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Leonard Bernstein morreu em 1990, mas de repente um dos músicos mais famosos do mundo retornou às manchetes. Ou seria Bradley Cooper? O ator interpreta Leonard Bernstein em 'Maestro' (2023), filme centrado na relação entre o compositor e sua esposa Felicia Montealegre, interpretada por Carey Mulligan.
Depois que a Netflix divulgou um trailer para divulgar o filme, começaram a pipocar críticas pelo uso de uma grande prótese de nariz por Cooper para retratar Bernstein. Internautas consideraram o artifício ofensivo por reforçar o estereótipo judaico. Também houve críticas de que um ator judeu não foi escalado para interpretar o compositor da trilha de 'West Side Story', o icônico musical da Broadway que se transformou no elogiado filme 'Amor Sublime Amor (1961), vencedor de vários Oscars.
A boa notícia, pelo menos para o ator e diretor de 'Maestro', é que os filhos de Bernstein foram rápidos em defendê-lo em seu trabalho e tentativa de homenagear o pai mundialmente famoso.
Apesar de todo o estardalhaço antes da estreia, aparentemente o filme agradou a crítica especializada. Dirigido por Bradley Cooper e coproduzido por Martin Scorsese, Steven Spielberg e o próprio Cooper, entre outros, 'Maestro' estreou nos cinemas em novembro de 2023, antes de ir para a Netflix em dezembro. O longa ganhou sete indicações ao Oscar: Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Ator para Cooper e Melhor Atriz para Carey Mulligan, Melhor Som, Fotografia e Maquiagem. Mas quem foi o verdadeiro Leonard Bernstein?
Louis Bernstein nasceu em 25 de agosto de 1918, em Lawrence, Massachusetts (EUA).
Filho de pais judeus, Bernstein mudou legalmente seu nome para Leonard quando tinha 18 anos.
Aos 10 anos, Bernstein começou a aprender sozinho a tocar piano e teoria musical. Logo depois, ele começou a ter aulas de piano. Em 1934, aos 16 anos, fez sua primeira apresentação, 'Grieg's Piano Concerto', com a Boston Public School Symphony.
Em 1936, o adolescente Bernstein matriculou-se no Harvard College para estudar música. No ano seguinte, conheceu Aaron Copland (foto). Os dois se tornaram amigos íntimos, com Bernstein citando-o como seu "único professor de composição real".
Depois de se formar em Harvard em 1939, Bernstein iniciou seus estudos no Curtis Institute of Music na Filadélfia. Entre seus tutores estavam o maestro Fritz Reiner e a pianista Isabelle Vengerova. Serge Koussevitzky foi talvez seu maior mentor. O diretor da Orquestra Sinfônica de Boston permaneceu como uma grande inspiração para toda a vida de Bernstein.
No início dos anos 1940, Bernstein estava instalado em Nova York. Mas foi em Boston, no Instituto de Arte Moderna da cidade, que estreou sua primeira obra publicada, 'Sonata para Clarinete e Piano', em abril de 1942.
Em 1943, Leonard Bernstein fez sua estreia na Filarmônica de Nova York no Carnegie Hall, substituindo de última hora o maestro convidado Bruno Walter, que contraiu uma gripe. As críticas foram extasiantes e ajudaram a impulsionar Bernstein, que nem tinha tido tempo de ensaiar, à fama instantânea.
Bernstein, visto aqui em ensaio no Carnegie Hall, já havia conquistado reputação por seu talento e estilo extravagante de regência.
Tendo já assegurado um mandato de três anos como diretor musical na Filarmônica de Nova York, Bernstein embarcou na primeira de muitas apresentações no exterior, fazendo a sua estreia com a Filarmônica Tcheca em Praga em 1946.
Em 1947, Bernstein regeu em Tel Aviv pela primeira vez, iniciando uma longa parceria com a Orquestra Filarmônica de Israel, embora naquela época ela fosse conhecida como Orquestra Sinfônica da Palestina. Aqui, ele é retratado com a alta sociedade de Jerusalém, incluindo (à direita dele) Golda Meir, que mais tarde foi primeira-ministra de Israel de 1969 a 1974.
Com uma carreira internacional movimentada, Leonard Bernstein encontrou tempo em 1951 para se casar com Felicia María Cohn Montealegre, uma atriz e ativista social costa-riquenha-chilena.
O casal teve três filhos: Jamie, Alexander e Nina. Na foto, estão Jamie e Alexander. Ao que tudo indica, a vida familiar agradava Bernstein. Sua filha Jamie, falando durante uma entrevista de 2018 para o The New Yorker, relembrou seu pai como "atencioso, afetuoso, um didático sem fim que encheu seus filhos com poesia, música [e] aulas de hebraico". Contudo, nem tudo era como parecia.
Leonard Bernstein era bissexual, fato que sua esposa sabia. Ao longo de sua vida, o maestro teve casos com homens e mulheres. Em 1976, ele deixou Felicia para morar com Tom Cothran, um jovem diretor musical de uma estação de rádio de São Francisco.
No entanto, depois que Felicia foi diagnosticada com câncer de pulmão em 1977, Bernstein voltou a morar com sua esposa e cuidou dela até sua morte em 16 de junho de 1978. Aqui, os dois são fotografados em um evento social em 1977.
Em 1953, Leonard Bernstein tornou-se o primeiro americano a reger na prestigiada Ópera La Scala, em Milão, Itália. E ele estava em companhia estimada, com a talentosa cantora de ópera Maria Callas como atração principal do show.
Na verdade, a década de 1950 foi uma das mais produtivas da carreira de Bernstein. O artista criou cinco novas obras para os palcos da Broadway, compôs várias obras sinfônicas e ainda escreveu uma trilha sonora icônica.
Seus trabalhos teatrais durante esse período incluíram a composição da música incidental para a produção da Broadway de 'Peter Pan' e a composição da ópera 'Trouble in Tahiti'. Em fevereiro de 1953, 'Wonderful Town' estreou na Broadway, outra produção contemplada com sua música.
Hollywood encarregou Bernstein de compor a trilha sonora de 'Sindicato de Ladrões' (1954), de Elia Kazan. Protagonizado por Marlon Brando, o filme é considerado por muitos críticos como um dos melhores já feitos na história do cinema.
Ao mesmo tempo, Bernstein estava trabalhando na partitura de 'Candide', uma opereta baseada na novela homônima de 1759, de Voltaire. Estreando na Broadway em 1956, a produção foi recebida com desprezo pela crítica. Mas o álbum da trilha sonora do elenco foi recebido com grande entusiasmo e ajudou a manter a trilha sonora de Bernstein popular por muito tempo.
A próxima trilha musical de Bernstein foi uma das mais célebres de sua carreira - 'West Side Story'. Na foto está Chita Rivera no papel de Anita, liderando a dança em uma cena da produção original da Broadway de 1957.
Na foto: Leonard Bernstein conversa com o compositor Stephen Sondheim na estreia de 'West Side Story'. A música de Bernstein e a letra de Sondheim conquistaram fãs de música em todo o mundo.
Em 1961, a peça da Broadway se transformou em um lendário filme de Hollywood. O longa ganhou 10 Oscars, incluindo Melhor Filme.
A trilha sonora do filme 'Amor, Sublime Amor' (1961) ganhou ainda o prêmio Grammy de Melhor Álbum de Trilha Sonora – Elenco Original. Nos Estados Unidos, foi um dos discos mais vendidos da década de 1960 e ainda detém o recorde de maior tempo no primeiro lugar das paradas de álbuns da Billboard: 54 semanas. Foi certificada três vezes platina pela Record Industry Association of America (RIAA) em 21 de novembro de 1986.
Em 1958, Leonard Bernstein foi nomeado diretor musical da Filarmônica de Nova York, cargo que ocuparia até 1969. Com esta orquestra fez diversas turnês internacionais pela América Latina, Europa, União Soviética e Japão. Mesmo depois de 1969, o maestro continuou a reger e a fazer gravações com a orquestra pelo resto da vida. Seus orgulhosos pais, Samuel e Jennie (foto), estavam presentes para parabenizar o filho famoso por sua "promoção".
Bernstein abraçou a década de 1970 de forma tão exuberante como nas décadas anteriores. Aqui, um Leonard Bernstein tipicamente extravagante é visto no clímax da 'Sinfonia nº 2: Ressurreição', de Mahler, interpretada pela Orquestra Sinfônica de Boston durante o festival Tanglewood em Lenox, Massachusetts, em 1970.
Suas principais composições durante a década foram 'Mass: A Theatre Piece for Singers, Players, and Dancers', sua trilha para o balé 'Dybbuk' e sua obra vocal orquestral 'Songfest'.
A década de 1980 viu o já idoso Bernstein ainda insistir em uma agenda lotada, combinando regência, composição e gravação com ensino e produção de vários documentários para a televisão.
Foi durante esse período que ele também recebeu alguns de seus prêmios de maior prestígio, incluindo o prêmio Kennedy Center Honors em 1980, o Grammy Lifetime Achievement Award em 1985 (foto), a Legião de Honra da França (Commandeur) em 1985 e o Praemium Imperiale do Japão em 1990.
No final da década de 1980, a saúde de Bernstein piorou acentuadamente. Para garantir seu legado educacional, ele foi cofundador de três academias de música – Los Angeles Philharmonic Institute, Schleswig-Holstein Musik Festival Orchestral Academy e Pacific Music Festival – enquanto continuava a compor.
Leonard Bernstein conduziu seu último concerto em 19 de agosto de 1990, com a Orquestra Sinfônica de Boston em Tanglewood. O maestro já havia estabelecido o Fundo Bernstein de Educação Através das Artes (BETA), com o Centro Leonard Bernstein estabelecido postumamente em abril de 1992. O artista morreu na cidade de Nova York em 14 de outubro de 1990 e foi enterrado ao lado de sua esposa no Cemitério Green-Wood. no Brooklyn.
Fontes: (NBC News) (BBC) (The New Yorker) (Library of Congress)(RIAA)
Leonard Bernstein é considerado um dos maestros mais importantes de sua geração. Conhecido por suas conquistas na música clássica e popular, o artista também foi compositor, pianista, educador musical, autor e humanitário. Inclusive, a vida do icônico regente é tema de 'Maestro' (2023), cinebiografia dirigida e estrelada por Bradley Cooper, que foi alvo de críticas antes mesmo da estreia.
É que uma polêmica prótese de nariz usada pelo ator em cena como o artista, que era judeu, fez grande estardalhaço, mas aparentemente não ofuscou o filme. Inclusive, 'Maestro' ganhou várias indicações ao Oscar, entre elas de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Ator para Cooper e Melhor Atriz para Carey Mulligan, Melhor Som, Fotografia e Maquiagem.
De fato, o gênio inegável e o legado musical de Leonard Bernstein permanecem imaculados. Na galeria, relembre a vida e carreira de um dos maiores e mais extravagantes compositores do século XX.
Quem é o homem por trás de 'Maestro', indicado a 7 Oscars?
O lendário compositor e maestro americano Leonard Bernstein é material do filme do astro.
Celebridades Vida
Leonard Bernstein é considerado um dos maestros mais importantes de sua geração. Conhecido por suas conquistas na música clássica e popular, o artista também foi compositor, pianista, educador musical, autor e humanitário. Inclusive, a vida do icônico regente é tema de 'Maestro' (2023), cinebiografia dirigida e estrelada por Bradley Cooper, que foi alvo de críticas antes mesmo da estreia.
É que uma polêmica prótese de nariz usada pelo ator em cena como o artista, que era judeu, fez grande estardalhaço, mas aparentemente não ofuscou o filme. Inclusive, 'Maestro' ganhou sete indicações ao Oscar, entre elas de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Ator para Cooper e Melhor Atriz para Carey Mulligan, Melhor Som, Fotografia e Maquiagem.
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