicional pouco conhecido, que não foi tornado público até o fim da guerra. Esse pacto dividia os Estados Bálticos em esferas de influência alemãs e russas.
A URSS prontamente começou a invasão à Letônia para reivindicar sua "participação" na nação independente logo após a finalização do pacto. A Letônia permaneceu como parte do Bloco Soviético até começar a lutar pela sua independência em 1989.
A Operação Countenance foi uma campanha conjunta de invasão ao Irã realizada pela União Soviética e pelo Reino Unido. O Estado Imperial do Irã estava em desvantagem numérica e, depois de perder cerca de 800 tropas entre 25 de agosto e 30 de agosto de 1941, assinou um acordo de cessar-fogo com as forças aliadas invasoras.
O objetivo da invasão era assumir as reservas de petróleo iranianas e estabelecer linhas seguras de abastecimento aliadas entre o Ocidente e a URSS através do que veio a ser conhecido como Corredor Persa.
Uma das maiores guerras por procuração travadas durante a Guerra Fria foi a Guerra do Afeganistão que começou em 1979 e terminou em 1989, depois que um acordo foi assinado entre os quatro principais partidos: a União Soviética, o Afeganistão, os Estados Unidos e o Paquistão.
Havia muitas facções opostas que lutaram na Guerra do Afeganistão, incluindo os Mujahidin, apoiados pelos EUA, e o governo estabelecido da República Democrática do Afeganistão, apoiado pelos soviéticos. A guerra foi catastrófica para o Afeganistão e estima-se que entre 6,5% e 11,5% da população total do país tenha morrido durante o conflito.
Alguns anos após a dissolução da União Soviética, a recém-formada Federação Russa procurou recuperar parte de seu território perdido. Uma dessas campanhas ficou conhecida como a Batalha de Grózni, que deu início à Primeira Guerra da Chechênia.
Agentes russos, cujo envolvimento inicialmente foi negado pelo governo russo, infiltraram-se na capital Grózni e fortificaram o Conselho Provisório Checheno com veículos blindados e armas. O conflito devastador, que viu a morte de pelo menos 30 mil civis, durou até a assinatura de um tratado em 1997. Todas as tropas russas recuaram.
Dois anos depois, no entanto, um grupo de militantes chechenos invadiu a região de Daguestão, na Rússia, e tentaram declará-la um Estado independente. A Rússia retaliou com uma segunda invasão total da Chechênia, incluindo um cerco à capital Grózni, que ainda estava enfraquecida da Primeira Guerra chechena.
O cerco da Rússia foi bem sucedido e a Federação assumiu o controle prático da região até 2009. O conflito generalizado se estendeu por esta década, enquanto as forças chechenas e russas lutavam contra os extremistas e até que a insurgência fosse suficientemente eliminada.
Considerada a primeira guerra internacional europeia do século XXI, a Guerra Russo-Georgiana foi causada por tensões cada vez mais inquietantes entre as duas nações anteriormente soviéticas. Depois que a Geórgia declarou independência da enfraquecida União Soviética em 1991, dois movimentos separatistas emergiram e declararam-se estados soberanos de facto.
A violência eclodiu em 2008, depois que separatistas da Ossétia do Sul dispararam artilharia contra aldeias georgianas em sua fronteira. A Geórgia prontamente afirmou o controle sobre a capital de Ossétia, Tskhinvali. A Rússia, que durante anos apoiou os separatistas ossetianos, começou a lançar uma invasão em larga escala na Geórgia. Tanto a Rússia quanto a Ossétia do Sul foram acusadas de crimes de guerra durante este conflito, incluindo a limpeza étnica de georgianos.
Fontes: (BBC) (Britannica)
A Rússia Soviética invadiu a Finlândia no inverno de 1939, poucos meses após a Segunda Guerra Mundial eclodir. Os motivos da Rússia eram puramente expansionistas, buscando adicionar território à URSS, especificamente para ter uma espécie de linha de segurança em torno da importante cidade fronteiriça de Leningrado.
A invasão russa da Ucrânia, que teve início em 24 de fevereiro de 2022, deixou o mundo à beira de um ataque de nervos. Todos esperavam que o conflito terminasse o mais rápido possível e a Rússia voltasse atrás na decisão de atacar o país. Mas isso não aconteceu. Para muitos, os tempos turbulentos e tumultuados em que vivemos hoje às vezes nos fazem esquecer o passado. Mas, infelizmente, esses atos da Rússia estão longe de ser sem precedentes. Durante séculos, do Império Russo à União Soviética, o país escreveu uma longa e sangrenta história de imperialismo, agressão e expansionismo.
Na galeria, relembre todos os países que a Rússia invadiu.
Todos os países que foram invadidos pela Rússia
A Ucrânia é só o mais recente ato de agressão cometido pela Rússia. Muitos aconteceram antes
LIFESTYLE Guerra
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