Os Bárbaros eram realmente muito violentos e selvagens? -

É muito importante estudar a história e aprender sobre culturas e civilizações passadas, mesmo que isso seja apenas para não cometer erros semelhantes repetidas vezes. No entanto, às vezes, a própria história entra em equívoco. Historiadores e escritores do passado fizeram o seu melhor com as informações que tinham, mas é inevitável que eles vissem as coisas através de uma lente bastante distorcida em algumas ocasiões. Suas perspectivas eram muitas vezes coloridas pelos preconceitos de seu tempo, pelo medo do desconhecido e/ou por uma simples falta de contexto. Isso tudo levou a muitas interpretações erradas ao longo da história. Os relatos dos antigos romanos sobre os "bárbaros" são particularmente interessantes de reexaminar.

Por isso, clique na galeria e descubra quem eram realmente os bárbaros e por que sua reputação de selvageria primitiva é bastante injusta.

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Grécia Antiga - A origem da palavra "bárbaro" é, na verdade, a palavra grega antiga para designar um estrangeiro cuja língua não era entendida.

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Roma Antiga -

Quando os romanos antigos adotaram a palavra, eles começaram a aplicá-la a qualquer pessoa fora de Roma, como os persas, egípcios e indianos.

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Os Hunos -

Os hunos são os "bárbaros" mais conhecidos. Eles são descritos como monstros pouco humanos pelos historiadores antigos. Os cristãos escreveram que eles comiam carne de crianças pequenas. Mas esses relatos altamente exagerados e tendenciosos são completamente imprecisos.

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Um novo inimigo se aproxima -

Os hunos tornaram-se conhecidos pelos antigos romanos por volta de 376 d.C. Um grupo de godos (uma tribo nômade alemã que geralmente lutava contra os romanos) chegou à fronteira romana para implorar por ajuda. Eles estavam fugindo de outra nação nômade de guerreiros que invadiram seus territórios a partir do Leste.

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Selvagens ou apenas diferentes? -

Os hunos eram frequentemente retratados como selvagens sem roupas na arte europeia, mas, na verdade, foram eles que inventaram as calças – um tipo de roupa muito mais fácil para andar a cavalo!

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Cavaleiros talentosos -

Os hunos eram cavaleiros incrivelmente habilidosos e eram capazes de usar arcos e flechas com precisão suprema em cima de um cavalo. Isso os tornava quase que imbatíveis no campo de batalha.

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Um estilo de vida nômade -

Os hunos eram certamente combatentes experientes que causaram uma onda de medo por todo o Império Romano, mas eles não eram tão diferentes assim de seus vizinhos europeus. Eles viajavam em pequenos grupos familiares compostos por homens, mulheres, crianças e animais.

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Uma obsessão por ouro -

Assim como muitas sociedades ao longo da história, os hunos adoravam ouro. Eles concentravam seus esforços em obter o máximo de ouro possível, através de saques e negociações.

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Tesouros hunos -

Eles enterravam grandes quantidades de ouro em esconderijos diferentes para mantê-los seguros, pois não tinham propriedades fixas e resguardadas. Muitos desses tesouros foram descobertos por arqueólogos e provaram ser achados históricos inestimáveis.

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Guerra psicológica -

Os hunos empregavam uma espécie de guerra psicológica para entrar nas mentes de seus inimigos. Eles iam para a batalha com peles de lobos sobre suas cabeças, gritando descontroladamente. Não é de admirar que os historiadores antigos se lembrassem deles como monstros selvagens!

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Alongamento de crânios -

Os hunos também praticavam deformações rituais. Os crânios dos bebês eram amarrados de modo que crescessem com uma forma alongada. Eles usavam  c o r o a s  de ouro em suas cabeças disformes. A aparência incomum deles tornou ainda mais fácil para os romanos e cristãos demonizá-los.

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Uma estratégia inteligente -

À medida que se espalhavam notícias sobre sua aparência temível e sobre os ataques devastadores, os hunos passaram a desenvolver um sistema inteligente de extorsão para ganhar ouro com o mínimo de esforço. Eles invadiam uma área, ou simplesmente ameaçavam invadir, e exigiam ouro em troca da retirada.

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Pagos pelos romanos -

Os romanos decidiram que seria mais fácil pagar os hunos do que tentar combatê-los. Durante o auge do Império Huno, eles recebiam 2.500 libras de ouro dos romanos a cada ano. Eles derretiam o metal e o transformavam em incríveis peças de arte.

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Arte huna -

Os hunos tinham uma profunda conexão com a natureza e isso pode ser visto em suas obras de arte. Eles tinham uma maior afinidade com águias, lobos e cavalos. Essa civilização gostava tanto de seus cavalos que era comum vê-los enfeitados com barras de ouro ornamentadas.

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Arte huna -

Este broche em forma de cigarra está no Museu Nacional de Budapeste e remonta ao século II d.C. Era usado pelos hunos como um sinal de distinção.

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O Império Huno -

Os hunos formaram um império extenso que abrangeu grande parte da Rússia e da China modernas. O Império Huno era de fato uma confederação de nações menores que viviam em aliança, com um inimigo em comum: os romanos.

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Átila, o Huno -

Seu líder mais famoso foi Átila, o Huno. Ele nasceu numa poderosa família huna e recebeu uma educação expansiva. Átila falava várias línguas, incluindo latim. Ele conquistou a maior parte da Europa através de uma sofisticada campanha de medo e suborno e colocou os romanos exatamente onde queria.

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Observações de um visitante romano -

Um representante romano chamado Prisco foi enviado para visitar o acampamento de Átila, o Huno, com a intenção de fazer negociações. Ele relatou um banquete pomposo e civilizado onde todos os convidados comiam em pratos de prata e bebiam em taças de ouro. Todos foram recebidos com respeito e não havia sinais de barbárie.

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Observações de um visitante romano -

Átila, o Huno, era conhecido por comer e beber apenas em utensílios de madeira e por usar roupas simples, sem detalhes dourados. Prisco escreveu que isso fazia parte da autodisciplina de Átila. Parece que Átila e os hunos não eram tão selvagens e bárbaros como se acreditou por muito tempo!

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A morte de Átila -

Quando Átila morreu em 453 d.C., o Império Huno rapidamente se desintegrou sem sua forte liderança e se dividiu em facções menores. Embora não tenha durado mais do que algumas décadas, os hunos ainda conseguiram provar que o Império Romano não era impenetrável.

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Os Vândalos -

Logo depois, um novo grupo de "bárbaros" surgiu para se aproveitar das fraquezas expostas pelos hunos. Eles eram conhecidos como os Vândalos.

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Outro termo mal utilizado - Hoje, a palavra "vândalo" refere-se a alguém que comete pequenos crimes. Historicamente, significava simplesmente alguém que estava vagando. Os Vândalos eram um povo nômade que viajou pela Europa e Norte da África.

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A conquista de Cartago -

Eles eventualmente foram parar na cidade de Cartago, uma parte próspera do Império Romano, localizada na atual Tunísia. A facilidade com que tomaram Cartago chocou os romanos.

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Uma aquisição civilizada -

Alguns relatos históricos fariam você acreditar que os Vândalos destruíram e saquearam Cartago assim que chegaram, mas hoje em dia sabemos que esse não foi o caso.

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Prosperidade e desenvolvimento cultural -

Na verdade, eles destruíram muito pouco e contribuíram muito para as artes. Os Vândalos construíram casarões elegantes e os encheram de decorações luxuosas. O Mosaico Dominus Julius é um dos exemplos mais conhecidos de obras de arte vândalas.

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O Mosaico Dominus Julius (século IV d.C.) -

O mosaico (foto) retrata a vida cotidiana dos Vândalos ricos em Cartago, que é quase impossível de diferenciar da vida cotidiana de um romano rico.

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Termas de Cartago -

Os Vândalos também construíram magníficos complexos para tomar banhos, que eram usados como spas, centros sociais e, é claro, centros de higiene.

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Poesia vândala -

Os Vândalos amavam poesia e o conhecido poeta Félix escreveu uma série de poemas sobre a beleza das termas. Seus poemas eram inscritos nas paredes das casas de banho em mosaicos para melhorar a experiência dos banhistas.

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Bárbaros -

Semelhante aos Hunos, os Vândalos foram demonizados como selvagens bárbaros por historiadores romanos antigos e escritores cristãos da época. No entanto, o contexto mais amplo deixa claro que esses relatos eram fortemente tendenciosos por causa do medo, bem como pelo desejo de difamar esses invasores pagãos. Uma análise histórica mais precisa mostra que muitos dos grupos descritos como bárbaros vieram de civilizações fascinantes e desenvolvidas que fizeram grandes contribuições para a agricultura, as artes e a estratégia de combate. 

Fontes: (Live Science) (Britannica) (History) (Chronicle)

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